OVNI no heliponto [Capítulo único]

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Oi, tudo bem? =D Para quem não me conhece, costumo deixar uma música como playlist nos meus textos, a que escolhi para esse conto foi  Wild & Wicked World, da Hayley Kiyoko. Boa leitura 

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Brasil, Alguma cidade, 15 de dezembro de 2015.

A nave alienígena aparentemente de design óbvio pousou em cima de uma curiosa obra de arte ao ar livre. O quadrado azul preenchido por um triângulo pontilhado e um termo abstrato de formato "P" era de muita beleza e Mykia, a única tripulante do pequeno OVNI, sentiu muito receio de ter que fazer isso. Infelizmente, parecia ser o único lugar de pouso adequado, as outras estruturas altas que encontrou tinham pontas, ou não eram totalmente retas, ou eram muito pequenas.

Não queria pousar seu veículo intergaláctico em um lugar muito visível, ou matar uma série de plantas alienígenas em um lugar remoto. Ali era perfeito, embora se sentisse uma vândala por cobrir a tão linda pintura.

Havia uma cabine perto da beirada do edifício, a alguns passos do círculo. Mykia pode notar a presença de algo que se movia lá dentro, seria vida?

Ela se aproximou, curiosa. Um ser como haviam lhe descrito lia um papel visivelmente um pouco sujo, lotado de informações. Ele não notou a presença de Mykia... Sinistro!

Mykia desceu por uma rampa, havia uma construção muito estranha do lado, cheia de placas de metal. Ela chegou em um lugar coberto, estava dentro da grande estrutura. Havia outra cabine por lá, porém Mykia preferiu ignorar. Ela se interessou por uma bizarra parede riscada de metal, que parecia ser bem grossa. Aproximou-se com curiosidade.

Pin! A coisa emitiu um barulho agudo, logo depois se partiu ao meio... Do nada! Mykia deu um pulo para trás com o susto. Um outro alien saiu de lá, o que parecia ser o rosto do sujeito estava abaixado e fixado perto de um retângulo pequenino e cintilante. Ele também não notou a presença de Mykia... Sinistro!

Uma minúscula sala agora localizava-se a sua frente. Mykia queria xeretar, descobrir mais desse planeta tão diferente, portanto rumou ao interior da câmara misteriosa.

As paredes de metal fecharam-se novamente, deixando Mykia admirada: que tecnologia incrível era aquela?! Ela sentiu uma leve diferença em seu peso, isso a lembrava um pouco de suas viagens espaciais.

Outro ser entrou, também estava vidrado no aparelho cintilante e... Advinha? Isso mesmo... Sinistro! Será que alguém do planeta de Mykia já havia estado por lá? Ela não deveria supostamente chamar atenção?

Com o passar do tempo, aquela sala de tecnologia desconhecida ficou lotada. Os terráqueos eram meio marrons, meio beges, a maioria usava roupa preta. Ninguém notou sua presença, os aparelhos retangulares dos mais variados tamanhos eram mais importantes do que uma espécie totalmente desconhecida dentro do elevador. Sinistro!

De repente, os aliens começaram a andar todos juntos para fora da câmara, como se tivessem sido programados. Mykia foi empurrada na avalanche de terráqueos, bateu em braços e pernas, ouviu coisas como "Olhe por onde anda!", "Put* merd*!", "Filho da mãe!", "Quem você pensa que é?", "Pedia licença, né?",... Mykia não entendia nada desses termos, seriam ofertas de paz ou mensagens hostis?

Ela foi saindo, meio... Não, muito desorientada. Sentiu algo atrás de si, virou-se para trás.

- É do novo filme do Star Wars?

Mykia não entendeu. Só queria ir embora dali.

Passou por uma porta de vidro, achou incrível que aquilo também existia em um planeta tão distante do seu!

Finalmente, Mykia saiu daquele lugar caótico e abafado. Finalmente mesmo! Aleluia!

Achou estranho que, naquele calor, os terráqueos usassem roupas, não parecia ser necessário. Como eles não derretiam?

No lugar que estava agora, o uso dos retângulos parecia ser menos frequente, porém alguns aliens caminhavam com ele na mão. O que será que tinha de tão importante lá? Será que era uma forma de alimentação ultra-desenvolvida? Mykia gostava de comer, parecia ser a única explicação plausível.

- É de verdade? - um ser muito pequeno parou na frente de Mykia, a analisando.

- Claro que não, meu filho! - outro terráqueo a sondou com o olhar - Nossa! Muito bom mesmo... É do Star Wars?

Mykia não compreendia, se a olhavam com surpresa era porque tinham percebido que ela não era dali, certo? Então, por que continuavam conversando com ela nessa língua estranha?

Os dois aliens saíram, deixando Mykia sozinha novamente. Ela resolveu explorar.

- Caraca, moleque! Esse cosplay do Star Wars é demais! - um deles gritou, ou melhor, berrou de dentro de um robô vermelho, andante e veloz.

"Star Wars", seria um tipo de cumprimento? Curiosa como era, Mykia resolveu testar.

Foi até um alien sentado sozinho em um banco, ele mexia no aparelho cintilante.

- Istarr Waaarrs! - disse, o sotaque ultra-carregado.

Ele não reagiu, Mykia tentou de novo, mais alto. O que parecia ser a cabeça levantou:

- Star Wars? Uhn... Muito bom mesmo! Parabéns! - voltou a olhar o retângulo.

Mykia não tinha entendido muito bem, porém depois de passar mais um tempinho na Terra e voltar para sua nave, as coisas se encaixaram! Os retângulos cintilantes que provavelmente eram uma fonte de energia, "Star Wars" quase toda a hora, como um comando repetitivo, além de outros detalhezinhos menos importantes. Claro! Como não pode perceber isso antes? Ao fazer o relatório de sua pesquisa, Mykia escreveu:

"Vida orgânica encontrada. Vida orgânica inteligente não encontrada. Vida robótica inteligente encontrada. (...)".

É claro! Como não foi perceber isso antes, Mykia?

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Espero que tenha gostado do conto :3 Se sim, não esqueça de votar, por favor. Comentários e críticas construtivas também são super bem-vindos ♥ Se gostou do modo como eu escrevo, não deixe de conferir meu livro Nuvens são Alexandritas e meus outros contos ;) Beijos...

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