Depois que nós passamos o resto do deserto com as reclamações de Link, passamos numa vila, para recarregar os suprimentos.
-Vamos nos separar em duplas e cada um já sabe o que fazer. – Falei.
As duplas são as mesmas da do torneio, Luke e Manu, Link e Diana, e eu com Luna (única novidade).
-Então... – Ela olhou para mim. – O que temos que fazer mesmo?
-Comida. – Respondi.
-Moço! – Um garoto descalço e com roupas rasgadas correu até mim. – Você é de fora?
-De fora? – Não tinha entendido a pergunta.
-Sim! Do mundo lá fora! – Ele estava todo contente.
-Ah... – Aquilo estava estranho. – Sou sim.
-Nossa vila vive dizendo para tomar cuidado com as pessoas de fora... – Ele abaixou a cabeça. – Mas algum dia eu quero conhecer o mundo com meus próprios olhos!
-Isso é bem interessante, garoto! – Coloquei minha mão em sua cabeça.
Uma mulher me viu fazendo aquele gesto e correu até mim.
-Tire suas mãos do meu filho! – Ela o tirou de perto.
-Isso está meio estranho... – Luna também tinha percebido.
Todas as pessoas que passavam por nós nos olhavam com cara feia.
-Olha isso, Greed. – Luna estava apontando para uma placa que dizia:
"Só pessoas da vila podem ficar na vila!".
-Ótimo. – Falei. – Estamos num lugar que não somos nem um pouco bem-vindos.
-Como será que estão os outros? – Luna perguntou.
*******Visão do Luke********
-Impressão minha ou as pessoas não estão gostando da nossa presença? – Perguntou Manu.
-É só sua imaginação... – Luke estava ocupado demais olhando as estátuas antigas.
-Ei vocês! – Chegou um cara vestido todo de branco com um báculo em suas mãos.
-Um padre? – Perguntei baixinho para Manu.
-Acho que é um sacerdote. – Ela respondeu.
Ele levantou seu báculo para o alto, que por sua vez começou a brilhar.
-Maneiro! – Aquele báculo é demais!
-Ó Deuses! – Ele começou a rezar. – Expulsai-os daqui!
-Oque que ele tá falando? – Perguntei sem entender nada.
Um raio caiu do céu, nos atingindo em cheio.
-Vocês vão pagar por pisarem em terras sagradas! – Assim que ele disse isso, eu apaguei.
******Visão de Link********
-Eu preciso de adagas novas! – Falei.
-Nossa mestra iria ficar brava se ouvisse isso! – Diana falou.
-Aquela velha coroca... – Resmunguei.
-O que você... – Antes que ela pudesse terminar de falar, ouvimos um barulho do outro lado da vila.
-Será que eles arrumaram encrenca? – Perguntei.
-Já era de se esperar! – Diana pegou minhas mãos. – Vamos!
Corremos até a explosão. Por onde passávamos as pessoas nos olhavam feio.
-Têm algo de errado aqui... – Falei.*******Visão de Greed******
-Vamos, Luna! – Corremos até a explosão.
Tinha um cara alto vestindo um manto branco e segurando uma espécie de um cajado.
-O que você está fazendo? – Perguntei.
-Procurando por isso? – Ele mostrou o centro do cajado, que era tipo uma bola de cristal.
-Que que tem esse cajado? – Perguntei sem entender.
-Idiota! – Luna bateu em minha cabeça. – Olha direito!
Forcei minha vista. Luke e Manu estavam lá dentro, em miniaturas.
-K... – Segurei meu riso.
-Qual é a sua? – Luna perguntou.
Comecei a dar gargalhadas, não tinha aguentado.
-Isso é muito bom! – Estava apontando para Luke.
-Você vai se ver comigo quando eu sair daqui! – Luke estava com uma voz fina e engraçada.
-Desculpa! – Ainda estava rindo. – Não consigo...
O cara levantou seu cajado e uma onda de luz caiu sobre nós, cegando a gente.
-Isso foi estranho. – Comecei a coçar a cabeça.
-Parabéns! – Luke estava de braços cruzados olhando para mim.
-Luke! – Falei. – Como você saiu?
-Eu não sai. – Ele retrucou. – Você que entrou.
-Oque? – Eu olhei em minha volta. O rosto do cara do cajado me assustava.
-Vocês serão o sacrifício de hoje! – Ele disse dando risadas.
********Visão de Link**********
-Isso é mal... – Falei.
-Temos que nos esconder por hora. – Disse Diana. – Não sabemos do que ele é capaz de fazer.
Concordei com ela e nos escondemos na casa mais próxima.
-Tem gente aqui dentro. – Falei.
-Vamos ficar aqui no segundo andar que eles nem vão perceber. – Ela respondeu.
-Vocês também são de fora? – Um garotinho me olhou com um sorriso alegre.
Eu assustei.
-E agora? – Perguntei para Diana.
-Vamos sequestra-lo. – Ela falou sem nenhum arrependimento.
-Ei, Ei! – O garoto falou. – Fiquem tranquilos!
Eu achei que fosse uma armadilha.
-Eu respeito vocês... – Ele continuou. – Eu posso ajudar vocês!
-Não estou muito na onda desse carinha... – Falei.
-Ele é daqui! – Diana falou. – Temos que arriscar.
O garoto nos contou que essa noite o povo da vila dele iria se reunir e oferecer coisas para a fogueira. Disse que provavelmente seriam nossos amigos.
-Isso é terrível! – Diana estava abismada.
Esperamos até a hora para agir. A fogueira estava pronta e havia uma multidão em frente a casa.
-Olhem! – O garoto apontou para perto da fogueira. – Seus amigos!
-Me larga! – Podia ouvir Greed gritando.
-E agora? – Diana perguntou.
Mas eu já estava quebrando as janelas. Eu pulei no meio de todo mundo.
-Soltem eles! – Gritei.
-Ainda tinha mais de vocês? – Um cara que parecia ser um sacerdote erguei seu cajado.Taquei minha adaga atrás dele. Tele portei até ela e chutei as costas dele, derrubando-o bem num raio de luz que caia na minha antiga posição.
-Não!! – Ele gritava dentro do cajado.
-Vocês estão bem? – Desamarrei o pessoal dos lugares.
Greed e Luke se soltaram sozinhos.
-Eu saí primeiro! – Greed estava brigando com Luke.
-Você é cego? – Luke retrucou. – Eu sai 1 milésimo antes!
Vocês davam conta disso sozinhos ne. Pensei.
Diana pulou até minha direção.
-Parece que eles estavam procurando por diversão apenas. – Ela comentou.
-Esses dois não são nenhum pouco normais.
-Você também não. – Diana sorriu para mim.
-É...
Conseguimos as coisas que nós queríamos, soltamos o sacerdote doidão e continuamos nossa jornada como se não tivesse acontecido nada.
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As aventuras de Greed: O despertar
Ficção AdolescenteNessa história, Greed, um jovem de 17 anos, procura uma razão para sua existência, por ser "diferente" dos outros. No decorrer da história, Greed vai conhecer novas pessoas, novos desafios e quem sabe um sentimento que muitos esperam ter? Será que e...