- Corre Caissy, Corre! - Claire gritava e corria em minha frente sendo mais rápida que eu. Já não conseguia mais correr, estava em meu limite, completamente sem fôlego. - Corre, corre! - ela gritava desesperada. - Quem mandou jogar vodka pura no rosto do Drew? Você é louca!
Por mais que nos esforçássemos estávamos extrapolando, não dava mais para continuar correndo. Claire foi a primeira a desistir, ela parou, apoiando as mãos nos joelhos, caindo na gargalhada. Aquela noite nunca seria esquecida, a cada risada estridente que Claire soltava me lembrava do porque estávamos correndo feito loucas pelas ruas escuras. Um cara que se sentia o fodão, pra mim ele não era nada, mas as pessoas costumavam o idolatrar. Esse cara, tentou me agarrar e eu para me defender, joguei minha bebida no rosto dele.
- Ele tentou me agarrar, tentou se aproveitar de mim, Claire! - disse me explicando, sentando no chão ao lado dela. Não dava para correr e rir ao mesmo tempo, minha barriga doía e eu não conseguia fazer as duas coisas ao mesmo tempo.
- E daí? - ela disse ainda rindo. - Caissy?! Sua louca ele é o Drew Bieber, as pessoas dizem que ele é o maior ladrão de bancos de Atlanta. Ele pode tudo, meu bem.
- Não, não mesmo. Não comigo. - falei nervosa a olhando com seriedade.
- Ata! Você viu o tamanho dos seguranças dele? Viu que aqueles homens parecem um armário? Imagina se eles conseguem nos alcançar? Tenho certeza que o Drew não iria só te agarrar, como fazer picadinho de você e de mim.
Revirei os olhos não dando importância para o que ela dizia.
- Foda-se quem ele é Claire, as coisas não funcionam assim. Ninguém toca em mim á força!
- Desculpa aê, PURITANA! - mais uma vez ela caiu na gargalhada.
Claire era e sempre foi minha melhor amiga, nós costumávamos aprontar sempre, fazíamos de tudo para estar perto do perigo. Éramos com certeza as adolescentes mais problemáticas de Atlanta.
Pulamos os muros altos do convento onde estávamos internadas sem fazer barulho algum. O dia já estava clareando e não estávamos em nossos dormitórios, era por volta de seis da manhã e sabíamos que se fossemos pegas ali, aquele horário, com aquelas roupas que as freiras condenavam e diziam ser coisas do mundo, com certeza o castigo não seria agradável.
Éramos experientes em fugir do convento para curtir a noite em lugares perigosos. Frequentávamos boates, pegas e festas. Aonde tinha um grande fluxo de pessoas e muita zoeira nós estávamos presentes, o grande problema era que esses lugares eram sempre frequentados pela grande bandidagem de Atlanta, mas ao invés disso ser um empecilho para nós, era um grande estímulo tanto para mim quanto para ela. Claire uma grande ligação e o famoso imã para confusão, as encrencas sempre nos rondavam, o tipo de adrenalina perfeita sendo jogado em nosso sangue nos impulsionando a fazer coisas loucas. Mas uma coisa que nos assombrava era ser pegas por alguém do convento, todo cuidado era pouco, mas sabíamos que tais vacilos poderiam nos levar a expulsão.
Há mais de sete anos, eu me encontrava trancafiada neste convento. Não saia daqui nem em época de festas, não fazia visitas a minha família e as que recebia também não eram frequentes. Mamãe era a única pessoa externa ao convento que costumava me visitar, mas isso não acontecia sempre, muitas vezes ela não podia estar presente e querendo ou não tinha que entender. Fui internada quando tinha apenas nove anos de idade, passei por grandes turbulências e depois de muitos anos aguentado os surtos e os temperamentos repentinos que a droga causava em minha mãe, ela resolveu me internar. Me manter longe era o único jeito para me proteger dela mesma.
Sempre ouvi dizer que meu pai abandonou minha mãe quando descobriu que ela estava grávida, desde então fui como um carma na vida dela. O fato de ser sozinha e mãe na adolescência era um fardo pesado para ela. Dizem que o vício afeta as pessoas mais frágeis e observando a as circunstâncias que cercaram minha mãe, concordo com essa tese. Presenciei coisas fortes demais para ser entendida pela mente de uma criança, muitas vezes cheguei a ouvir que eu havia acabado com a vida dela, que eu era o grande problema das coisas darem errado, talvez fosse verdade. Se eu não existisse as coisas seriam mais fáceis para ela, mas não tinha como voltar atrás, eu estava ali, era a filha dela, mas minha mãe nunca entenderia que o que eu mais precisava era do amor e do carinho dela.
YOU ARE READING
Soul Rebel
RomanceEles possuem uma Alma Rebelde! Ela é possessiva ele é maldoso; Ela é sedutora ele é manipulador; Ela é carinhosa ele é ninfomaníaco; Ela é romântica ele é frio; Ela é sincera ele é calculista; Ela precisa dele e ele não vive sem ela. Eles são oposto...