Prologo

8 0 0
                                    

Éramos tão felizes. Na infância, eu e Joshua crescemos juntos. Brincávamos juntos, ele me defendia dos garotos grandes já que eu era muito pequena até mesmo pra minha idade. Eu era pequena e ruiva. Dois motivos para que todos os meninos mais velhos da nossa rua implicassem comigo. Eu ficava assustada quando eu tinha treze anos e os meninos de dezesseis me chamavam de gostosa. Eu me escondia de tudo. Quando ele soube, me defendeu.

Me tirou de dentro de casa, andávamos por aí com ele sempre dizendo para ignorar o que os outros falam, isso começava a me dar confiança e cada vez mais confiança.

Eu comecei a realmente não me importar com a opinião dos outros. Eu tinha a vida perfeita em plenos treze anos.

Minha amizade com Joshua era forte, intensa. Eu via as outras meninas rodeadas de amigas e estranhamente não sentia inveja. Minha mãe sempre nos deixava corados quando dizia que ainda seríamos um casal.

Foi quando o ensino médio chegou. Eu e Joshua nos distanciamos. Eu entendia, ele andava mais com meninos, até com outras meninas bonitas, eu me centrava em estudar, porque eu queria muito ser arquiteta. Eu queria ser como minha mãe é. Ela e meu pai são os meus melhores amigos antes de tudo, mas doía ver Joshua me ignorar diante de tudo, e apenas trocarmos mensagens até tarde da noite como se ainda tivéssemos treze anos.

Às vezes eu pensava em tocar no assunto, mas achava melhor deixar quieto. Iria incomodá-lo e se ele ainda tinha o sonho de ser policial, eu não podia atrapalha-lo.

Então eu preferi ignorar sua ignorada. Era melhor assim, ele pratica esportes, é desejado por todas, é o menino de ouro da escola e eu sou somente mais uma.

Me centrava em tirar boas notas, em ser quem minha mãe é. Se ela conseguiu, eu também conseguiria.

Mas Joshua ainda estava em minha mente. Nossas mensagens sempre tinham promessas de que no outro dia iriamos nos encontrar. Nada. Ele não vinha, eu não ia. Estávamos travados porque quando voltávamos a nos falar, ele não parecia decepcionado em não falar comigo pessoalmente no dia anterior. Eu tentava esconder, mas a cada dia eu me sentia mais decepcionada, decepção me magoava tanto. Eu só queria meu amigo de volta.

Então, no dia 13 de Novembro, uma sexta feira quando seu time foi campeão, aquela mensagem apareceu. Aquela maldita mensagem.

Me deixe em paz.

Então, eu o deixei.

Destino IncertoOnde histórias criam vida. Descubra agora