Capítulo 4 - Perguntas e respostas

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Atravessamos o portão da grande cidade, notei que várias pessoas faziam o mesmo e logo após o portão foi fechado. O céu já estava escuro e estrelas desconhecidas brilhavam com cores diversas. Eu caminhava com a cabeça voltada para cima e tropeçava nas pessoas que cruzavam nosso caminho, Max olhou para mim sorrindo.

__Gostou do céu?

__É lindo! Como todo o resto; nunca vi tanta coisa linda ao mesmo tempo.

Chegamos a uma casa de dois andares, feita em alvenaria e grandes blocos de pedra. Tinha janelas grandes de madeira, lembravam-me as casas da costa da Grécia, não que eu tivesse estado na Grécia, mas havia visto na TV e na internet. No andar superior havia uma varanda com uma proteção de madeira.

Max abriu a porta e me arrastou para dentro, a sala era aconchegante, do lado esquerdo encontrava-se uma lareira, no chão um tapete grosso feito de lã colorida. Havia um sofá grande e confortável, eu estava distraída observando o teto, era de madeira, é claro, o assoalho do segundo andar servia de teto para o primeiro.

__Mãe, pai. – Max chamou. __Estou em casa.

Uma senhora apareceu vinda de um cômodo do lado esquerdo, era parecida com Max, tinha os cabelos loiros e os mesmos olhos, a pele era clara, e o sorriso me conquistou na hora.

__Meu filho! – ela disse em tom maternal, o abraçou e beijou seu rosto. __Seja bem vindo de volta. – ela então voltou o olhar para mim e me surpreendi mais uma vez. __Olá Victória Regina, seja bem vinda em nossa casa.

__... – Fiquei momentaneamente atordoada. Ela sabia meu nome? Como? Havíamos acabado de atravessar a porta. Fiquei de boca aberta sem dizer nada, até que percebi, com espanto que ela se aproximou e fez comigo o mesmo que fez ao seu filho, abraçou-me e beijou meu rosto. __Obrigada. – consegui dizer.

__Onde está papai? – Max perguntou.

__Ele está cuidando dos animais.

__Animais? – perguntei olhando pra ele.

__Criamos animais, ovelhas principalmente. - ela respondeu.

__Mãe, a Vic fez uma longa viagem, acho que ela gostaria de um banho e roupas limpas.

__Ah! Não. Não precisa se incomodar. Eu...

__Vic! Sei que está cansada, precisa descansar e comer. – ele disse com um olhar sério.

__Venha querida, eu já esquentei a água para seu banho. – ela então me levou a um cômodo nos fundos da casa e ao abrir a porta eu suspirei aliviada. O banheiro era ótimo, considerando as acomodações. Eu estava em uma vila ou cidade, que seja, em estilo medieval. Fiquei preocupada com o que iria encontrar, mas ali na minha frente havia uma banheira branca, semelhante a um mármore. Havia um vaso sanitário, que funcionava perfeitamente com uma caixa de descarga suspensa. Após o banho morno e delicioso, vesti um vestido de algodão, era de um tom azul claro muito bonito, de corte simples e confortável, não tinha mangas e seu comprimento ia até os joelhos em uma saia rodada.

Apareci na sala quase uma hora depois de ter sido levada ao banheiro, encontrei todos me esperando para o jantar. Max já havia tomado banho e estava com outras roupas, usava uma calça escura e uma camisa branca com mangas na altura dos cotovelos. Eles estavam em silêncio e quando eu apareci, recebi o sorriso de todos.

__Você está muito bonita. – Max levantou-se e estendeu a mão me chamando para sentar à mesa.

__Obrigada. – consegui dizer com o rosto queimando de constrangimento.

Andirá - a jovem da profeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora