Lentamente fui tomando conhecimento da grandeza do Grande Oriente. Abrangia o planeta todo e influía em todas as religiões. Havia muitos guardiões na Luz e nas Trevas. Fiquei sabendo dos outros membros da assembléia que pertenciam a ele.
- De fato companheiros, eu nada sei ainda. Estava enganado quando pensava que os livros negros haviam me ensinado tudo.
- Nós também lemos os livros negros companheiro, mas isto foi há milênios atrás. De lá para cá nada mudou, o mundo continua o mesmo: uns subindo, outros descendo e todos evoluindo.
- Nem todos, Tranca Tudo. De vez em quando alguém some na Luz ou desaparece das Trevas.
- Sim, isto também, Sete Portas, mas também isto é normal no mundo.
- É, você tem razão companheiro, nada mudou nos últimos milênios.
- Mas, digam-me companheiros. Como após tantos séculos servindo ao Grande Oriente vocês não se iluminaram?
- Eu gosto do jeito que sou, Guardião da Meia-Noite. Sou muito mais útil à Lei assim. Eu poderia ter mudado minha forma e conquistado a Luz, mas achei melhor continuar como um guardião dos caminhos, pois a Lei precisa de mim para colocar um freio naqueles que ousam ultrapassar os seu limites. Caso eu mude meu estado e queira caminhar na Luz, terei que começar tudo de novo e deixarei os guardiões da Lei sem um bom auxiliar. Então, resolvi continuar no meu reino. De lá sirvo a lei do carma e aos seus executores, podendo ao mesmo tempo ajudar a todos que um dia eu prejudiquei.
- Isto é muito digno, Guardião dos Caminhos. Somente um ente poderoso e esclarecido poderia compreender isto, os pequenos não o entenderiam.
- Para que conseguir isto deles? Irei perder meu tempo e o deles também.
Os pequenos se conformam com as coisas simples. Coisas mais complicadas só os confundem. Então, é melhor que não nos compreendam mas que nos temam, assim se conduzirão melhor.
- Vejo que tenho muito que aprender com vocês, companheiros.
- O tempo o ensinará, Guardião da Meia-Noite.
- Assim espero. Agora eu os convido a irem a uma festa.
- Onde é a festa?
- Em uma mansão próxima daqui. Lá a bebida é farta e poderemos saciar nossa sede.
- Eu aceito, mas só se puder levar minhas meninas - falou o Guardião dos Caminhos.
- E eu se puder levar meus auxiliares - falou o Guardião das Sete Portas.
- Então chamem-nos e iremos até lá!
Pouco depois o castelo ficou cheio de gente das Trevas.
-O Guardião dos Caminhos tinha uma falange de belas mulheres. Eu perguntei o porque daquilo.
- Eu tenho os escravos também, mas quando vou me divertir levo somente elas. Quanto a eles, que procurem diversão por conta própria.
- Mas para que tantas mulheres?
- Eu tomo conta delas e isto é o que importa. É meu modo de ser não o mudo nunca.
- Entendo. Não vou querer saber mais nada.
- Assim é melhor, companheiro. Também não quero saber porque você manda para a Luz tantas mulheres quanto pode. Assim como você acha um absurdo alguém ter tantas mulheres ao seu lado, eu acho um desperdício mandar tantas para a Luz.
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O Guardião da Meia-Noite
EspiritualEste é um livro de ensinamentos éticos, envolvendo os tabus da morte e dos erros vistos sob uma nova ótica. Nova porque somente agora está sendo quebrada a resistência da ciência oficial, mas que é, realmente, muito antiga, anterior aos dogmas que i...