7| I'll always help you

152 13 2
                                    

"Don't get you close, is dark inside, is where my demons hide, is where my demons hide"
                          — Imagine Dragons.


O decorrer da festa foi resumido em uma comemoração agradável e uma troca de olhares constrangidos.

Tudo bem, tudo bem, admito que os olhares constrangidos na verdade vinham da minha parte, até porque o todo poderoso Cameron Dallas se mostrava impassível. Nem preciso dizer o quanto isso me irritava. Perceberam que de uns tempos pra cá tudo me irrita?

Quando todos os convidados foram embora, finalmente, minha tia e Adam se dirigiram até a parte de trás da casa e se sentaram à beira da piscina, numa conversa cheia de risos e carícias. Enquanto isso eu fiquei petrificada na porta de entrada, tentando respirar fundo. Eu não queria ter que ficar sozinha num cômodo com ele. Eu não conseguiria.

Eu não entendo a bagunça que esse garoto está fazendo comigo e com o meu emocional. Sinceramente. Estar ao lado dele me faz sentir como se estivesse numa montanha russa de emoções. Num momento você está no topo mas, quanto maior a altura, mais feia é a queda.

Subo as escadas correndo, sem olhar para sua direção, e me tranco em meu quarto. Saber que ele vai estar aqui, bem ao lado, separados apenas por uma parede, me deixa um pouco inquieta. Maldita hora em que Adam decidiu dormir aqui!
Vou até o banheiro e tomo um banho extremamente quente. Quando saio, eu pego um babydoll na gaveta e me troco. Fico um tempinho lendo "Orgulho e preconceito" e depois desligo as luzes para dormir.


Acordo sobressaltada assim que ouço barulhos esquisitos vindos do quarto ao lado. Cameron.

Jogo as cobertas para o lado e corro até lá, abro a porta e o encontro deitado, embaixo das cobertas, remexendo-se compulsivamente e gritando como louco. Estava tendo um pesadelo. Olho de um lado para o outro à procura de Adam mas provavelmente ele deve estar dormindo. Caminho até o pé de sua cama e o chamo diversas vezes, porém ele não escutava.

— Cameron? — insisto sentando-me ao seu lado e chacoalhando-o pelos ombros. Ele sussurrava algumas coisas incoerentes e eu fazia um esforço para tentar ouvir.

Morgana... — ele choraminga. Algumas lágrimas escorriam pelo canto dos seus olhos. — Eu não sou culpado... Eu a amo. Não sou culpado.

Limpo o suor que escorria por sua testa e passo meu dedo por seus cabelos no intuito de acalmá-lo. E aos poucos eu fui conseguindo. Algumas vezes, ele levava a sua cabeça de encontro com a minha mão, como se quisesse mais das minhas carícias. Como se necessitasse de mais.
Ele abre os olhos e, assim que me vê, os arregala. Num pulo, ele se senta e olha para os lados com o cenho franzido.

— O que houve? — pergunta baixinho com a sua respiração entrecortada.

— Você estava tendo um pesadelo — levanto-me da cama e pego um pouco da água que ficava no criado-mudo. Entrego o copo à ele e me sento novamente. — Com a Morgana — completo.

Ele me olha pelo canto do olho e vira toda a água do copo num gole, se engasgando logo em seguida. Tosse algumas vezes e limpa a boca com as costas da mão.

— Eu estou bem — ele diz. — Já pode ir dormir. Desculpa por ter te acordado.

Solto um suspiro de descontentamento e concordo com a cabeça. Eu nunca conseguiria fazê-lo confessar algo. Esse garoto é muito cabeça dura e eu já estou ficando de saco cheio.
Toda vez que eu penso que ele finalmente está baixando a guarda, ele levanta os muros novamente e se isola. Eu queria poder ajudá-lo, mas assim fica difícil.
Quando estava prestes a sair, ele me chama novamente e eu me viro em sua direção. Agora, olhando melhor, eu vejo todo o seu tórax descoberto e seus gominhos à mostre. Ele estava sem camisa esse tempo todo? Santo Deus!

Insane Onde histórias criam vida. Descubra agora