O som inebriante do vento que batia em minha janela me deixava em êxtase. Aquela hora a bebida já conseguia deixar meu pobre corpo dormente. Foi só a lua da o ar da sua graça, para que os sentimentos que afastei o dia inteiro de dentro de mim, me fizessem entrar em combustão.
No fundo queria acreditar que aquilo tudo era irreal, mais não pude. A vida me fez acreditar que a realidade podia realmente ser cruel. E eu era prova viva disso tudo.
Charlie era um cara estranho, mais carregava consigo um imã. Algo que o fazia inebriante a todos os olhares. Eu posso não ser a melhor pessoa do mundo, mais se tinha certeza de algo na vida, e que era melhor do que ele.
Meu nome era Sharon. Tinha vinte anos. E dentro do meu ventre carregava o filho daquele infeliz. Tive de largar os piercings, e desistir da tintura arroxeada que cobria todo o comprimento do meu cabelo. De mim apenas sobraram as tatuagens e do meu passado sobrou a guitarra encostada a parede ao lado do guarda roupa.
Desisti do mundo. Desisti de tudo. Mais se existia algo de que não desistiria era do meu filho. Meu filho. Esse sim tinha um bom coração. Esse sim era meu, meu mundo, meu tudo.
Charlie sempre lhe visitava. Afagava-lhe o rostinho o fitando com seus olhos azuis e barba abundante. Um ano depois do nascimento do bebê o pai foi embora e manteve-se afastado de Edward, meu filho, até este completar quatro anos.
Aí sim, ele voltou com tudo. Inclusive com suas garras a mostra. Edward se escondia aonde podia enquanto olhava nos meus olhos, vendo-me sofrer com certos atos violentos. E sim, ele via tudo. Tudo o que é considerado demais até para um adulto, meu pequeno tinha o desprazer de ver.Um certo dia, Charlie chegou em casa drogado. Abusou de mim até a morte. Edward apenas podia ouvir meus gritos de dor, e ver sua própria família se destruindo.
Os últimos atos que me lembro daquele dia, são dos gritos de horror de meu pequeno e de seus pequenos passos apressados. Duas semanas foram o suficiente para aquele homem arruinar as nossas vidas.
Se conto esta breve estória para vocês, eis por que quero que saibam que um dia irão conhece-lo. Edward meu menino. Meu anjinho...
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O Pulo do Gato (Romance Gay)
RomanceEdward, um jovem de dezesseis anos, mora com o tio desde o assassinato de sua mãe, cometido pelo próprio pai. Ainda guarda lembranças fortes e assustadoras sobre o ocorrido. Mais nada o impede de ser o menino doce e carismático que é. Seu amor...