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  "Os braços esticados em seus máximos. As pontas dos dedos tentando alcançar com toda vontade os Sacos Individuais de Suprimentos. Quando conseguem, os olhos brilham profundamente em desejo de conseguir voltar para o lugar de onde quer que vieram, sem que nenhum problema aconteça durante o caminho. Suprimentos intactos. Pegos e levados. Os Postos de Entregas ficam longe. Nas Ruínas das Cidades. Onde os restos de construções que ainda teimam em ficar de pé, servem de abrigos que despertam as coisas mais cruéis que as pessoas carregam na alma. Muros altos. Pintados de vermelho; os postos. Misteriosamente preservados. Eles são donos de todos os segredos que sobraram. Todos que se consegue lembrar. Eu tinha conseguido. Naquele dia a entrega estava sendo uma das mais pacíficas. Todos estavam conseguindo o que haviam ido buscar. Quase sem gritos ou empurrões. Alguns até ameaçavam uma esperança de sorriso. Estranho... Eu deveria ter desconfiado! Foi quando os gritos e empurrões reapareceram. Calor. Medo. Desespero. Três explosões quase que simultâneas, para acabar logo com tudo. E eu corri, segurando contra o peito a mochila carregada de Suprimentos. Corri, quase comemorando por aparentemente ter conseguido fugir. Então eu senti o fogo correndo atrás de mim, junto comigo. Minhas costas esquentaram. Eu estava pegando fogo..."


CONTINUA... 

Azul - A Cor do Último SonhoOnde histórias criam vida. Descubra agora