Jack estava com um pouco de medo de falar para seu pai sobre o que estava acontecendo, mas ele não poderia ficar calado. Sua mente estava acelerada, vários pensamentos tomava a sua cabeça. Sem que fosse de sua vontade as palavras de Helena soavam em sua mente "Ele não acreditará em você e vai te expulsar daqui. Eu vou gostar, porque tudo ficará mais fácil".
Mesmo atormentado ele não queria ficar com a boca fechada, precisava expressar tudo que estava sentindo.
Queria falar que Helena havia pegado seus papéis, mas não podia, pois não tinha provas e queria surpreender seu pai com seu trabalho. Se ele contasse sobre seu livro, não seria da maneira que ele imaginava. Então falou o que Helena realmente era, não mencionando seu trabalho.
— Essa mulher é falsa, ela está te enganando. Nunca te amou e nunca vai amar, pois ela é uma pessoa sem sentimento.
— Como você pode dizer isso de Helena? Ela me beija intensamente, sinto que ela me ama — Juan disse.
Helena escutando o que seu noivo havia dito, o abraçou. Disfarçadamente ela piscou para Jack, e sorriu falsamente.
— É claro que Helena dá os melhores beijos, ela está acostumada. Com certeza já passou na mão de muitos.
— Você vai deixar ele falar isso de mim amor? — Helena falou fingindo chorar.
— Eu sei o que você quer Jack.
— O que eu quero? Você pensa que quero seu mal?
— Você sente falta da sua mãe, e não quer que eu tenha outra mulher. Sua vontade é me ver sozinho, triste e solitário.
— Você exagerou um pouco. Confesso que antes preferia você sozinho, mas não posso te contrariar. O único problema é que essa mulher não é a pessoa certa para você, você deveria ter uma pessoa que realmente te ama.
— O que ela fez para você?
— Diz ao seu pai o que eu fiz. Você não tem nada para dizer, não tem provas contra mim.
Jack ficou por um tempo calado, ele estava se achando um ignorante. Mas não resistiu a sua fúria e falou mais sobre Helena, deixando-a envergonhada.
— Essa mulher me disse no hospital que se eu pensava que minha vida seria fácil, eu estava engando e que faria você amá-la cada vez mais e simplesmente me esquecer. Não esqueço quando ela me disse que Ma... Esquece não adiantaria falar disso nesse momento — Jack se entristeceu.
Ele tinha lembrado do momento em que Helena havia falado que Mary o esqueceria.
"Não só ele lhe esquecerá, a mulher que estava aqui também".
Realmente aquilo estava acontecendo e ele não poderia ficar sem fazer nada para reconquistar Mary.
— Você disse isso Helena?
— É claro que não, você acha que se eu não amasse você estaríamos noivos?
— Você tem razão amor, passamos tantos momentos felizes. Não tem como acreditar que você está me enganando.
— Você prefere acreditar nela, do que no seu próprio filho? —
Jack reclamou.
— Filho você não está acostumado com Helena, por isso tem tais pensamentos ruins quanto a ela. Fica tranquilo, pois isso vai passar.
Jack queria gritar com seu pai, e acabar com Helena, sua paciência estava esgotando, mas se controlou para que as coisas não ficassem piores.
— Preciso falar com você em particular outro momento — Jack disse colocando o dedo no rosto de Helena.
— Toma cuidado Jack! Você pode acabar mal com mentiras — Juan disse.
— Você que vai acabar mal se não ouvir estas mentiras.
Jack estava muito preocupado com seu livro, mas se acalmou depois que lembrou que tinha prova de que o livro era dele.
— Se Helena pegou meu textos para publicá-los, ela acabará mal — Jack pensou.***
Andando rumo ao ponto de ônibus, Jack passou em uma floricultura.
— Eu sei que muitas pessoas dão flores para a pessoa amada, por isso queria fazer diferente, porém isso é oque eu posso dar, tirando meu amor. Espero que Mary não seja egoísta como Kelly.
Comprou algumas rosas vermelhas e correu ao ponto, mas infelizmente o ônibus tinha acabado de sair.
Triste, Jack olhou o ônibus ir e desaparecer. Coçou a cabeça e decidiu ir andando até a casa de Mary.
— Talvez eu demore uma hora para chegar até a casa dela sem ônibus, mas o importante é que eu vou chegar.
Saiu caminhando, e quando chegou perto de uma praça parou para descansar. Ele estava com o rosto todo vermelho.
— Essas rosas estão murchas, o que você vai fazer com elas? — uma senhora perguntou se sentando ao lado de Jack.
— Eu vou dar para uma mulher que eu amo muito.
— E você acha que ela vai gostar dessas rosas?
— Eu acho que não estão muito bonitas, mas eu preciso conseguir o perdão por algo que fiz que ainda não sei o que é. Eu ligo para ela e sou ignorado, fui na casa dela e não fui recebido.
— Meu filho o melhor presente que se pode dar a uma mulher é atitude — a senhora disse baixinho.
— Que atitude?
— Você tem que fazer algo para impressioná-la, tem que mostrar a ela que você não é o que ela pensa. Presentes ajudam, mas não é o mais importante.
— Como você sabe disso?
— Eu tenho 70 anos, também fui jovem, tive namorado e depois esposo por 45 anos. Hoje sou viúva, mas quando namorava tive um pensamento equivocado sobre meu namorado, mas com atitudes ele me mostrou que eu estava pensando errado.
— Você tem razão! Vou pensar o que eu posso fazer.
— Pense bem.
— Vou atrás dela agora, obrigado pelos conselhos — Jack sorriu.
— Boa sorte! — a senhora disse se despendindo.
Jack atravessou a rua e depois de andar dois quarteirões, escutou uma voz conhecida que o chamava.
— Jack!!! — o homem gritou.
Olhou para todos os lados mas não viu ninguém.
— Eu estou aqui, o homem disse na porta de uma loja de sapatos.
Jack ficou espantado quando viu quem era, ele não estava acreditando.
— Wilton? — disse impressionado olhando para ele e para a moça ao lado dele.
— Sim, eu e Bruna, minha namorada.
— Fico muito feliz por vocês. Você merece tudo isso Wilton.
— Obrigado! — respondeu abraçado com Bruna.
Jack estava muito feliz porque Wilton estava com uma vida nova, mas estava com um pouco triste porque sua vida continuava a mesma. Ele não queria estar daquela forma, não gostava de ter inveja, sabia que não era algo bom.
— O que vocês estão fazendo aqui?
— Estou de férias, por isso viemos fazer umas compras. Você quer andar conosco?
— Não posso, vou na casa de uma mulher.
— Não perde tempo — Bruna deu risada.
Jack riu também, mas ao mesmo tempo estava acabado.
— Se você quiser podemos ir juntos — Wilton disse.
— Tenho certeza de que você não vai querer andar muito. Aqui perto não passa ônibus agora — Jack disse.
Wilton pegou a chave de seu carro, e destravou as portas.
— Eu levo você.
Jack ergueu as sobrancelhas e com os olhos arregalados, entrou no carro. No caminho, ele percebeu que pelo menos alguma coisa boa havia acontecido aquele dia.
— E estas rosas? — Wilton perguntou olhando Jack pelo retrovisor.
— Talvez darei para minha amada. Se eu não tivesse perdido o ônibus, elas poderiam estar melhores.
Jack realmente havia perdido o ônibus e as rosas, mas o mais importante é que ele tinha ganhado tudo de volta. Uma carona e um presente para dar a Mary: atitude.
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Lutar para Conquistar
De TodoJack perdeu sua mãe e grande tristeza tomou conta dele. Tempo depois houve o término do seu namoro com Kelly, o que o deixou ainda mais angustiado e o fez jogar as alianças de compromisso. Jack só não imaginava que elas poderiam mudar a vida de um m...