Por: André
É meu aniversário de 18 anos e eu deveria estar feliz. Bom, eu fiquei extremamente feliz por estar com meus amigos e com Helena. Deus, como meu coração se enche de ternura quando penso ou vejo a dona desse nome.
Acho que ela demorou um pouco para me notar, para saber que eu a via com olhos diferentes, para perceber que nós fomos feitos um para o outro. Sim, eu tenho a plena convicção de que fomos. Até imagino Deus, antes de nos criar, escrevendo em seu bloco de notas e pensando:
"Brad Pitt feito para Angelina Jolie.
"Harry Styles para Louis Tomlinson.
"Helena Drummond para Caio Castro... Não, melhor ainda. Helena Drummond para André Oliveira."
Depois que a conheci, as outras garotas tornaram-se homens musculosos e nojentos. Argh! Só tive olhos para ela. Ok, Letícia até que era um "homem" atraente e tentador e eu poderia muito bem ter me tornado gay ficando com ela, pelo menos até Helena me enxergar.
Letícia até tentou mexer com a minha cabeça, então quando ela se jogou para cima de mim no clube, eu olhei para Helena e não tive dúvidas de que só existia ela na minha vida. Levei Letícia para um lugar reservado e me abri com a garota. Disse que não poderia rolar nada entre mim e ela, porque eu estava apaixonado por Helena. Eu juro que fui delicado com Letícia, porque não sou de destratar nenhuma mulher. E ela respondeu: "Mas ela está com outro, chuchu." Não entendo porque ela me chama assim.
No fim, entramos em um acordo e eu achei que poderíamos nos tornar amigos. No fundo, Letícia parecia ser uma pessoa legal. Mesmo que ela tenha me dado um beijo inesperado na manhã seguinte à confusão do clube, eu quis me deixar ser beijado para saber o que eu sentia de verdade. E eu não senti absolutamente nada, pois minha cabeça estava longe.
Estava com a cabeça na garota de cabelos negros e sorriso fácil, que se transforma em deusa quando fica bravinha. Que cora e se arrepia quando eu chego perto. Que sem perceber me puxa para junto de si, como um imã. Eu adoro cada movimento seu e cada palavra proferida por sua vozinha doce e firme.
Ela estava "namorando" aquele riquinho de nariz em pé, que não estava nem aí para ela, mas eu soube que poderia ter a minha chance. Eu esperaria.
Sim, eu acho que fui bobo por não ter me aberto para Helena antes. Mas eu só queria que ela descobrisse sozinha seus sentimentos por mim e acho que descobriu. Ela me enxergou.
Não acho que irei conseguir esquecer aquele beijo que recebi e retribuir com tanta paixão. Tudo havia parado à minha volta e eu só consegui vê-la e senti-la. Quis naquele momento e ainda quero passar todos os dias da minha vida ao lado daquela garota.
Mas algo me afligia. Eu estava ali andando pelas ruas de João Pessoa, desejando por tudo no mundo, que minha felicidade fosse completa. Olhei para meu celular por alguns segundos e tomei coragem de ligar para casa, com a intenção de falar com meu pai e meu irmão, já que eles não me ligaram.
- Oi, pai - falei com receio, quando ele atendeu. Eu estava em frente ao hotel agora.
- Você me acordou. O que quer? - ele disse, com voz de sono. Parecia irritado.
- An... Desculpa. Eu... Eu só queria desejar Feliz Ano Novo.
- Só isso? Então tá bom. Agora preciso voltar a dormir - ele falou, sem me desejar feliz aniversário nem nada.
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O Verão de HELENA
Fiksi Remaja"Essa pode parecer só mais uma daquelas histórias clichês, onde a mocinha aparece pela primeira vez na cozinha, conversando com sua mãe e comendo uma maçã. Mas cada história segue um rumo e a minha, que seguia em linha reta, passou a fazer curvas be...