Capítulo 3- O Jardim

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O ar fresco batia ao meu rosto pálido, deixando minhas bochechas com um tom avermelhado. Rose deu um piu baixo e se emplumou. Respirei fundo e segui pela grama até o jardim interno, atrás da casa.

A quantidade de roseiras florescidas e bem cultivadas era magnífico. Sempre me surpreendia quando olhava da janela do quarto o jardim dos fundos.

-Lugar fantástico, não é Rose?- Falei dando um sorriso e olhando ao redor. Algo chamou minha atenção, dirigindo meu olhar sobre uma frágil e única rosa branca que florescia no meio daquela imensidão de rosas vermelhas, me lembro bem deste dia.

Os jardineiros se confundiram e erraram, plantando rosas brancas em vez das vermelhas, como minha mãe não se agradou com as delicadas e simples rosas brancas recém plantadas podia se ver os jardineiros com afiadas tesouras na mão, cortando, acabando e arrancando as flores brancas daquele jardim antes vazio.

No lugar das mesmas, foram plantadas rosas avermelhadas, com suas pétalas banhadas ao vermelho sangue. Por simples descuido de olhares, um pequeno broto de rosa ainda não florescido crescia. Mais tarde naquele mar vermelho se olhasse com atenção notaria uma pequena rosa branca ainda viva. Única.

Caminhei mais adiante, focando na cerca. Apertei levemente a gaiola em minha mão e chegando perto da cerca. Algumas vezes em que consegui passear e explorar o jardim, conhecia alguns truques ou imprevistos. Coloquei a mão na cerca e tateei pelas tábuas, procurando uma das tábuas que se encontrava solta.

Puxei devagar deixando um buraco para eu poder passar. Rose soltou um assobio de nervosismo.

-Relaxa! Vamos voltar logo! – Falei tranquilizadora, passando primeiro a gaiola e em seguida passando com cuidado para não me sujar. Ajeitei a tábua ao mesmo lugar de antes, sem deixar vestígios de que foi movimentada ou mexida.

Estava diante da verde imensidão das árvores. Uma ansiedade e curiosidade começou a aparecer. Corri, entrando e me perdendo no verde...

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-O dia está lindo hoje, não Rose?- Perguntei, recolhendo e colhendo mais algumas flores silvestres que achei pelo campo em que passeava.

"Que lugar mai bonito! Fiquei meio preocupada em sair de casa, mas..."

-Como é bom andar por esse céu nublado... Foi bom ter vindo Rose!- Falei olhando a pequena rouxinol que respondeu assobiando.

Voltei a pegar a gaiola nas mãos juntamente com o pequeno buque e voltar a caminhar mais adentro.

"O que será aqueles brilhos pequenos que vem do fundo da floresta? Acho que vou até la ver..."

Olhei maravilhada, um passo. Rose começou a se agitar em sua gaiola e a piar mais alto e seguidamente.

-Está bem! Não vou. Se for mais longe do que isto é capaz de eu me perder.- Soltei uma risada travessa. –Não se zangue! Hahaha!

Observei mais um pouco a vista ao meu redor. Respirei fundo tentando gravar cada detalhe em minha mente, uma de meus vários momentos que ficariam salvos em minha memória. Memórias... Meio vagas talvez, algumas doces e outras tristes.

-Então vamos embora...- Peguei a gaiola no colo. Um zumbido estranho me chamou atenção e me fazendo parar. Direcionei o olhar para o céu e ao redor das copas das árvores, procurando e tentando seguir o som. Pude sentir algo pousando na gaiola próximo a minha mão. Era uma abelha.

-ARGH!!! EU ODEIO INSETOS!!!- Gritei pelo susto, deixando por acidente a gaiola cair ao chão. Me encolhi no chão um pouco assustada. Quando me dei conta, ouvi um bater de asas.

"O quê...? Não acredito...!"

Rose havia se ido...

-Rose!!-Gritei alto, porém, era tarde demais... Rose já estava longe.

AprisionadaOnde histórias criam vida. Descubra agora