Minha infância é longa, então vou dividir-la em duas partes. A primeira até os meus 6 anos, e a segunda até os meus 15.
Com 3 anos começamos a estudar, eu e minha irmã em salas diferentes. Uma das coisas que talvez mais seja engraçada é que nossos pais levavam a gente em carros diferentes! Pois é !
Com 4 anos estávamos brincando no quintal da frente, quando minha irmã pegou uma pedra e jogou em mim, e então, começamos uma briga de pedras (Aham, exatamente, de PEDRAS!) e então minha irmã jogou uma pedra na minha testa, que começou a sangrar! daeu meus pais saíram dentro de casa gritando e brigando, e quando viram a cena, minha mãe me pegou no colo e meu pai pegou Teresa no colo. Eles começaram a brigar, não lembro!
Só sei que minha mãe ficou braba, entrou dentro de casa, pegou tudo o que viu pela frente, colocou no porta-malas do carro. Me colocou na cadeirinha, e falou para meu pai :"Adeus."
Formos no hospital, levei dois pontos na testa, e então seguimos estrada e formos até uma cidade próxima, paramos em um hotel e ficamos lá até minha mãe conseguir uma casa. Eu não entendi nada, só que estávamos longe. Minha mãe toda hora tentava me acalmar, e eu sempre medrosa.
Depois que ficamos estabilizada na casa (Isso demorou umas 3 semanas) meus pais assinaram o divórcio. Então meu pai começou a pagar pensão pra mim. Passamos muitas dificuldades, então minha mãe arrumou um emprego e me deixou numa creche.
A Creche era muito boa, mas eu fiquei muito sozinha. Foi um choque eu vivia com minha família, minha irmã gêmea que estava sempre comigo... e do nada eu estava sozinha. E como eu era criança, não sabia explicar o que tava acontecendo, então eu comecei a fazer birra, não queria comer e essas coisas.
No natal minha mãe me deixou na casa do meu pai, e então eu estava tão magra que a família se espantou. Mas, alguns meses distante da minha irmã não me fez brigar menos com ela, e então as coisas continuaram assim.
Aos seis anos eu e minha irmã falávamos via cartas. Foi nessa época em que papai começou a namorar com uma garota. Teresa, apesar de ter sido a irmã mais mimada, ela sempre pedia para trocar de lugar comigo, mas eu nunca queria sair de perto da minha mãe.
O que mais me marcou nessas época foi que eu não entendia nada, mas eu aceitava, por que de alguma forma, as crianças se conformam com o que os adultos fazem, por que elas sempre acham que eles vão o proteger, o que é verdade, ela me protegeu de muita coisa.
Tive tuberculose aos 5 anos e meio, e então meu pai ficou comigo no quarto do hospital. Foi a primeira conversa séria que tivemos sobre a separação, e eu lembro muito bem disso.
- Filha, você sabe que eu te amo, mesmo que pareça que não. Você sabe que as coisas não estão fáceis na nossa família, mas eu faço de tudo por você, e eu penso em você antes de dormir. Não ache que só por que Teresa mora comigo, significa que eu goste mais dela. Você sabe que não né?
E eu então balancei a cabeça.
-Você me entende né Natali? entende mesmo?
-Sim papai , eu entendo - e então eu o abracei.
-Prometo que mais tarde as coisas vão se resolver. -
então eu sorri
-Feche os olhos meu amor, isso só vai doer um pouquinho.
-E então me anestesiaram.
Quando acordei tinha uma caixa vermelha nas minhas pernas, era um presente do papai... e adivinha? Era um telefone! E por que ele me deu isso? bem, para eu conversas mais com eles.
No nosso aniversário de 6 anos, viajamos para uma praia, era o nosso sonho ver o mar.
Algumas fotos da minha infância <3 (ps.: Fotos do google, mas que são representações)
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O jogo vira
Novela JuvenilAprendi a amar a incerteza, aprendi a gostar do destino. Foram tantas loucuras em uma vida só, em um mar que eu não sei se eu paro e admiro, ou continuo a remar. Tudo começou em uma noite de tempestade,quando a família Grampmotta estava reuni...