Tratar do Hamster

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- Ora, cá estamos - disse a Cristina à sua melhor amiga Raquel, ao mesmo tempo que fazia rodar a chave na porta detrás da casa dos vizinhos. - Dentadinha! São horas do pequeno-almoço! - gritou ela, abrindo de par em par a porta. E sorrindo, disse para a Raquel
- Espera um bocadinho que já o vês. É um amor. Eu adoro tratar dele!
O Jaiminho, vizinho da Cristina, tinha-lhe pedido que desse a comida ao Dentadinha, um pequeno hamster cor de laranja e branco, enquanto ele e os pais estavam ausentes.
A Cristina dissera logo que sim.
- Só precisamos de lhe encher o comedouro de comida e dar-lhe água - disse a Raquel. - E se tivermos sorte, talvez ele venha comer as sementes de girassol da nossa mão!
- Que amoroso! - disse a Raquel. - Onde é que está a gaiola dele?
A Raquel sentia-se entusiasmadíssima, seguindo a amiga. Era afinal outro animal de estmimação!
A Raquel estava a passar uma semana inteira com a familía da Cristina e logo no primeiro dia das férias haviam encontrado no País das Fadas as Fadazinhas dos Animais de Estimação que lhes tinham pedido ajuda. O Génio do Gelo também queria ter um animal de estimação, mas no País das Fadas eram os animais que escolhiam os seus donos, e nenhum escolhera o Génio do Gelo. Este ficara tão aborrecido com isso que roubara os animais de estimação mágicos das Fadazinhas!
Felizmente, estes tinham fugido do Génio do Gelo para o mundo dos humanos, mas isso queria dizer que andavam agora perdidos!
A Raquel e a Cristina ajudavam as Fadazinhas a encontrá-los primeiro que os duendes ao serviço do Génio do Gelo. Até ali, as meninas haviam encontrado quatro
O gatinho, o coelhinho, o porquinho-da-índia e o cachorrinho.
A Cristina e a Raquel atravessaram a sala até à mesa onde estava colocada a gaiola do Dentadinha. Mas quando ali chegaram, viram imediatamente que acontecera qualquer coisa má
A porta da gaiola estava toda aberta!
- Oh não! - exclamou a Cristina. - Não me digam que o Dentadinha fugiu logo no primeiro dia em que eu venho tratar dele!
Cuidadosamente meteu a mão dentro da gaiola e procurou o pequeno hamster no meio das aparas de madeira e das tiras de jornal mas tarde de mais
A gaiola estava vazia.
Ela e a Raquel começaram à procura dele em todos os lugares da sala onde pensavam que pudesse estar. Procuraram debaixo da mesa, à roda de todas as cadeiras e atrás da televisão. Mas não havia sinal do hamster do Jaiminho.
- Dentadinha! - gritou a Raquel, pegando na tigela da comida e chocalhando-a.
- Dentadinha, anda cá, tens aqui de comer!
- O Jaiminho vai ficar tão afilito se chegar a casa e der por falta do Dentadinha - disse a Cristina, ansiosamente.
- Dentadinha! Onde é que estás?
- Ele pode estar com certeza em qualquer lugar da casa - disse a Raquel.
- Vamos tentar ver noutra sala.
A Cristina acenou que sim, e as pequenas saíram da sala de estar. Mas quando chegaram à porta, a Cristina viu uma coisa, e curvando-se para examinar o tapete, gritou:
- Olha Raquel. - Apanhou uma apara de madeira caída, e segurou-a triunfamente. - Uma pista!
- Pode ter vindo agarrada a uma pata do Dentadinha quando ele trepou para sair da gaiola - suspeitou a Raquel.
- Olha, está ali outra à entrada da porta. E mais outra!
As duas meninas seguiram o rasto das aparas até ao hall e principiaram à procura em volta do cabide e da mesa do telefone.
A Cristina pegou no correio que viera nessa manhã e estava em cima do tapete, e reparou que alguns dos sobrescritos estavam um pouco amarrotados.
- Olha! - exclamou. - Alguém esteve a rasgar o correio! - Depois sorriu, ao perceber o que acontecera.
- Os hamsteres rasgam papel para fazerem ninhos, não é?
- E acrescentou:
- Acho que o Dentadinha começou a tentar fazer aqui um ninho!
- Deu uma gargalhadazinha ao pôr o correio em cima da mesa, fora do alcance dele.
- Para onde é que terá ido a seguir?
- Por aqui - disse a Raquel, avistando dois bocados de papel rasgado perto da cozinha.
- Anda cá!
Na cozinha, as meninas espreitaram debaixo da mesa e das cadeiras mas não havia sinal de um pequeno hamster peludinho!
- Alguém deu umas dentadinhas neste fruto - disse a Cristina, tirando da taça da fruta uma maçã. Dentes pequeninos haviam deixado marcas em vários sítios.
- O Dentadinha deve ter parado aqui para fazer uma leve refeição.
- Depois a Cristina franziu a testa. - Mas como foi que ele subiu à bancada da cozinha?
A Raquel apontou para um cortinado perto dali,e observou:
-Os hamsteres têm patas fortes. Calculo que o Dentadinha tenha trepado pelo cortinado para chegar ao alto da bancada.
- Sorriu ao imaginar a cena. - O Dentadinha é muito esperto, não é?
- É - concordou a Cristina, examinando a cozinha e os cortinados na esperança de avistar o brilho de um pêlo cor de laranja e branco.
- Mas ele já aqui não está.
É melhor continuarmos a procurá-lo.
De repente, a Raquel deu logo um alerta, e pondo um dedo nos lábios, segredou à Cristina:
- Chiu! Que barulho é este?
Ambas ficaram caladas à escuta com a maior atenção. Conseguiram mesmo ouvir um leve som de raspar que vinha do lado do hall.
A Cristina sorriu para a Raquel, e disse:
- Uff! Deve ser o Dentadinha a coçar-se.
O que precisamos de fazer é seguir na direcção daquele som que nos vai levar direitinhas a um hamster muito aventureiro!
Em bicos de pés saíram da cozinha em direcção ao ruído de quem estava a coçar-se.
O som parecia que se ia tornando mais forte à medida que se aproximavam de um armário debaixo da escada.
- Dentadinha, vou apanhar-te! - Disse a Cristina, dando uma gargalhadazinha.
Avançou para abrir a porta do armário, mas antes de poder lá chegar, a porta abriu-se sozinha... e pulou cá para fora um dos horríveis duendes verdes do Génio do Gelo!

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⏰ Última atualização: Feb 08, 2016 ⏰

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