aliado

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Faziam cerca de três dias que os Jogos haviam começado e esse era exatamente o tempo que Junhong não tinha uma verdadeira refeição.

Havia encontrado algumas frutas comestíveis – e só graças ao que aprendeu durante o treinamento, foi capaz de distingui-las das venenosas – e também tinha a água que havia conseguido na cornucópia ao fim dos sessenta segundos no primeiro dia. Não havia ingerido nada mais além daquilo.

Sua situação era deplorável, os cabelos estavam bagunçados e sujos, seu rosto estava arranhado e vermelho e em alguns pontos, quase em carne viva.

Os dias na arena eram sufocantes e as noites congelantes, mas para sua sorte, conseguiu achar um esconderijo um pouco mais quentinho para dormir.

Ele poderia se esconder, comer de vez em quando e ganhar os Jogos dessa forma, já havia visto aquilo acontecer antes. Ele tinha chances.

Isso é claro, se estivesse atento ao resto dá arena e não só em si. Infelizmente, a pouca comida o deixava cada vez mais lento e viver em um distrito onde se alimentava diversas vezes ao dia não o ajudava, nem um pouco.

Talvez, esse tenha sido o motivo para que ele não notasse o garoto moreno do distrito 9, se aproximando sorrateiramente com sua lança em mãos, ocupado demais procurando boas frutas em um dos arbustos que parecia promissor.

Bang Yongguk pisou em um galho seco e o Choi, depois de vários minutos concentrado em coletar alimento, notou finalmente, que havia alguém ali. Virou-se, assustado.

Os olhos do mais velho mostraram compaixão quando encontrou com os do loiro. Mesmo que já tivesse o visto durante os treinamentos, apenas naquele momento o par de olhos acastanhados lembravam-no o irmão mais novo em casa, e foi inevitável não imaginar Jongup em seu lugar. Os mesmos olhos doces e as mesmas linhas quase infantis no rosto do garoto, não deveria ter mais que quatorze anos.

Bang sentiu o coração apertado, enquanto os olhos do mais novo mantinham-se arregalados ao ver o quão afiado a ponta da lança era, quase brilhando contra à luz do sol.

Yongguk abaixou-a aos poucos, vendo Jongup cada vez mais no garoto. Será que o irmão mais novo veria aquele momento durante a transmissão obrigatória daquela noite? Esperava que sim, já que aquele seria seu primeiro aliado.

Junhong levantou-se aos poucos desconfiado. Sua mãe lhe disse para não confiar em ninguém dentro da arena e o último conselho da mulher quando se despediu, ecoava na mente do único filho. O mais velho sorriu amigável, fazendo Junhong confiar um pouquinho mais no rapaz.

Yongguk estava prestes a dizer algo doce para o rapaz quando o corpo do loiro chacoalhou de leve, como se tivesse sido atingido por algo.

Os momentos seguintes passaram rápido demais para a mente do Bang, e tudo que ele conseguiu fazer foi jogar sua lança na direção onde uma cabeleira negra podia ser vista, mesmo que de relance.

Nem mesmo se preocupou em ter certeza que seu alvo tinha sido acertado ou deixar a culpa de mais uma morte o atingi-lo em cheio, preocupado demais indo na direção do loiro, pronto para socorre-lo mesmo que visse a flecha perto demais do coração. Sabia que não podia ajudar, então fez aquilo que ainda o fazia sentir como um humano. Arrancou a flecha como pôde, fazendo o garoto loiro, que grunhia de dor, deitar em seu colo.

Bang Yongguk pensou em como tudo aquilo não podia, de forma alguma, ser considerado certo.

O garoto morrendo em seus braços não tinha culpa daquilo, a pessoa que acabara de matar também não e nem mesmo ele. Aquilo era apenas injusto. Pôr crianças para se matarem como se fossem animais selvagens.

E enquanto a vida abandonava os olhos um dia brilhantes do garoto que lembrava seu irmão, mesmo que ele sequer soubesse o nome do jovem, Bang Yongguk jurou a si mesmo que: faria de tudo para que não existissem mais Jogos Vorazes.






oi amores, eu amo jogos vorazes e a saga disputa o primeiro lugar como fave na vida

nao me matem por isso

beijos <3

Never in our favor «banglo»Where stories live. Discover now