O Filho Da Minha Madrasta

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  O dia em NY estava nublado e chuvoso, levantei tão rápido que até me deu tontura. Deve estar pensando o porquê dessa euforia. Hoje era o dia de receber cartas no internato.
  Vesti um roupão desfiado roxo e minhas pantufas, lavei e rosto e desci as escadas do Internato de NY, o lugar que chamo de lar faz três anos.
  Meu pai praticamente me abandonou por causa da minha madrasta. Amberly Castelo. Estudo aqui mesmo e desde então espero pela minha carta dizendo que ele vai me tirar de NY.
  Abri o envelope devagar rasgando as bordas com uma chave.
  A caligrafia com certeza era de Neena (uma das criadas do meu pai).
  "Querida Amy, estou viajando para aí este final de semana. Levarei sua nova família! Júlia será sua mãe e Max seu irmão! Eu falei deles na última carta não é? Aposto que irá ama-los! E poderá conhecer seu irmão, pois ele passará esse ano com você nesse internato.
  Beijos do seu querido pai Julius.
  Xx"
Amassei a carta como sempre e a joguei no lixo mais próximo.
  Teria três dias antes do sábado. Precisava de um plano para convencer o meu pai de me levar pra casa. 
  -Foi tão ruim como da última vez? -pede o menino loro na minha frente: Igor.
  -Foi. -falo fazendo uma careta. -E a sua?
  -Ah se foi! -ele fala jogando uma bolinha de papel no lixo.
  Igor é a pessoa mais legal que eu já conheci. Ele está aqui faz apenas um ano e meio. Mas o conheço bem. Quando ele chegou foi difícil ele aceitar que seu pai o tinha deixado também por uma mulher. "Ah mas não foram abandonados". Fomos sim.
  -Vamos ir no parque hoje com o Stiive? -ele pede me cutucando.
  -Ah Stiive não! -jogo a cabeça pra trás.
  -Qual é, fala com ele. Quem sabe ele sente o mesmo que você! -ele fala.
  -Sem chance, eu to bem obrigada!
  -Não adianta fingir que não gosta dele. -ele fala mexendo na barra de seu shorts.
  -Ah cale a boca! -falo dando um tapa em seus braços nus.
  -Claro madame Amy. -ele fala rindo.
  -Bom soldado Igor, eu preciso ir, estou muito atarefada! -falo sorrindo pra ele e dando um beijo em sua bochecha.
  Subo as escadas o mais rápido que consigo. Puxa, mais uma madrasta.
  Papai foi tão bobo em se apaixonar. Isso é para fracos. E ele é tão fraco que se apaixona todo ano por uma mulher diferente.
   Quando chego no meu quarto tiro minhas roupas e vou direto pro box do banheiro.
  Meu cabelo ruivo se molha e minha pele branca também. Olho no pequeno espelho grudado na parede, minhas sardas perto do nariz começam a desaparecer por conta do vapor causado pela água quente.
  Quando término meu banho ponho meu melhor vestido florido com alças finas e uma rasteirinha, deixo meu cabelo secar naturalmente e desço as escadas para tomar meu café.
  -Oi ruiva! -Igor fala.
  -Quantas vezes preciso falar pra não me chamar de ruiva? -falo revirando os olhos sentando na mesa da cantina.
  -Eu paro. -ele fala. -Um dia. -mostrou a língua pra ele.
  -Bom, vamos pegar nossa comida? -peço já sem paciência.
  -Vamos estressadinha. -ele fala levantando em um pulo e indo em direção ao balcão.
Levanto também.
   Passamos por um grupo de garotas e Igor fala alguma coisa para elas, sorrio para mim mesma quando vejo que sua tentativa de paquerar as garotas falha.
  -Da próxima vez. -ele me garante.
  -Sim, sim. Da próxima vez. -Rio.
  -Sabe... -ele suspira. -Talvez a garota que eu realmente queira...
  -Amy! -Igor é interrompido pela Lili.
  -Lili! -sorrio para a garota loira.
  Vamos até a fila do lanche.
  -Vai na festa hoje? -pede ela.
  -Festa? -Igor pede.
  -É uma festa só para garotas. -Lili responde.
  -Mas Travel e Stiive vão. -falo rindo envergonhada.
  -E por que não vou também? - Ele pede.
  -Igor, essa festa vai ser a melhor do ano, não estrague isso. -Lili brinca.
  -Oh! -ele finge ficar magoado.
  -Talvez eu vá. -falo.
  -Talvez? - Lili pede indignada.
  -Sim, não sei se me sinto bem, Stiive vai e...
  -E você é covarde... -Lili provoca.
  -Uh Lili, você sabe que eu fico nervosa. -E também porque nem vou ter chance. Acrescento mentalmente.