Estranhos Desconhecidos

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Tudo era novo e familiar ao mesmo tempo para Castiel, pois ele já acompanhava de "perto" a vida de humanos nessa fase, do céu. Mas, nada como estar realmente entre humanos, e ser realmente um. E até agora, ele estava gostando da sensação.

Luce estava se sentindo estranha naquele lugar, ela não se lembrava nitidamente de alguma vez ter ido realmente a uma escola. Então, ela só caminhou, tentando observar mais as coisas. Depois de ter olhado para duas garotas animadas olhando para a tela de um celular dando gargalhadas e de ter olhado para uma garota que lia um livro e usava óculos bem grandes de grau, ela se deparou com uma cena inusitada: um casal...fazendo algo que ela não conseguia se lembrar o que seria, então...Um beiljo, era isso o que eles estavam fazendo.

Castiel decidiu explorar mais o lugar antes de realmente entrar em uma sala de aula, então ele começou a andar e a observar as pessoas, coisa que ele adorava fazer, aprender coisas novas com os humanos. Depois de ele ter visto dois garotos falando alto sobre algo chamado "futebol" e depois de ter visto uma garota com fones de ouvidos gigantes e desenhando retratos das pessoas, ele se deparou com uma cena inusitada...Ele não conseguia se lembrar muito bem o que seria, já que não tinha tantas experiências assim com humanos, mas aquela cena soava tão extraordinariamente bonita que ele, no fundo de seu interior saberia dizer o que seria, e depois de fazer algumas observações a mais e procurar alguns vestígios no fundo de sua alma para entender o que estava acontecendo, ele concluiu: era um beijo, o casal estava se beijando.

Enquanto eles observavam a cena, se deixaram levar pelo momento e caminharam involuntariamente, e quando eles menos perceberam, se esbarraram brutalmente.

"Ai!" disseram ao mesmo tempo.

-Olha por onde anda, garoto.
-Desculpa, eu...não estava te vendo. -Disse Castiel, meio assustado.
-Tá, deixa pra lá. -Luce disse isso de uma forma tão...Estranha e meio arrogante que ela nem ao menos conseguia entender porque agiu assim, mas o garoto não estava mais lá e ela podia se despreocupar.

Depois de andar até a secretária para pegar informações de onde seria a sua primeira aula, Luce foi até a sua sala. Quando chegou lá ela viu algumas garotas olhando para ela de uma maneira estranha e falando alguma coisa entre elas, mas aquilo não a incomodou tanto quanto ter visto o que ela viu: o garoto loiro que havia tropeçado nela estaria na sua primeira aula.

A aula parecia estar passando de vagar e ela não estava gostando nada de ter que ficar na mesma turma que aquelas pessoas, então finalmente a aula acabou. Luce passou tão rápido pelo garoto loiro que ele arregalou os olhos, assustado. Ela não foi nada com a cara dele.

Seu dia não estava sendo nada como ela esperava, e as coisas pareciam que iram piorar.

Depois de uma aula que Luce considerava desnecessária de física, chegou a hora do almoço. Ela foi até a fila e viu o prato do dia "bolinho de carne com purê de batata", ótimo. Luce pegou sua bandeja e virou para procurar um lugar onde sentar, mas logo quando virou, seu corpo foi atingido por uma bandeja de alguém.

-Opa! É isso que dar quando vocé não olha por onde anda, novata. - Quem derrubou a bandeja nela foi uma garota de sua primeira aula, se ela não estava enganada, era Katheriny.

Subiu um sentimento tão forte em Luce, que ela chegou a se assusutar consigo mesma. Então ela fez algo involuntário: jogou sua bandeja toda em cima de Katheriny.

Todo mundo estava olhando e tudo parecia pela primeira vez calmo, um silêncio absoluto, que só foi quebrado por um grito alto e fino da garota atingida por Luce. Depois alguns segundos alguém disse "guerra de comida!" e depois disso sua visão ficou embasada e ela sentiu ser puxada por alguém, que a tirou de lá e seguiram correndo. Depois de algum tempo Luce percebeu que era a garota que ela havia visto lendo um livro quem a estava a levando agora, para o banheiro feminino.

Ela parou em sua frente ofegante e olhou para ela, começando a rir.

-Você está ficando maluca?
- Na verdade eu ainda não entendi o que aconteceu.
-Tudo bem, é normal acontecer coisas do tipo no primeiro dia de aula, mas jogar sua bandeja em cima de Katheriny Robson é suicídio. Ela sempre faz isso todo ano com alguma novata, mas nunca nenhuma reagiu assim, você merece o meu respeito, e pêsames, porque agora ela não vai se contentar até você estar morta.
-Eu não me importo com o que ela quer, e não dou a minima pra nada daquela garota. Qual o problema dela? Falta de atenção?
-Na verdade ela já tem atenção demais, Katheriny se julga a garota mais "popular" da escola. Ela na verdade acha o centro do universo e todo mundo já estava submisso ao seu "poder" aqui vários anos, até você chegar e quebrar o regulamento, adorei isso!
-Eu até tinha ficado com pena dela, mas depois disso acho que ela mereceu. Ah, qual o seu nome mesmo?
-Ane, Anélia na verdade, mas prefiro Ane.
-Tá bom, Ane. Agora você pode me dizer onde fica o achados e perdidos daqui? Porque acho que não quero ficar fedendo a bolinho de carne até a hora de ir embora.
-Sim, te levo lá depois, mas não acho que terá alguma coisa apropriada, sabe? No máximo roupas de crianças que estudam nas séries menores.
-Acho que me contento com qualquer coisa, mas antes tenho que me limpar um pouco.

Então Luce ligou a torneira da pia do banheiro e conseguiu tirar o excesso de carne de seu corpo.

-Sua sorte que ela não jogou no seu cabelo. -Disse Ane, dando uma risada.
-Eu acho que não a dei tempo suficiente pra isso.
As duas riram e foram embora, para o achados e perdidos. Quando Luce entrou na sala e começou a revirar as coisas, ela concluiu que estava errada. Não tinha nada agradável e nada do seu tamanho. Ela nem era muito grande, mas só tinham coisas pewuenas, de crianças.
-Bom, acho melhor você escolher logo porque está ficando tarde. - Disse Ane.
-Tá, acho que vou ter ficar com isso aqui. - Disse Luce, mostrando uma blusa (que para ela seria mini) rosa com um unicórnio estampado. Ane começou a rir.
-Tudo bem, agora vamos embora.

Depois que elas chegaram na esquina do corredor, concluiram que teiram que se separar.
-Tenho aula de cálculos. -Disse Ane.
-E eu de química.
-Nos vemos outra hora por ai. Mas, toma cuidado, como eu disse, Robson deve estar muito brava com você.
-Pode deixar, sei me cuidar.

E depois disso cada uma seguiu o seu caminho.

A aula de química estava entediante, mas pelo menos Kathriny não estava lá como na primeira aula dela, cochichando coisas com suas amigas e olhando para ela.

A aula acabou e ela resolveu ir direto para a casa.

-Oi filh...Que roupa é essa? -Perguntou sua mãe.
-Longa história, dia difícil. Preciso de horas de sono, vou para o meu quarto.
Ela disse isso e foi direto para o seu quarto, não muito animada.

Mundos Opostos/ Amor ConvergenteOnde histórias criam vida. Descubra agora