one

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apenas uma one que eu escrevi em momentos de criatividade, espero que gostem! inspirada especialmente na primeira temporada de skins, quem já viu vai reconhecer :) chorei lendo chorei relendo chorei muito enfim é isso

Tudo que Louis gostaria da fazer quando chegou em casa era abraçar Harry. Puxá-lo para seus braços e lhe dizer o quanto o amava, e como nunca iriam separar-se. Beijá-lo infindavelmente enquanto proclamava cada um dos detalhes pelos quais era apaixonado desde o primeiro ano.

Mas, em vez disso, Louis apenas arremessou sua bolsa em cima da mesa de plástico e se jogou na cama de casal recostada na parede, tomando cuidado para não bater a cabeça na parede declinada. E suspirou. Louis não podia fazer aquilo que gostaria de fazer – porque aparentemente Harry era ocupado demais, sempre ausente com todas suas pílulas e suas tentativas desesperadas e frustradas de conseguir um bom emprego, para então comprar um flat melhor que aquele, onde poderia se mudar com Louis, finalmente.

Louis apreciava a atitude de Harry – uma das qualidades pelas quais era loucamente encantado. E Deus sabia que mudar-se definitivamente com Harry era o que Louis mais desejava, em seu âmago. Apenas ele e Harry.

Ou quase isso.

Louis sabia que tinha que contar, e logo. Quanto mais demorasse, mais as coisas se complicariam. Os resultados dos exames finais sairiam em uma semana, e ele sabia, também, que tinha que dar a resposta para a Universidade de Música em um mês, garantindo, assim, sua vaga e seu futuro brilhante – e seus sonho e tudo pelo qual havia vivido nos últimos 20 anos.

Eram tantas decisões que Louis queria gritar – mas sabia que não era adequado. Louis sabia de muitas coisas, embora se abstivesse do conhecimento sobre sua própria vida.

O exame constava cinco semanas. O garoto pensou que Harry perceberia todos os sinais. Quando Louis vomitou seu prato preferido no mundo todo – espaguete com almôndegas – ou quando pediu que o namorado comprasse uma melancia e calda de pêssego às duas da madrugada porque não conseguia mais segurar seu desejo incontrolável por aquilo. Mas Harry estava sempre tão perdido em suas intermináveis pílulas mágicas que era incapaz de notar sequer os vestígios mais básicos.

E, quando ele chegava, as pernas de Louis travavam, seu coração palpitava para fora do peito e seu estômago se remexia – ele sentia que não era apenas seu almoço. Ele apenas não conseguia colocar as palavras para fora de sua garganta, então era envolvido pelos lábios agridoces do amado, perdendo-se nas inúmeras sensações causadas como se fosse, sempre, a primeira vez. Deitavam-se na cama e amavam-se perdidamente durante a noite, e, quando Louis recostava a cabeça no peitoral de Harry, esquecia da vida, dos problemas, das decisões.

E tudo começava novamente no dia seguinte – e Louis se afogava nos intermináveis "e's", sem nunca terminar de fato.

Seus amigos ajudavam como podiam. Ofereciam-se para acompanhá-lo nas consultas e nos exames de sangue, arrumavam desculpas convincentes para Harry sempre que Louis recusava uma cerveja e ele apenas não entendia o porquê, carregavam seus livros mais pesados e pagavam sua passagem de ônibus – uma vez que seu pai começara a ignorá-lo a partir do momento que lhe deu a notícia.

Louis não estava realmente triste – de dia na escola, estudando, ou na lanchonete de Liam, e de noite, nos braços de Harry. Ele apenas tinha uma decisão para fazer. Talvez a decisão mais difícil que alguém tenha que tomar.

Seu tempo estava se esgotando. Louis estava cansado de segredos entre ele e Harry – todos seus amigos também lhe diziam aquilo. Tentavam fazer com que conversassem, mas Harry ficava estranho sempre que acontecia, tentando, a todo custo, mudar de assunto. Louis não forçava, e acabavam na cama mais uma vez.

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