Eu te amo, seu cabeça-dura

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-ARREEE MEU MERLIN! QUE HORAS SÃO?-pergunto gritando, dando um susto num Malfoy distraído.

-Sei lá, umas três?

-Ah, meu Deus... Gina passou por aqui?

-A fêmea Weasley? Não, por que? Você tem alguma coisa marcada?

-Não te interessa.-de repente um peso cai sobre mim.- Hum, me desculpa.

-Pelo que?

-Arre, por tudo o que eu disse sem pensar pra você. Esqueça tudo o que disse.

-Ah, essa eu não vou esquecer nunca não. Você parecia uma bêbada, gritando coisas sem sentido. Foi muito engraçado, mas tive que fazer você parar, por que tava enchendo meu saco.

-Desde enquanto você tá aí? 

-Desde que você adormeceu. Então é verdade, mesmo? 

-O quê é verdade?

-Você ama o Weasley?

-O que? Eu disse isso? Ah, não me lembro de nada, sabe o que é...

-Você disse em alto e bom som," Malfoy me ama mas eu não amo ele... Eu amo o Weasley!"

-Eu estava fora de mim, Malfoy. 

-Mas é verdade ou não?

-Por que você quer saber, hein, sua fuinha intrometida?

-Fuinha loira, fuinha fofoqueira, fuinha intrometida... Chega de apelidos com fuinha, né Granger?

-Não. E se você quer realmente saber, sim.

-Sim o quê?

-Para de ser idiota. Eu... amo o Rony. Por mais que ele seja um teimoso, cabeça dura e grosseiro comigo, eu o amo. Ele pode ter me magoado, mas eu o magoei mais ainda fazendo uma besteira dessas com ele. E com você, também.

-Uau. 

-Q-que foi?

-Nada. Só estou meio surpreso por você falar essas coisas pra mim. Ainda mais do Weasley.

-Eu também. Nunca pensei que pudesse desabafar com você, fuinha.

-Mas eu confesso. Perdi.

-Perdeu o que? A Pansy?

-Não. Você sabe que não gosto dela. Perdi você. Para o Weasley, meu maior rival.

-Maior rival? Mas não é o Harry?

-Não. Ele é o segundo maior. O Weasley sempre foi o primeiro, por que sempre soube que o Potter só queria amizade com você.-ele diz meio envergonhado.

-Malfoy, deixa eu te falar uma coisa. Isso não é um jogo, você e Rony não são bonequinhos lutando para conseguir ficar comigo... Eu não sou um objeto que pode ser ganhado ou perdido. -estou constrangida, e dou um abraço meio receoso em Malfoy. Mas na real? Eu amo Rony, e o que fiz com Malfoy foi pura crueldade. Por que ele gosta de mim, dei esperança a ele. Mas ele retribui o abraço, e ele compreende que o máximo de relação que podemos ter é de amizade.

-Nada de gracinhas.-sussurro, e ele ri. Estou de costas com a porta, então não vejo quando alguém aparece.

-...Gina, mas que diabos você... HERMIONE?-ele reconhece, sendo empurrado por Gina, que para com uma expressão de desgosto. Ai meu Merlin, que desgraça! Que praga rodou sobre mim! Rony me pegou abraçando Malfoy!-Ah, foi mal, eu não... sabia que vocês estavam num momento...-diz ele com tristeza na voz. Ele dá meia volta, mas me largo dos braços da fuinha e corro até ele. Agarro seu braço com a máxima força que consigo e trago ele até onde Malfoy está, deixando Gina confusa. Ela fica, por que pode ser minha única testemunha.

-Me larga, Granger!

-Não largo não.-digo decidida, mas ele facilmente se solta de minhas mãos. -O que você quer? Já não está satisfeita com ele?

-Cala a boca, Rony, deixa eu falar. E não me interrompa.

-Vai em frente.-diz ele, virando a cara, irritado. Me seguro para não chorar. Ele se senta numa poltrona e me ajoelho no chão, deixando um Rony meio surpreso.

-Me desculpa. Mil perdões, Rony, eu sei o que fiz, e sei que foi errado. Me arrependo muito. Sabe, eu beijei Malfoy pra ver você irritado, por que você me irritou e me magoou muito, também. Sei que você está as duas coisas comigo agora, mas saiba, Rony, que não amo Malfoy. E sei que você sabe também. Sabe que eu sei que você...-me embaralho toda, e me desconcentro. Ele me interrompe.

-Já acabou? Posso ir embora?

-Ainda não. Ouça o que tenho a dizer, por favor, Rony.

-Ah, por favor, Hermione! Faça-me o favor, você não precisa me dar argumentos! Não quero mais ouvir isso.-disse ele com uma voz grosseira demais, e se levanta; não faço nada, apenas choro, me levantando, implorando. Ele não para, continuando a andar de costas para mim.

-Rony, acredite em mim, eu não amo Malfoy, nunca amei e nunca vou amar.-digo, entre soluços. Tomo coragem que é a única coisa que me resta, e digo-A pessoa que amo, sempre amei e sempre vou amar é você, Ronald Weasley. Eu te amo, seu cabeça-dura.-ele para por um segundo, dá meia-volta, mas fica imóvel, me encarando. Não digo nada, nem ele, e como um só, corro em sua direção, enlaço meus braços em seu pescoço e o beijo.

-Era isso o que mais eu queria ouvir.-diz ele, aos sussurros em meu ouvido. Dou uma risada, e depois vejo que nem Malfoy nem Gina estão mais ali. Melhor assim.


True Blood - RomioneOnde histórias criam vida. Descubra agora