23° Capítulo

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Na casa de Mary, Ana estava dando trabalho para ir a escola. Ela não parava de chorar e soluçar, sua mãe já estava desesperada.
— O que está acontecendo meu amor? Tudo isso para não ir á escola?
— Eu não posso ir mamãe — Ana falou gaguejando.
— Me diz porquê.
Ana não parava de chorar, e não queria falar para sua mãe o que estava acontecendo.
Ela estava com medo de ir á escola, pois um garoto estava ameaçando-a. Ele roubava os materiais dela, e dizia que se ela contasse pra alguém apanharia. Jorge não gostava de Ana, pois ela era muito inteligente e elogiada pelos professores. Os outros alunos também não gostavam dela, tinham inveja porque ela tirava boas notas.
A única amiga que Ana tinha, havia mudado de escola por não aguentar a humilhação que também estava passando.
— Eu só estou com sono — Ana disse soluçando.
— Eu não estou acreditando nisso. Você dormiu cedo ontem, e acordou muito tarde hoje.
— Esse é o problema, quanto mais eu durmo, mais eu quero dormir — Ana finalmente deu um sorriso.
— Você vai sim, pode colocar o sapa... — Mary estava falando e foi interrompida, quando seu celular tocou. — Eu vou atender a ligação, e quando eu terminar de falar, quero ver você pronta.
Mary pegou o celular e saindo do quarto, olhou para o número na tela e achou o mesmo conhecido. A primeira pessoa que veio em sua cabeça foi Jack.
Eu não posso atender. Eu nunca mais falarei com ele.
Ela queria ignorá-lo, para que ele parasse de insistir, porém seu celular não parava de tocar. Ela estava cansada de ouvi-lo tocar todos os dias. Houve momentos em que uma raiva tomou conta dela e ela só queria pensar que nunca conheceu Jack. Ela estava tão irritada e depressiva que todas as vezes que seu celular tocava ela pensava que era Jack.
Naquele momento só aparecia o mesmo número na tela de seu celular e ela não sabia que não era Jack que estava ligando.
— Fala! Eu já estou cansada de receber ligação sua. Não me liga mais Jack — Mary atendeu e gritou. Ao mesmo tempo as lágrimas tomou conta do rosto dela.
Calma gatinha, porque está estressada? Não é Jack, ele já morreu.
Mary ficou pasma quando ouviu a palavra "gatinha", apenas uma pessoa a chamava desta forma.
Não posso acreditar, será que é ele? Eu já havia pensado nessa opção — Mary pensou e passou o mão sobre os olhos, limpando suas lágrimas.
Você está aí?
— Sim! Realmente Jack morreu, eu estou ficando paranoica.
O que você sabe sobre Jack Frank? Parece que você tem raiva dele.
— Eu não tenho, apenas não estou acreditando na morte dele — Mary fingiu para saber sobre Jack Frank, o ex esposo de Jane.
No início da ligação ela pensava que era Jack que estava ligando, mas na verdade era o homem misterioso, amigo de Jack Frank.
Entendo, mas como você conhece ele?
— Quantas perguntas, me diz você. Como você conhece ele?
Éramos apenas companheiros de negócios.
— Que negócios?
Não foi para isso que eu te liguei. Falamos disso outro momento anjo.
Anjo? — Mary pensou e seu coração acelerou.
Mary conhecia aquela voz, queria saber mais sobre aquele homem, precisava desvendar tudo que estava acontecendo. Estava cansada de tantos mistérios. Um aperto tomou seu coração e novamente lágrimas corriam pelo seu rosto. Ela estava carente precisando de alguém para abraça-la.
— Se não foi para isso, o que você quer?
Quero ir na sua casa.
O desespero tomou conta de Mary, e ela não sabia o que responder. E se fosse o homem que ela estava pensando? Ela ficaria sem reação quando o visse. Mas poderia ser pior, poderia ser alguém querendo fazer mal a ela. Todas essas dúvidas tomaram conta da cabeça de Mary, e mais medo tomou conta dela.
— Eu não sei se é o momento certo para que você venha. Eu não te conheço.
Não precisa ter medo, você não se arrependerá.
— qual é seu nome? — Mary respondeu com a voz trémula.
João, você falou comigo quando Jack Frank morreu.
Mary sabia com quem ela estava falando, mas ela não acreditava que o nome do tal homem era João, ela desconfiava que fosse outra pessoa. Ela achava que não estava preparada para a verdade.
Lembrou do momento em que falara com ele no celular: O barulho da xícara caindo no chão, e uma tosse seguinte. Mergulhou em seus pensamentos e imaginou o café caindo no chão lentamente.
Por que ele derrubou a xícara quando ouviu o meu nome?
Ela estava praticamente certa de que era o homem que ela estava pensando.
— O que aconteceu gatinha? Você parece assustada. Por que se calou?
Mary voltou seus pensamentos para o presente e disse devagar:
— Eu não estou assustada, só estou ocupada.
Então não poderei ir na sua casa? — ele perguntou com a voz suave.
— Eu estou confusa, devemos esperar alguns dias.
Mary realmente estava confusa, mas ela queria ver aquele homem, quem sabe até sentir o seu cheiro, e receber um abraço que faria ela esquecer Jack eternamente.

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