-Pare de tanto desespero. Eu tenho meus valores e minhas habilidades. Está tudo bem, só temos que entrar em um acordo. - Disse o dragão.
Suspirei e então me sentei com as pernas cruzadas na frente do dragão. Sua pele era um laranja meio avermelhado. Algo me dizia que aquela não era a face verdadeira dele.
-Então, vamos começar. Quem é você? Por quê está preso a uma espada? Por quê meu pai não foi um dos portadores? - Indaguei logo quando me sentei, o olhando.
-Perguntas interessantes. Os últimos me perguntaram se eu iria dar poderes a eles. Pois bem, eu me chamo Neilgee. Sou o dragão celestial da lava. Seu pai não foi um dos portadores porque ele não tinha espaço o suficiente pra mim em seu corpo. O poder próprio dele consumia muito espaço dentro de seu corpo. Estou preso a uma espada por simplesmente terem me temido e, me selado aqui. Agora, estou destinado a viver como uma espada, até que a profecia se cumpra. - Disse Neilgee.
Cruzei os braços e fiquei pensativo. "Mais profecias, que maravilha." Me lembrei da luta com meu pai a poucos segundos atrás. Ele não havia sido forte. Nunca tinha visto meu pai lutar, então, não conseguiria comparar.
-Garoto, não se engane com o que viu de seu pai agora. Ele não foi totalmente revivido. As bruxas de Carilne são fracas demais pra conseguir fazer ele ressurgir com seus poderes completos. - Completou o dragão.
Fiz uma cara estranha. Isso tinha me assustado. Não tinha comentado com ele. Como Neilgee sabia? Descruzei os braços e então, sorri.
-Você está em minha mente, já saquei. Agora, o que quer de mim? Eu preciso voltar pra ajudar os outros. - Disse de uma vez.
-Eu já lhe respondi, portador. Teremos de chegar a um acordo. Caso contrário, eu irei te matar e tomarei seu corpo pra mim. - Disse Neilgee, animado.
-Interessante. E o que quer? - Perguntei. Era melhor do que morrer.
-Como todos os portadores, eu irei deixar de transitar somente a espada. Irei transitar seu corpo também. Ele será parte minha. Está de acordo, portador? - A voz do dragão estava mais animada e metálica que o normal. Estava mentindo.
-A sua parte, é minha mão direita. É pegar ou largar. - Disse, firme.
-Criança, ainda não entendeu que não está em uma situação de não escolher? - Disse rindo Neilgee.
-Sua voz ficou mais intensa. Ansiando que eu aceitasse te dar metade do meu corpo de bandeja. Então, se quiser, vai ficar com minha mão direita. - Disse firme mais uma vez, me levantando.
-Então você percebeu, hein? Eu tenho que ter meus lucros com pessoas burras. Parece que vai ser interessante ter você como portador. - Disse rindo, o dragão.
Então, os olhos de Neilgee começaram a brilhar. Andei até ele e coloquei minha mão direita sobre seu fucinho. Uma luz laranja bem intensa apareceu no fucinho dele ao meu toque. Estava me dando uma sensação de segurança.
-Até a próxima, portador. - Disse Neilgee.
Assim que disse, não tive tempo de responder. A luz laranja tornou-se uma luz branca. Fechei meus olhos, e então, cai num gramado verde. O cheiro do lugar eram de flores perfumadas com um leve toque de canela. Me levantei devagar, olhando pro céu. Estava de dia. Não era mais uma Noite de Bruxa. Aquilo fez meu coração desparar. Apalpei meu cinto e ele estava lá. Kugasani estava agora com o cabo feito de um cristal laranja e a lâmina estava maior em 2cm, mais branca que platina polida. Lembrei-me então de minha preocupação. Comecei a correr por aquele campo gramado com milhares de flores, mas, não chegava a lugar nenhum. Tinha a sensação de que estava andando em círculos. Então, uma mulher apareceu. Ela tinha cerca de 1,56m de altura. Seu cabelo era preto e a pele bronzeada. Seus olhos eram de um roxo penetrante. Tinha uma expressão doce. A olhei, analisando-a. Não vi nada de estranho.
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A Espada Da Bruxa
FantasíaO mundo em que vivo é meio doido, as vezes nem eu mesmo entendo. Eu me chamo Tristan, tenho 20 anos e sou um caçador de bruxas, no que deveria ser o ano 2035. Mas, que foi alterado graças a um experimento não sucedido. Aqui, não existe nem João, nem...