Ás cinco horas
Lay tocou á campainha mas continuava ligeiramente na dúvida. Era o primeiro andar certo? O botão do segundo andar tinha sido tapado.
A voz de Sofia ouve-se no intercomunicador.
- Quem é?
- É a Lay.
- É verdade! - disse Sofia - Empurra a porta!
Ouviu-se um barulho e a porta do prédio destrancou-se.
- Já está. - disse Lay, empurrando a porta para entrar.
Ouviu-se o intercomunicador a ser desligado e Lay entrou no prédio. Ela ia para o elevador mas um aviso estava pendurado a dizer que o elevador estava fora de serviço para revisão.
Lay deu um suspiro frustrado e dirigiu-se ás escadas.
Quando Lay chegou ao primeiro andar, ela tocou á campainha e Sofia abriu a porta.
- Então, tudo bem? - perguntou Sofia, com um grande sorriso na cara.
- Sim, obrigado. - disse Lay - E tu?
- Não podia estar melhor! - disse Sofia, alegremente - Entra, entra! Vamos para o meu quarto.
Lay entra e olha em volta. As paredes eram brancas e o chão era de madeira. Uns quadros de paisagens noturnas estavam espalhados pelas paredes o que dava cor ao sitio. Um espelho com bordas em madeira estava á esquerda dela e por debaixo do espelho havia uma pequena mesa com uma série de sapatos por baixo.
Joana, a mãe de Sofia, vai para a entrada e assim que viu Lay disse:
- Olá! - disse Joana - Tu és a Lay, certo?
- Sim, sou eu. - disse Lay - Boa tarde.
- Boa tarde. Prazer em conhecer-te. - disse Joana.
- Igualmente. - respondeu Lay
- Vão lá para o quarto da Sofia. - disse Joana.
- Anda! - disse Sofia, encaminhando Lay para o andar de cima.
No Palácio das Nuvens.
Vanessa ia na direção da mesma varanda de mármore em que tinha estado na noite em que tinha conseguido prender a irmã e acabar com o dia. As pessoas continuavam sem parecer muito interessadas na noite e isso deixava Vanessa furiosa. Mas eles não tinham o dia e isso era o suficiente.
Muita coisa tinha mudado deste a noite em que Vanessa tinha tomado o controlo total de... praticamente tudo.
O belo palácio em mármore outrora luminoso e alegre, agora estava escuro e tudo o que tivesse a ver com o sol e com a sua irmã fora retirado. Tudo estava ás escuras e só se ouvia o ocasional vento a soprar contra as janelas.
- Vamos ver o que há de novo... - disse Vanessa para ela própria, enquanto caminhava.
Ela devia ir para a varanda onde discutiu com a irmã á tanto tempo atrás. Como o tempo passava depressa.
Mas os seus pés caminharam para outro sitio. Vanessa ficou a olhar para a porta com um arco e maçanetas em prata. No arco da porta haviam palavras de uma língua antiga que Vanessa já tinha esquecido mas continuava a saber os significados.
Eram palavras que desejos de fortuna, saúda e boa sorte. Era tradição fazer-se isto nas portas dos quartos de um casal que tinha casado recentemente e... para quartos de bebés...
Ela abriu a porta e viu-se um grande quarto em azul bebé com uma grande janela onde se podia ver uma cidade de humanos, que parecia tão pequena por estar tão longe, quando as nuvens não estavam a tapar a vista. Tudo estava cheio de pó. Os castiçais de prata já não tinham pirilampos para iluminar o quarto. Os olhos dela pararam em dois berços lado a lado com um dossel decorado com pequenas luas e estrelas.
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A Deusa da Noite
FantasiUma vez que havia duas irmãs. A irmã mais velha fez o dia e a irmã mais nova fez a noite. Por muito tempo a sua função foi trazer a sua respetiva fase do dia e assim foi por muitos milénios. Mas a inveja começar a crescer na irmã mais nova que sente...