Capítulo 07

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Quinta- feira

Minha auto estima voltou mais forte que nunca. Queria logo que chegasse domingo para essa festa na minha casa. Já estava tudo armado. Ou Nátalie sabe a respeito de mim e de Jorge e esconde isso, ou nada sabe. Se ela souber, sei o que fazer. Se ela não souber, também sei o que fazer. Não me interessa se ela vai se magoar ou não. O que me interessa é me vingar.

Não compreendo esse sentimento. Assim como quero que ela sofra, não quero magoar ninguém, mesmo sendo ela.

Outro confronto que enfrento em minha mente, é o inevitável. No domingo ela e Jorge com certeza vão se separar. Só não sei o que vai acontecer depois disso. Posso ficar com ele e posso não ficar. Isso é... digamos que no mínimo complicado. Quero que acabe logo. Sempre que olho os dois juntos meu lado mal se sobrepõe ao bom de uma maneira absurda. Mas quando estou longe dos dois, arrependimento bate, e bate forte.

Termino de me arrumar e me olho no espelho. Hoje estou bem mais produzida que ontem. Não sei porque, mas me sinto muito mais bonita. Meu vestido preto e curto se destaca em minha pele. Solto meu cabelo cacheado, e vejo que o trabalho que ele me deu ontem a noite valeu a pena. Jogo ele para o lado e passo um batom meio marrom para dar cor a minha boca.

- Mãe! Já estou saindo. - Descendo a escada vejo minha mãe no sofá com uns papeis na mão e um homem ao lado dela. Ela estava com um ar muito preocupado. Não quero estragar meu dia com más notícias. Deve ser coisa do trabalho dela, então não vou me meter. - "bense" . - Eu sei que o correto seria eu dizer "A sua bênção, mãe." Mas estou tão acostumada a dizer só "bense" que agora não consigo.

- Deus acompanhe você, querida. - Ela tira o óculos e eu coloco meu óculos escuro na mesma hora. - Quando você chegar, vamos conversar. É grave.

- Quando eu chegar. Agora não. Beijos. Te amo.

Abro a porta e vejo que minha carona já está la fora. Dessa vez não é Jessy.

Vou em direção ao carro esportivo e abro a porta do passageiro. Entro e sento.

- Você já pode parar de olhar para minhas pernas.


- E você já pode parar de fingir que não gosta.


- Sérgio, acho que estamos um pouco atrasados. Quer por favor se apressar? -Não consigo ver os olhos dele. Mas acho que ele nem sequer prestou atenção no que eu disse.

- Primeiro vamos esclarecer as coisas. - Ele começa. - Vamos fingir ser namorados, certo? Isso quer dizer que vamos ter que fazer o que os namorados fazem.

- Estou começando a me arrepender.

- Mas eu não. - Ele dá um sorrisinho e tira os óculos escuros, engatando-o na camisa marrom de algodão, logo na parte abaixo do pescoço. - Por que exatamente estamos fazendo isso? Não que eu me encomode. Mas sei que tem inimigos no meio. Quero saber quem é ela, ou ele. Ou você quer fazer inveja pra alguma menina, ou você quer fazer ciúmes pra algum menino.

- Não vou te falar.

- Então não vou seguir em frente com isso. - Ele levanta a sobrancelha esquerda me olhando.


- Beleza. Vou falar com outra pessoa que esteja interessada. - Quando vou abrir a porta do carro ele fala para que eu espere. Eu já sabia disso. Ele não ia querer perder a oportunidade de ficar comigo, mesmo que seja só fingimento. Mas, como ele não pode saber que eu já esperava por essa cena, saio do carro assim mesmo. Abro a mochila e pego a chave do meu carro.

Amores FurtadosOnde histórias criam vida. Descubra agora