Chained Up

Capítulo 03

- Ele tem namorada? — JiYun pergunta extremamente indignada. - Ele tava muito simpático comigo antes de ontem. - Não significa que ele estava te cantando ou algo do tipo.
- Claro que significa sim. Sabe qual o problema? Ele está afim mas tem medo da namorada.
Sempre admirei a determinação da Ji mas ela já estava exagerando. Só espero que isso não se torne incoveniente.
- Tenho certeza que não é isso.
- Sorte sua que o Hyuk é solteiro.
Ela me deu algumas dicas (que eu não iria usar) pra chamar atenção do Hyuk mas não quero joguinhos e se ele vai gostar de mim tem que ser como eu sou. Aí que está o problema.
A tarde ela foi trabalhar. Nossos horários não são tão diferentes. Eu trabalho dia sim e dia não. Com ela é assim também mas em algumas tardes ela precisar ir.
Decidi passar a tarde lendo. Comecei a ler jogos vorazes porque me recomendaram e falaram muito bem desse livro.
Ouço a campainha tocar e olho o relógio e o tempo passou muito rápido, já era 19:00. Vou atender a porta e imagino que seja a Ji querendo dormir aqui de novo.
- Você não sabe o que acabei de ver! — ela diz assim que abro a porta.
- O que?
- Você precisa ver — ela puxa meu braço dando tempo apenas de fechar a porta e descemos pela escada quase correndo.
Fico uns minutos tentando recuperar o fôlego e ela me guia pra de trás de uma planta.
- O que você quer me mostrar?
- Olha ali — ela aponta e vejo o que ela queria que eu visse.
Ken estava abraçado com uma mulher loira em um minuto rindo e em outro se beijando. Olhei pra Ji e ela estava os encarando sem piscar.
- Era a mulher que eu tinha visto com eles. Não imaginei que fosse namorada. Mas não importa. Relacionamentos terminam — ela falou isso os encarando com determinação nos olhos.
- É melhor a gente subir — levanto e me viro em direção ao elevador sem me preocupar em ser vista.
- Eu não vou. Vim aqui assistir filme com você mas perdi a vontade. Boa noite! - ela diz com raiva indo embora.
Peguei o elevador e subi para o 6° andar. Ao entrar vou direto pra cozinha preparar algo para o jantar. Preparo frango no forno. Quando sentei na mesa para comer lembrei da pessoa que estava aqui ontem. Ele parecia estar melhor pelo que acabei de ver. Pelo visto não foi nada demais. Talvez apenas muito trabalho.   
No dia seguinte no trabalho foi ótimo. Ganhei um sorteio da loja que eu trabalho. Eu poderia escolher o album que eu quisesse na loja. Então escolhi um das Girls Generation.
Ao entrar no prédio em que moro, Huyk estava sentado no banco do jardim e veio ao meu encontro.
- Yuri!
- Estava me esperando? Aconteceu alguma coisa?
- Não — ele diz sorrindo - Só vim falar contigo.
- Ah... — eu sempre tenho medo de dizer algo errado e fico calada quando se trata dele. 
Ficamos calados no elevador e arrisquei olhar pra ele mas nossos olhares se encontraram então fiquei de cabeça baixa.
Quando saímos do elevador ele ficou parado enquanto eu abria a porta.
- Você quer entrar? — o convidei ao perceber que não era a intenção dele ir pra casa.
Ele apenas assentiu e entrou. Não precisou de convite pra mais nada, invadiu meu quarto pegando o computador e conectando na TV.
- Vamos assistir alguma série. — ele avisa ao ver minha cara de confusa. Privacidade é algo que ele parece não conhecer pois de vez enquando pegava meu celular e olhava minhas mensagens até que resolvi colocar senha. Fiz pipoca e nos sentamos no chão em cima de almofadas escorados na cama. Ele colocou How I Meet Your Mother legendado. Talvez nos aproximamos a cada episódio pois quando percebi já estava apoiada no ombro dele. Levantei a cabeça e vi de perto o rosto lindo que ele tem. Ken tinha razão. Eu precisava ter alguma atitide e seria agora. Aproximei meu rosto ao dele e beijo sua bochecha. Ele vira e sinto sua respiração ele dá um pequeno sorriso mas o celular toca e tira toda a nossa atenção.
- Alô? — ele atende enquanto eu escondo a bochecha com a mão caso eu esteja corada pelo constrangimento.- Eu não vou Hoje. Não quero ir. Tá. — então ele desliga o celular.- Desculpa, eu tinha que atender.
- Tudo bem —digo olhando pra TV.
Senti que ele me olhava mas não tive coragem de o olhar nos olhos.
- Pra onde você iria? E porque não vai? — perguntei curiosa.
- É besteira. Por quê? Não tá gostando que eu fique aqui?
- Não é isso. Só perguntei. — respondo ainda sem tirar os olhos da TV.
Continuamos a assistir até que não aguentei o sono e adormeci. Quando acordei era 6:04 e ao meu lado estava o Hyuk só cueca. Depois de passar alguns minutos admirando sinto um frio na barriga causado pelo medo e me dou conta que só pode ter acontecido algo que eu não lembro mas eu não bebi álcool ontem. Não é possível que tenha mesmo acontecido algo que eu não vá lembrar.
- Hyuk! Acorda! —comecei a sacudir tão forte que ele poderia ter caído da cama.
- Hmm... Que é? —mesmo assim ele responde imóvel como se estivesse dormindo.
- Você dormiu na minha casa. Tá só de cueca. Hyuk, acorda!
- Mas qual o problema? Você não lembra do que fez? Ontem você me pedia pra não parar...
- Isso é mentira! -passo a mão pelo meu corpo conferindo que as roupas estão nos lugares.
Ele ri alto e levanta.
- Calma. Eu só fiquei com calor —ele diz sonolento vestindo as roupas.
- Não consegui segurar o sono —digo como se estivesse confessando um crime.
- Claro. Quem acorda 6:00 não consegue ficar acordada até depois de 22:00.—ele sai do quarto e vai em direção a porta de saída.
- Você já vai embora?
- Eu já passei a noite aqui. Vai ficar com saudade? —ele mostra o sorriso pretensioso que é a única coisa nele que me dá raiva.
- Você poderia comer algo antes de ir.
- Eu moro do outro lado do corredor então você poderia inventar outra desculpa pra eu ficar -eu estava irritada demais com o sorrisinho dele pra responder alguma coisa. Ele vai pra cozinha e abre a geladeira e se serve. Enquanto estávamos tomando café da manhã a campainha toca e ele levanta e vai atender como se estivesse na própria casa.
- Ravi. Porque não estou surpreso de você estar aqui? - levanto pra ver quem é e me deparo com um homem aparentemente forte e de cabelos pretos. Eu não conhecia o tal Ravi mas detestei a expressão de desprezo que ele estava fazendo.