O luto me leva a luta

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Eu não queria sair do meu quarto. Não queria ver a luz. Não queria conversar com ninguém. Não queria ver ninguém. Não queria viver. Não depois daquilo.

Entre tantas pessoas pra fazer isso, tinha que ter sido ela. Momentos em momentos, algumas pessoas passavam e batiam na porta do meu quarto, perguntando se eu estava bem, se queria algo pra comer. Sempre respondia com a melhor resposta do mundo: o silêncio. Durante 5 dias inteiros, fiquei sem sair do meu quarto. Realmente não queria fazer nada, a não ser ficar ali deitado no escuro absoluto, pensando na Lets. "Você realmente não tem jeito.". Foi o que ela tinha dito, antes de finalmente termos nosso primeiro beijo. Depois dele, eu não pude mais tirar o sorriso dela do rosto. Simplesmente não saía da minha mente. "Nunca mais na sua vida, você põe a sua vida em risco pra me salvar. Entendeu?". Foi o que ela tinha dito no dia em que levei ela pra caçar bruxas. Realmente dava pra ver a preocupação em seus olhos. Em seus gestos. Fiquei ali pensando exclusivamente nela. Quando, de repente, eu apaguei.

Quando abri os olhos, estava novamente no Jardim de Miguel. Levantei-me devagar da grama, olhando o grande campo de grama a frente com flores. Todas elas faziam bem seu trabalho, perfumando todo o local. O sol era não estava tão intenso. O calor de seus raios eram agradáveis em meio ao céu azul resplandecente.

-Vai ficar olhando pro céu o dia todo, Tristan? - Perguntou Miguel, aparecendo em seu lado.

-Bem que eu queria. Mas, eu tenho que voltar. - Respondi. Ele não havia me assustado.

-Bem, então vamos voltar ao treino. Assim você pode voltar pros braços da sua namoradinha. - Disse Miguel, contendo o riso de deboche.

-Ela não é minha namorada. É apenas... Minha discípula. - Respondi, já desembainhando Kugasani.

-Tá, tá. Vamos agora então voltar ao próximo tópico do treinamento. - Disse Miguel, pegando sua lança literalmente do nada.

-Tudo bem, vamos lá. - Sorri pra ele e comecei a andar em sua direção, em posição de batalha.

-TRISTAN! - Gritou Miguel.

-O que foi? Relaxa aí. - Respondi, franzindo a testa.

-TRISTAN! - A voz de Miguel já saía alterada. Mais, feminina.

-Que isso? É truque é? - Perguntei, desconfiando.

-TRISTAN! - Dessa vez, era a voz de Amber que tinha saído da boca de Miguel.

Meus olhos se abriram de uma vez. Sentei-me com rapidez na superfície em que estava deitado. Estava ofegando e suando frio. Quando reparei onde estava, já era tarde demais. Estava na enfermaria. Amber estava do meu lado e Rafaela Holmes na frente de minha maca.

-Tristan, tá tudo bem? - Perguntou, Amber.

-Está. - Respondi seco, colocando as pernas pra fora da maca.

-Tem certeza, Tristan? - Perguntou, Rafaela.

-Já disse que sim. Agora, o quê eu estou fazendo aqui? - Perguntei, ficando de pé. Rafaela Holmes colocou sua mão em meu ombro, olhando-me nitidamente preocupada.

-Rafaela te achou desmaiado e pálido no seu quarto. Eu só te dei algumas vitaminas e aí você acordou. - Respondeu Amber.

-Tá. Obrigado pela preocupação, mas, eu vou voltar pro meu quarto. - Disse, abaixando o rosto.

-Não, você não vai. - Disse a voz de Chris, meu pai. Ele entrou na enfermaria segundos antes.

-Você vai me impedir? Poupe-me, pai. - Retruquei e continuei andando.

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