ENFIM NÓS

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Eu te amo tanto Reeh.- Eu e Renato estávamos deitados no gramado do quintal dos meus avós, já havia passado algumas semanas após o incidente com meus pais e com o combinado que firmei com dona Lara acabei por ver meu namorado todos os dias.



- Tudo que ...- Reeh parecia enrolado ao iniciar a sua frase mas mesmo assim não deixava de ser lindo, ele havia mudado muito, a cada dia me atraia mais, literalmente era o dono do meu coração e basta ele sorrir para isso se tornar nítido para todos.



- Tudo o que? - Como meu namorado estava reaprendendo a falar pela terceira vez, já que quando eu fui sequestrado ele retrocedeu algumas conquistas que tínhamos conseguido através do tratamento que havíamos imposto.



-Tudo o que eu preciso.- Ao finalizar aquela frase ele me abraçou, eu sentia o cheiro doce de creme que saia do seu cabelo castanho claro todo desarrumado, podia me desfrutar da fofura das bochechas dele sendo forçadas contra a minha, podia sentir o corpo dele em cima do meu, toda a grama que estava em baixo de mim, aquilo me fez se sentir ainda mais vivo.



- O que é tudo que você precisa?- Falava quase sussurrando bem perto de seu ouvindo enquanto meus olhos miravam o topo das árvores sobre nós.




Ele, ao ouvir minha pergunta, desenterrou seu rosto que estava cravado em meu pescoço, olhou nos meus olhos e pude ver saindo da boca dele uma única palavra.- Você!- logo voltou a deitar seu rosto contra o meu pescoço, me fazendo cócegas com a barba mal feita.



Nunca me imaginária passando por tudo que passei por alguém, mas como esse alguém é o Reeh, passaria tudo de novo sem reclamar. O amor que eu sentia por ele era real e não precisava de muito para notar que o dele também era. Perdidos nos meus pessamenros, desnorteado com a situação e afogado no amor de Renato, apenas sorri, sorri para vida que me trouxe ele de volta.



...



Quando entardeceu fomos para dentro, se aquele dia não estivesse frio e com muitas nuvens, talvez tivéssemos ficado para vermos as estrelas, porém não foi possível.



Dentro de casa, meus avós nos tratavam com todo amor, eles eram pessoas super do bem que não implicaram em nada em relação ao namoro que tínhamos, aqueles meses que morei com eles foram bons, sempre saímos juntos, vovô, vovó, eu e Reeh. Sempre nos defendiam de olhares maldosos, isso era muito bonito de se ver, não que eu e meu namorado se importássemos com essas pessoas de mente fechada, ou pelo fato de não termos capacidade de nos defender sozinhos. Tudo o que aconteceu em nossas vidas só nos fez ficar mais fortes, mais fortes para amar um ao outro, independente da situação. Nós estávamos prontos para enfrentar a sociedade inteira juntos e de mãos dadas ainda por cima.



Por causa de tudo o que aconteceu eu ganhei uma certa fama, saí em algumas revista, dei algumas entrevistas, pediram-me para tirar algumas fotos para jornais, e por causa disso tudo a minha vida ficou restrita a alguns lugares, todos diziam que isso logo iria passar, daqui a pouco todas aquelas pessoas que me mandavam várias cartas e presentes logo logo iriam achar alguém novo para sentir pena. Parei de ir para o pré, mas em compensação acabei por ver mais vezes Reeh e meus amigos, já que eles estavam todos os dias na minha casa ou eu na deles.




...





Acordei com meu celular tocando às 7:00 da manhã, ao lado da minha cama, era dona Lara.





- Bom dia Kevin! - Sua voz soou animada do outro lado da linha.



- Boa noite pra você também. - Respondia enquanto tentava acordar, me sentei na cama com as pernas para o lado de fora.

Notas de um amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora