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  Era a volta de outra temporada fora, na busca por Suprimentos.

  Seu pai.

  Reapareceu alegrado pelo sorriso estampado nos lábios.

  E você sorriu também.

  De dentro da mochila, ele tirou um pedaço de papel, feito quando as árvores ainda eram verdes.

  "Um recorte de Jornal." - Ele disse.

  Sua mente perguntou de imediato o que aquilo significava.

  Qual a diferença que o saber poderia provocar?

  Azul.

  Onde o pai havia conseguido aquilo?

  Ele, ainda escondido atrás do sorriso, segurou o papel entre os dedos e diante aos olhos, começou a falar as palavras que nunca lhe sairiam da cabeça.

  Seu coração esfriou.

  Seus olhos se umedeceram.

  O som combinado que as palavras produziam, as faziam conversar entre sim e com você.

  Incrível!

  Fantástico!

  Foi o momento mais feliz da sua existência.

  Depois de falar as palavras, seu pai contou todas as histórias.

  Imaginar tudo aquilo atrás dos seus olhos fechados tornou sua alma azul.

  A conteve em um abraço alegre e suficiente.

  Azul.

  Não.

  Não foi na memória que as palavras ficaram gravadas.

  É na sua alma que elas se agarram.

  E de todas, uma te fez sorrir eternamente até agora.

  Aqui.

  Seu pai. Ele quem te contou todas as histórias.

  E seus olhos se enchem de lágrimas.


CONTINUA...

Azul - A Cor do Último SonhoOnde histórias criam vida. Descubra agora