Capítulo 9: 1º Dia no Inferno... ou escola

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- James, ontem deixaste-me aqui sozinha!- Disse-me a Adriana assim que entrei.

- 1º que nada, bom dia! 2º eu hoje faço isso...- Dirigi-me a ela e dei-lhe um beijo na bochecha, fiz o mesmo com Raquel e cumprimentei Filipe.- Mas falta muito para a Bia descer ou quê?

- Ela já devia cá estar.- Disse a mãe.

- Eu vou lá!- Comprometi-me.

Subi as escadas mas nem se ouvia um barulho. Bati à porta e nada, abri. Ela ainda estava a dormir e parecia um autentico anjo. Claro que tive de brincar com a situação...

- JUSTIN BIEBER!!- Gritei.

Ela acordou meio desorientada e levantou-se a correr, estava toda despenteada:

- Onde?!! 

- Na América! Agora despacha-te, que temos de ir!

- Isso não se faz Butler!! Porra não se brinca com isso, escusas de me dirigir palavra hoje!- Disse-me obstinada dirigindo-se ao enorme closet.

Reparei em algo dourado em cima da cama: o pendente do "The Key", sorri fraco.

- Ainda aqui estás?! Vai embora tenho de me vestir!

Saí do quarto, empurrado à força, e vim tomar o pequeno-almoço. Passados poucos minutos ela já estava cá em baixo, a cantarolar o "All that Matters", que coincidência!

- A sério?! É de manhã e já estás com isso?! Eu já enjoei essa música, nos teus anos ofereço-te o "Girlfriend"!

- Mana, não é por isso que eu vou deixar de gostar desta música! Além disso diz que ele aparece nos sonhos e vi que estava com uns olhos tão giros!! Quer dizer... os olhos dele são fantásticos sempre, mas aqui... Ui, nada melhor para começar o dia!

"Pois é: ou se tem ou não se tem!"

A Teresa viu a minha expressão e deu-me uma ligeira cotovelada.

- Hum, pois temos de ir!- Adietei.

- Mas ainda nem comi...- Disse a Bia.

Fiz-lhe uma sandes depressa e peguei num pacote de leite com chocolate para ir a comer pelo caminho.

Saímos de casa a correr para apanhar o autocarro. Foi mesmo há risca.

- Bom dia, Sr. Rui!- Disse Bia. Adriana limitou-se a um "bom dia" forçado.

- Bon day.- Fiz um esforço, mas não correu da melhor maneira.

As irmãs e parte do autocarro riram, mas não levei a mal. Até admito que foi engraçado.

- Bom esforço. Nós vamos ajudar!- Confortou-me a Bia, mas a irmã desviou os olhos.- Ok, eu ajudo-te.

Sorri. O autocarro fez mais umas três paragens. Na seguinte entrou uma idosa, como o bus estava cheio não havia lugar, pelo que lhe cedi o meu.

- Obrigado, és um rapaz muito gentil.- Disse-me com um sorriso.

A Bia olhou para mim e disse-me o que eu tinha de dizer:

- De nada.

Tentei imitar.

- De nada!- Saiu como deve de ser e fiquei com um sorriso enorme.

A senhora olhou-nos com surpresa:

- Ele é de fora. Está a tentar habituar-se.

A idosa olhou-me com simpatia.

O disfarce de uma estrela!Onde histórias criam vida. Descubra agora