Eu havia acabado de estacionar o carro na garagem subterrânea dos prédios da Betta,eu insistia em descer minha saia de flanela grafite enquanto ela escorregava em minhas coxas conforme o meu andar.
Meus passos era firmes e rudes enquanto marchava até o elevador.Aperto para o 12° andar enquanto releio os contratos para a sucursais que meu chefe havia me feito refazer.Ignorando a ladainha clichê e monótona que vivo nessa empresa,eu estava prestes a me demitir desse inferno.que eu chamava de emprego,embora tenha uma filha para sustentar os meu dotes maternos falavam mais altos e eu dependia disso.
Chego e sou recebida por Chuck,meu chefe que conversa calmamente ao telefone dentre a porta de sua sala.Não posso ouvir o que diz,mas sua expressão era cansado e impaciente.Caminho até a minha mesa deixando os papéis e vou direto para a cafeteiria.Ryan está sentado enquanto saborea uma xícara de café.
- Bom dia Ryan - digo sentando ao seu lado.
Ryan é como qualquer outro funcionário diante dos olhos dos chefes da Betta,mas para mim não era só um secretário mas também um grande amigo.Temos uma ligação forte desde que nos esbarramos no aeroporto quando cheguei aqui em Orlando.
- Bom dia Eleonor! - responde seguido de um gole de café.
Caminho até a bancada e me sirvo com um chá vermelho que estava ótimo.
- Suzan ainda não chegou ? - Pergunto me referindo a sua chefe.
- Chegou,saiu para pegar algumas planilhas.Acredita que ela quer me levar para a viagem a sucursais ? - ele faz uma careta e eu solto uma gargalhada.
Ryan era como a maioria de nós,odiavamos nossos chefes.Suzan não facilitada seu trabalho nem um pouco e ele estava ficando de saco cheio.
- Bom dia Srta Navarro,Sr Raymond - Meu chefe entra fazendo-nos quebrar o silêncio.Seus nervos pareciam estar a flor da pele,ele alisava os cabelos expressando impaciência.Após intornar uma xícara de café diz:
- Eleonor tenho alguns contratos que quero que faça algumas cópias,quero mais trabalho e menos conversa por aqui!
- Sim,senhor! - respondo e ele balaça a cabeça e sai dali.Ryan me olha com a mesma expressão que olho-o de volta.Maldito filho da Puta.Saio dali caminhando até a minha mesa.
Chuck havia me encarregado de enviar alguns emails aos empreendimentos gerenciado em Chicago,organizar recados e fazer algumas cópias de perda de casas.O telefone toca e eu atendo pronunciado as mesmas palavras de sempre.
- Escritório da empresa Betta,secretária de Chuck Hyde falando - minha voz sai calma e simpática.
- Srta Navarro,venha até a minha sala - a voz de Chuck não soava alterada como de costume o que achei estranho.
- Estou indo!
Desligo o telefone e caminho imediatamente até a sua sala.Bato e entro em seguida sem esperar sua resposta.
- Me chamou?
- Sim,sente-se!
- Srta Navarro,estamos no fim do ano e para a nossa surpresa Aaron Prescott decidiu voltar a Orlando e visitar a Betta. - diz enquanto digita alguma coisa em seu computador e por um momento sua atenção é toda direcionada a mim.
- Aaron precisa de algum dos secretários daqui para transferi-lo até chicago e se tornar diretor de alguns empreendimentos- ele pausa cruzando os dedos e me encara - E como não tenho escolha pensei em tranferi-lá.
Tomando posse de até que ponto ele queria chegar respondo:
- Senhor,isso é..incrível mas..eu não posso.
- Terá todos os benefícios que merece Navarro,você não tem nada a temer - ele apoia as mãos em sua mesa de madeira fosco e me olha.
Congelo enquanto fico sem saber o que responder.
- E-eu não posso ir - consigo dizer e ele se mexe em sua confortável cadeira courada.
- Você terá tempo para pensar,mas não se esqueça que você corre o risco de perder o seu emprego.
- Você não pode fazer isso porque não aceitei me mudar.
- Sim! eu posso,mas lhe darei chance,pense Eleonor!- diz e minha cabeça concorda automaticamente.
Me demitir! mas que diabos esse homem estava fazendo? frustada, me levanto da cadeira e saio da sala batendo a porta.
Chicago ? Ah Brooke! eu deveria pensar nela.As horas pareciam caminhar,eu já estava cansada de tanto trabalhar,não era estranho o fato de eu estar atolada.
As onze alguns ex sócios estavam refazendo alguns projetos com Chuck,o que manteve-o ocupado uma grande parte do dia.Por fim termino com toda a papelada do meu querido chefe e vou para a cafeteiria.Ela permanecia vazia o que me fez dar um suspiro de satisfação.Pego uma xícara e sou obrigada a tomar um café preto já que os
chás haviam acabado.
- Meu Deus!- praguejo ao olhar no relógio e perceber que passará da hora de tomar o remédio.Giro o meu corpo quando sinto-me colidindo com uma parede de músculos.A xícara é arrancada das minhas mãos abruptamente com o impacto,o líquido é lançado inteiramente acima do ser que está parado.
- Por favor,me desculpe - digo enquanto tento tirar a mancha de sua camisa branca de linho e seu paletó.
- Eu estava distraído - A Voz neutra com um sotaque Russo me chama atenção,seu tom era urgente porém provocante.Subo meus olhos e me deparo com um homem moreno dos olhos verdes que usava um belo terno preto.
- A culpa foi minha,posso te ajudar e ... - ignorei completamente a aflição e a irá que senti ao ve-lo
- Eu posso dar um jeito - o homem vira-se e sai dali.
Merda! eu não o conheço e acabei de derrubar meia xícara de café em cima dele,eu podia dar Adeus ao meu emprego.
As 21:00 eu estava dispensada,Chuck não havia comentado nada sobre o homem da cafeteiria e nem o vi mais por aqui durante o resto do dia.Pego minha bolsa e caminho até o elevador.Eu estavá exausta,evidente com tantos afazeres.
Lá fora o mundo parecia acabar.Ótimo! meu dia não podia terminar melhor,corro até a garagem e entro dentro da minha caminhonete.Ainda lembro-me de quando a ganhei de presente do meu pai.Era primavera e eu estava para concluir minha pós graduação.Minha mãe havia viajado de colorado até o Canadá para a minha colação de grau.Meus irmãos Frederick e Lucy estavam juntos e também viajará de Colorado.Meu pai morava em Niterói no Brasil com a sua nova esposa Alice e meu meio irmão Drake.E para a minha surpresa ele apareceu nos portões de Stanford e me presenteou com Wonda,minha caminhonete.Um mês depois eu havia acabado de completar 19 anos quando recebi a notícia que meu pai havia morrido em um acidente marítimo.Ele era chefe da marinha.Apartir daí minha vida deu uma grande reviravolta e foi quando me apaixonei por David e engravidei de Brooke.Eu era uma jovem que acabará de perder o pai,não tinha noção do que estava fazendo..Com o passado frustrado e vivendo a base de remédios depressivos, me mudei para Orlando depois que David foi embora e me deixou criar Brooke.Dois anos depois consegui um emprego na Betta e desde então nunca mais ouvi falar de David.Com os olhos lacrimejando,ligo o carro e saio dali ignorando as minhas dolorosas lembranças que acabo de reviver.Era tão frustante!
Chego em casa e tudo parecía silencioso o que achei estranho.
- Brooke! - grito e largo a bolsa em cima do sofá.
- Leila!
Subo as escadas num único ritmo quando ouço a voz de Leila.
- Srta Eleonor a Brooke não quer abrir a porta do quarto. - diz e eu assinto.
Leila era a nossa vizinha e também a babá de Brooke,Durante meu cansativo e infernal horário de trabalho ela se encarrega de todos os afazeres referente a ela.
- Brooke! - bato na porta do meu quarto e escuto sua risada sapeca.
- Brooke abre essa porta - digo e no mesmo instante vejo sua mãozinha segurando a maçaneta enquanto fica na ponta dos pés para alcança-lá.
- Meu amor o que você está fazendo ? - ajoelho em sua altura enquanto está com as mãos para traz com a boca todo suja de batom vermelho.
- Brooke! - a repreendo quando ela balança a cabeça negativamente.
- meu amor,isso não é de comer - digo ao ver meu batom em sua mão com a marca dos seus dentinhos.
- Desculpa mamãe - ela diz e me abraça.
Eram quase duas horas da manhã quando acordo assustada e ofegante,eu havia tido o mesmo sonho.É como se eu tivesse revivido aquele momento.Levanto da cama e desço até a cozinha.Tomo o meu remédio e as palavras de Chuck vieram a tona.
Chicago era uma decisão e tanto,eu não tinha outra escolha.
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O Prazer de um cafajeste
RomanceDois passados frustrados ... Uma irá ... Um prazer ... Um desejo ... Um medo ... Um Cafajeste