Capítulo 1

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Encontro-me numa casa, queimada, cheia de cinzas e farrapos. Parecia-se com a minha casa antiga...a minha ex casa...
Segui pelos corredores, estava tudo escuro.
Vejo a minha mãe a descer as escadas.

-Mãe?

Mãe- Olá, filha! Já preparaste o pequeno almoço?

-Pequeno-almoço? -digo aproximando-me.

Mãe- Sim! O Sam está no teu quarto vai lá ver!

Olhei para ela com um ar desconfiado enquanto ela me sorria. O sorriso dela era rasgado, diferente. Sono as escadas, eram dois lanços. Entrei no meu quarto...

-Ahahahah!-berrei e comecei a correr desci as escadas e corri até a porta. Mas quando ia a sair hesitei. Voltei para trás e dirigi-me à cozinha para procurar a minha mãe. Estava vazia mas quando me viro para ir embora estava lá o Sam!

-Mas...ma...mas tu estavas lá em cima morto! Estava tudo cheio de sangue!

Começo a correr o corredor parecia não ter fim. De repente a minha volta surgem "muitas mães".

Mães -Onde vais? FILHA!

-Deixem-me!-digo começando a chorar. Entrei em pânico. Cai de joelhos e encolhi-me enquanto ouvia aquelas vozes todas em coro da minha mãe a dizer:

Mães - Alicia! ALICIA! alicia!-pareciam cada vez mais próximas.

-Ahahahahaha!-acordei toda soada estava na cama da instituição.

Ju-Esta tudo bem! Calma! Respira fundo...-diz pondo-me a mão na testa e tranquilizando-me.

-Tive um sonho muito estranho...

Ju-Sobre que?

-A minha mãe...

Ju-Ainda estás muito fragilizada não penses nisso. O Jack quer falar contigo posso deixá-lo entrar?

-Sim...

Jack-Alicia? Estás melhor?-pergunta sentando-se no canto da cama e segurando-me na mão.

-Não sei o que se passa comigo...

Jack-Estas muito perturbada, confusa...foi um trauma tudo que aconteceu na tua vida mas eu, a Ju, o Back e o meu pai estamos aqui para te apoiar!

-Quem é o teu pai?

Jack-O Lord, o teu tio!

-Não estou a ver quem é! Quem é o Back?-digo pondo as mãos na cabeça e serrando os olhos puxando pela mente.

Jack-Calma descansa não te preocupes...

Voltei a fechar os olhos mas a imagem da minha mãe e do Sam não me saiam da cabeça!
O que se passava comigo?

Uma hora depois.

Levantei-me da cama e sai pela porta. Ouvia um ganir, um ladrar a pedir ajuda, assemelhava-se com o Sam. Estava apenas com um robe branco e descalça com os cabelos todos ensarilhados cheios de chocas.

-Sam, Sam, eu vou ter contigo...

Fui pelos corredores dos dormitórios a dentro, desci pelo elevador e fui até à porta principal. Desci a imensa escadaria. Seria um ataque de sonambulismo? Uma saudade imensa do animal, do irmão mais novo que nunca tive que me acompanhou durante a minha infância? Aquele fiel companheiro que me acompanhava durante longos passeios, ouvia a minha música as alturas, apanhava a bola, ouvia e nunca revelava os namoricos e segredos que só nós sabíamos? Era um amigo, um melhor amigo, do qual me tive de separar e agora, agora não sei dele!
Lancei-me para a estrada escura sem olhar, uma estrada muito movimentada. Olho para o horizonte, já estava a meio da estrada. Vejo umas luzes, uns faróis que me ofuscam, não conseguia ver nada de repente sinto algo a bater-me, fui projetada uns 3 metros se não me engano. O carro tentou parar ouvi bem aquele chiar no chão de alcatrão. Cai e fiquei a olhar para o céu estrelado, ouvia aquele são muito irritante nos ouvidos um: Piiiiiiiiihhh! O som não saia! Vi um rapaz de cabelos castanhos a abraçar-me e a chamar por mim, ele chorava desalmadamente. Eu estava em choque não conseguia reagir. De repente a memória volta, relembro todos os momentos que passei com ele, a nossa primeira saída, da qual fomos assaltados e ele foi para o hospital, as idas ao cinema, as festas, os segredos que partilhamos, a gaja que se atirou a ele, tudo. Só não em conseguia lembrar do nome, estava preso, até que vejo a Ju a ajoelhar-se ao lado dele e a dizer:

Ju-Back, o que é que tu fizeste?

É isso! Back!

Back- Eu estava a voltar para instituição porque lhe fui comprar um ramo de flores! Para poder fazer-lhe uma surpresa e de repente ela mete-se à frente do carro! Alicia! Por favor não em faças isto! Alicia!

A voz do Back confundia-se com o som da ambulância ao longe. Só via luzes vermelhas e azuis a piscarem. Fui colocada numa maca e colocaram-me uma máscara de oxigênio, até que adormeci e tudo à minha volta ficou turvo, até que se tornou cada vez mais negro.

Olá leitoras! Espero que tenham gostado deste primeiro capítulo! Os próximos não terão data marcada! Não se esqueçam de por gosto e comentar! Muitos beijinhos!

Sem saída 2- O desesperoOnde histórias criam vida. Descubra agora