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"Não é normal garotos gostarem de garotos. É nojento. É doentio. Ser gay não é ser normal, ser gay é ser doente mental. Eu não entendo como o meu cérebro cria imagens como essas..."

O menino de cabelos encaracolados ia contando sua história enquanto seu psicólogo ia anotando palavra por palavra, pensamento por pensamento.

O silêncio no apartamento n° 93 era ensurdecedor. Apenas a voz de um jovem contando seu próprio desastre para um homem, poucos anos mais velho, que iria tentar ajuda - lo.

"Um momento Bradley, como são essas imagens que seu cérebro cria?"

O mais velho o interrompe.

"Bem... Eu ando sonhando isso a mais de duas semanas seguidas..."

"Ok"

O garoto estava deitado em um sofá de couro marrom, seus olhos estavam fechados tentando puxar de volta cada detalhe do seu sonho.

"Nós estamos correndo em um lugar com algumas casas, quanto mais corremos mais as casas vão diminuindo, el..."

"Como eram essas casas?"

"Não muito grandes, com cores pasteis, poucas tinham dois andares, posso - lhe dizer que é uma rua classe média alta, mas com casas simples"

"Certo, pode continuar a contar seu sonho" 

"Hmm... Ele está segurando minha mão e estamos correndo e rindo cada vez mais, até chegarmos a um lugar estranho, como se fosse uma casa abandonada em um lugar com bastante árvores, nós nos...."

O alarme toca, cortando totalmente o menino

"Brad, nosso tempo acabou, mas nos vemos amanhã"

Tristan, era assim que ele prefiria que o chamassem "depois do alarme", levanta de sua cadeira e estende sua mão para Bradley.

"Até logo"

Bradley segurou a mão de Tristan para se levantar e já aproveitou para se despedir com um aperto de mãos, Bradley se arrepiou ao toque.

"Impressionante"

Tristan murmurou baixinho insinuando a "resposta" do corpo de Bradley. O menino corou de vergonha e raiva ao mesmo tempo, soltando rapidamente a mão do mais velho e saindo pela porta.

room 93 • tradleyOnde histórias criam vida. Descubra agora