Capítulo 01 - Parte I

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SAVANAH

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SAVANAH

   Assim como a mulher o havia instruído, o homem que me arrastava jogou-me num quarto e logo em seguida ouvi as trancas da porta sendo fechadas. Levanto do chão onde caí e olho ao redor. Estou em um lugar luxuoso, pelo menos para mim, que vivi na favela.

   Fascinada, inspeciono o lugar.

   No centro do cômodo há uma grande cama rodeada por um tipo de apoio para as cortinas azuis que estão amarradas em cada uma das suas extremidades. O colchão está impecavelmente coberto por um edredom azul royal e, sob ele, tem quatro travesseiros.

   A  divisão do espaço é impressionante. Há uma janela na lateral esquerda e tem uma porta do lado direito na qual, curiosa, giro a maçaneta e abro. Ao colocar a cabeça para dentro, constato ser um banheiro pequeno, mas, como o quarto, é de uma beleza exuberante, ricamente detalhado em mármore branco do piso às paredes, com um box dividindo-o.

   Entro intrigada no banheiro e avalio tudo com calma.

   A porta se fecha com um baque, fazendo-me entrar instantaneamente em pânico. Começo a passar mal. Minha respiração acelera. Não sei o que está acontecendo comigo, talvez, trauma por ter acordado naquele cubículo fechado. Corro em direção à porta e abro-a soltando um suspiro de alívio quando consigo.

   Rapidamente caminho até a janela do cômodo e a puxo com o intuito de arejar um pouco o quarto, porém, meu estado piora quando avisto grades extremamente rígidas no lado externo.

   Sento no chão com o rosto entre os joelhos, encostada naquelas paredes que podem ter um grande valor arquitetônico, no entanto, não tão inestimável como o amor que possuía na minha pacata vida de dias atrás.

   Olho tudo tudo novamente pensando sensatamente.

   Talvez ainda não estivesse raciocinando direito, porém agora o peso dos últimos acontecimentos atingiu-me em cheio. Estou presa num lugar que não faço ideia de onde seja, sem ninguém que se preocupe comigo a ponto de me procurar. Querem pôr a prêmio meu corpo e querem vender minha dignidade, que é a coisa que meus pais mais prezavam.

   Queria poder voltar no tempo e ser só aquela garota que esperava os pais em casa com o jantar pronto. Eles trabalharam o dia todo em prol do nosso bem estar e mereciam uma pequena recompensa, por mínima que fosse. Era uma refeição muito simples. Apenas de arroz ou feijão, um ou outro, nunca os dois. Mas isso não tinha importância se estivéssemos juntos e rodeados pelo amor que sentíamos um pelo outro.

   As recordações trouxeram-me a lembrança da minha fotografia. Aflita, rezando para que ninguém a tivesse tirado de mim, procuro no bolso e a encontro, para o meu alívio. Esta fotografia retrata a única coisa boa que me restou.

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