O presidente de Amhestris decide me testar

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Era só mais uma semana normal na Academia do Norte. Por incrível que pareça, depois da Noite de Bruxa que teve, todos os ataques das bruxas em Amhestris se tornaram nulos. Não existiam mais ataques por parte das bruxas por todo esse período. A população ficou se sentindo bem, segura e livre com isso. Nós... Bem, ficamos mais doidos que tudo. Isso só indicava uma coisa: elas estavam tramando algo em grande porte pra atacar de "surpresa".

Batidas na porta do meu quarto me fizeram levantar da cama. Dessa vez, eu estava vestido. Não sei o porquê, mas eu estava vestido. Abri a porta e vi Amber segurando uma prancheta. Ela usava sua roupa de enfermeira como de costume.

-O que quer, Amber? - Perguntei, ainda meio sonolento.

-Me mandaram vir aqui pra te chamar. Parece que o presidente Roy quer dar uma palavrinha com o novo portador de Neilgee.

Assim que ela terminou seu recado, simplesmente saiu andando sem me deixar nenhuma brecha pra responder. Suspirei e saí do quarto, fechando a porta. Coloquei as mãos nos bolsos e fui andando da ala dos dormitórios até a ala das salas de aula. A maioria dos alunos estava em uma palestra sobre novos armamentos achados em explorações. Era bom pra eles aprender sobre essas "novas" armas. Segui andando, até a sala da diretora. Risadas estavam vindo de dentro. Provavelmente Margot estava mais feliz do quê criança quando ganha o presente que querem. Afinal, ela amava o meu pai. Abri a porta sem bater e me deparei com Margot no colo do meu pai. Eles estavam se pegando ali mesmo.

-Sabe, a diretora não tem um quarto? - Disse, alto.

Margot se assustou e levantou-se mais rápido que eu pudesse correr. Meu pai riu e continou sentado, olhando como Margot havia ficado corada. Devo admitir que ela ficava engraçada tão vermelha.

-Sabe, acho que seu pai te ensinou a bater na porta, não? - Falou Margot. Logo em seguida, jogou um livro em mim.

-Eu não sei de nada. - Disse, meu pai.

-Nunca sabe de nada. É uma característica muito engraçada sua. - Falei.

-Tá, o que você quer, Tristan? Estamos... Ocupados.

-A enfermeira da macumba disse que o Roy quer falar comigo. Vou ter mesmo que ir pra cidade central? Não estou me sentindo muito bem esses últimos dias.

-Vai, passando mal ou não. Ele disse que era um assunto importante. Tão importante que ele tem que falar diretamente com você.

-Ah... Mas que saco. Então, eu já vou indo.

-Espera. A Rafaela Holmes me pediu permissão pra ir com você. Eu deixei. Ela nunca conheceu os pais. Tem uma pista que diz que os pais dela e de Emma estão morando na cidade central. Você vai ajudá-la.

-Mas, por quê? Você não pode ir levar ela? Sabe como eu odeio a cidade central.

-Tristan, leve-a logo. - Interrompeu, meu pai.

Revirei os olhos e sai da sala, fechando a porta. Como se não bastasse ter de ir conversar com o cara mais chato de Amhestris, eu teria que levar Rafaela comigo. Pra ser bem sincero, eu não tinha nada contra ela. Nadinha. Ela é uma pessoa muito boa. Mas, ela é um grude. E, eu não sou do tipo de gostar de grudes.

(...)

Já estávamos dentro do mesmo Camaro vermelho que havia me levado a Academia do Norte. Antes de ir pra cidade central, tinha que passar em uma das minhas casas. Rafaela estava mais animada que tudo.

"Sobre o Roy, tome cuidado, Tristan."

A voz de Neilgee me tirou de um desvaneio de memória. Nele, eu estava novamente no Jardim de Miguel, no mês em que eu treinei pra tentar ao menos utilizar de forma "correta" o poder que ele compartilhava.

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