Capítulo 11 - Não, não era um sonho.

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Dominic Bertole

Eu com certeza havia enlouquecido. Atacar Melissa assim, no meio da noite, me aproveitar de sua falta de clareza por conta dos remédios para obter prazer.. não foi certo.

Então porque eu não estou arrependido?

Ter Melissa em meus braços, se entregando a mim da maneira como ela fez.. me fez sentir algo diferente. Seu toque, apesar de desesperado por mim, era delicado, carinhoso. Seu olhar sobre meu corpo não remetia apenas luxúria, mas também um admiração que eu nunca havia visto nos olhos de alguém antes. Melissa me admirava?

Ela não tinha motivos para isso. Desde que a conheci agi de modo grosseiro, como se ela fosse apenas mais uma de minhas conquistas, mas não sei porque demorei tanto tempo para perceber que Melissa seria a mais importante delas.

Minha princesa. Agora, adormecida nos meus braços, com suas feições calmas, seu corpo volumoso nos lugares certos, colado ao meu, me transmitindo seu calor. A olhando assim, linda e calma, agarrada á mim.. me desperta sentimentos que eu nunca experimentei. Sentimentos que sempre evitei, afastei de mim.. mas quando olho para ela, não tenho vontade de ir embora, não quero solta-la.

Minha mãe sempre me dizia ''Meu filho, é sempre bom ter alguém por você no mundo. Alguém para confiar, apoiar.. alguém que te socorra independente das circunstâncias. Saber que pode contar com alguém, não tem preço.'' Eu nunca achei que isso fosse verdade, até agora. Antes, achava que esse ''alguém'' não existia. Agora, sinto que essa pessoa estava o tempo todo esperando por mim. E esse alguém, tem um nome agora. Melissa Blake.

Sei disso, porque não consigo descrever o que senti quando abri a porta do escritório e Valentinha me beijou, meu olhar se enconcontrou com o de Melissa por um instante, e o que eu vi neles fez meu coração se apertar. Vê-la sair da sala, confusa, se sentindo traida e usada me fez sentir um desespero crescente dentro de mim, eu vi tudo se desmoronando bem diante dos meus olhos, as coisas estavam caminhando tão bem, minha princesa havia se entregado á mim, havia cedido á sua vontade. Melissa havia confiado em mim. E eu havia traido sua confiança.

Quando olhei para Valentina, com seu sorriso estúpido diante de mim, achando graça em provocar Melissa, todo meu desespero se transformou em raiva, agarrei ela pelo braço, fechei a porta e a joguei com força no sofá, me lembrando a todo momento que apesar de uma vadia, Valentina ainda era uma mulher e eu não podia agredi-la.

- O que pensa que está fazendo Valentina?! – Vociferei para ela.

Valentina se assustou com minha fúria, e se encolheu, baixando a cabeça para mim.

- Dominic, porque está tão bravo? Iria fazer sexo com ela? Não tem problema, faça comigo, problema resolvido. – Ofereceu ela, estufando o peito, para deixa-los mais á mostra, se é que isso era possível, pois já estavam quase de fora.

Eu não acreditei no que estava escutando. Como uma mulher que tem tudo para ser linda, cobiçada, pode ser tão vulgar assim?

- Sexo? Acha que isso tem a ver com sexo Valentina?! – Me inclinei para ela, em uma postura ameaçadora. – Isso não tem a ver só com sexo. Eu não posso fingir que você é a Melissa, porque ela é tudo que você jamais será! Se bem que eu gozei bem gostoso em você no nosso último encontro enquanto pensava nela! – Ela arregalou os olhos para mim, e eu a encarei e ri ironicamente. – Eu olho para você e tudo que vejo é uma cadelinha no cio desesperada por atenção. Tudo que sinto é pena, e nojo. O que mais eu preciso fazer ou falar pra você me deixar em paz?!

Valentina se levantou, e assumiu uma expressão de puro ódio, exatamente igual a minha.

- Essa tal de Melissa não é mulher para você Dominic, não é! Ela é apenas uma menina achando que é mulher. Pode ir brincar com ela, mas ela não vai te satisfazer, e ai você vai voltar para mim. Você sera meu Dominic, e de ninguém mais! – Ela disse com a expressão dura, e foi de dar dó.

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