Capitulo 3

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Antes que qualquer um dos dois pudesse reagir àquela presença inesperada, a criatura que acabava de chegar se pendurou no pescoço de Estevão e só não depositou o beijo em seus lábios porque Estevão foi rápido o bastante para virar o rosto.


Maria estava estupefata. Quem era aquela loira esguia e vulgar que se jogava nos braços de Estevão como se fosse sua... sua amante? Assimilando aquela constatação Maria foi tomada pelo ciúme e antes que Estevão pudesse detê-la se encaminhava para o elevador, numa tentativa de fugir dali o quanto antes.

Assim que viu Maria se mexer Estevão praticamente jogou aquela mulher inconveniente para longe e foi a vez dela de ficar boquiaberta. Lupita olhava tudo aquilo surpresa, mas com um meio sorriso nos lábios. Estevão chamou por Maria, mas ela não parou, assim que as portas do elevador se abriram ela entrou e por poucos segundos teria conseguido escapar se Estevão não tivesse impedido as portas de se fecharem. Mas antes de entrar ele se virou e olhou diretamente para a mulher que continuava sem se mexer ao lado da mesa de Lupita.

E: Quando eu voltar Ana Rosa, espero não mais te encontrar por aqui! - Ana Rosa tentou argumentar, mas Estevão assumiu sua postura de homem implacável - Lupita, se por acaso a senhorita Ana Rosa não souber o caminho, faça com que um dos seguranças a acompanhe até a saída. - E assim as portas do elevador se fecharam isolando Maria e Estevão daquela cena que acabava de acontecer.

Sozinhos, Maria se encostou na parede de fundo do elevador, o mais longe possível de Estevão, com a raiva que tomava conta de si, não tinha muita certeza do que faria se ele a tocasse.

E: Maria - ele tentou se aproximar, mas viu chispas saltarem dos olhos dela - eu posso explicar...


M: Não quero suas explicações Estevão! - ela disse tentando controlar a voz e os tremores que a dominavam.


E: Maria, por favor - Estevão começava a entrar em desespero. Estava sentindo Maria cada vez mais longe dele e precisava reverter aquilo.


M: Meu Deus, como pude ser tão idiota? - Maria falou para si mesma, mas com a intenção de que Estevão a escutasse. - Eu estava começando a acreditar em você Estevão, estava começando a acreditar nessa sua conversa... - A raiva é tanta que ela começa a chorar.


E: Maria? - Estevão tenta uma nova aproximação, mas ela o impede.


M: Nem pense em me tocar agora! - A voz dela é baixa e Estevão a conhece o bastante para saber o significado daquele tom. - Você estava me enganando Estevão, como pode? Como pode? - Maria vai de encontro a Estevão e ele se encosta nas portas do elevador quando sente os punhos dela sobre seu peito - Você tem uma... uma... amante! - Essa última palavra sai de sua boca carregada de desdém.

Estevão sente quando o elevador para, ele tenta segurar as mãos dela para impedir que ela sai do elevador, mas Maria é mais rápida. Porém não tão rápida. Estevão consegue alcança-la e segurá-la pelos ombros ficando por trás dela.

E: Não querida. Eu não tenho uma amante...


M: Como não? O que foi que vi agora? Uma... uma... se jogar nos seus braços... - ela não consegue articular as palavras, pela raiva que borbulha dentro de si e pela proximidade dele que faz ferver seu sangue, e tenta se afastar, mas Estevão a puxa mais para si.


E: Não tenho nada com Ana Rosa, Maria! Não tenho e nunca tive! - Estevão passa seus braços ao redor de Maria, para impedir que ela se afaste. Precisava fazê-la escutar. - Maria, por favor, qualquer um pode ver que Ana Rosa é uma oportunista...


M: Não foi isso que me pareceu Estevão! Ela... ela se jogou em cima de você... quase te beijou na boca - ela tenta sair daquele abraço que a aprisiona. - Eu... - mas desiste e deixa cair seus braços ao lado do corpo e encosta sua cabeça no peito de Estevão, num gesto de rendição.

Deixa eu amar você Onde histórias criam vida. Descubra agora