Prólogo

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(Essa história é na narrativa.)

Ela corria, corria e corria, mas nada parecia se movimentar. Sua visão começava à ficar turva pelas lágrimas que teimavam para fazer uma lenta e torturante descida pelo seu rosto. As luzes começaram à se apagar no salão principal, e a garota parou de andar bruscamente, antes de entrar no mesmo. Assustada, sem saber para onde ia e o que estava acontecendo ao certo, ela voltou a correr, mas dessa vez, na direção oposta e gastando todo o ar que ainda lhe restava em seu pulmão – enquanto as luzes atrás dela iam estourando, uma por uma.

– Ora, ora.. Depois de ter descoberto tanta coisa.. Achas que vai sair daqui? – uma voz medonha ecoou sobre o corredor, seguida de uma risada, que fez a menina arrepiar.

Ela não ia parar de correr, mas foi impedida por uma parede que surgiu à sua frente, à fazendo ter um impacto tão grande, que quando bateu, voltou com tudo e escorregou pelo chão. A menina olhou ao redor, com os olhos amendrontados e se arrastou até a parede, tocando a mesma e à socando, com frustação e medo à consumindo.

– Não negue que desejas morreer.. Isso vai acontecer de qualquer jeito.. Se não for por mim, vai ser pelo seu amiguinho..

– N-não! – a garota berrou, se virando para o local em que o portador da voz estaria, mas só se via a escuridão. – E-ele nunca faria uma coisa dessas comigo!

– Não, é..?

Uma sombra se moveu diante à pouca luz que havia vindo de cima da garota. Um homem alto, bonito, mas com roupas engraçadas – pensou a menina – saiu da escuridão com um sorriso medonho, um sorriso quase que satisfeito. O homem segurou seu chapéu e se abaixou na frente da menina, segurando seu rosto pelo queixo de um modo agressivo, apertando as unhas em seu maxilar e à erguendo por ali.

– Você não é mais pura.. Que desperdício.. Sabe o porquê dele ter virado seu amigo? De ter feito tudo o que fez até agora..? É uma resposta bem simples, querida.. – ele deslizou a mão de seu queixo para a sua bochecha, subindo um pouco mais e à segurando pelos cabelos. – Eu o mandei. Ele tinha que ter a sua confiança e.. Trazê-la até mim.. Fez um belo trabalho..

À essa altura, a menina já havia cansado de ouvir aquelas coisas, já havia cansado de tentar lutar por verdades, desejando-as que fossem apenas mentiras sujas, mal contadas e irrelevantes. Com seus olhos fechados, ela juntou as sobrancelhas e rangeu os dentes quando mais lágrimas teimosamente escorriam pelo seu rosto.

– Não chore.. Eu juro que vai ser uma morte rápida, indolor.

O homem tirou de sua calça uma adaga prateada, com rosas esculpidas em detalhes pretos. Ele a encostou por um momento em sua barriga e logo depois, à enfiou com tudo.
E ela abriu os olhos, lentamente, confusa pela dor que não sentiu. Piscando rapidamente, pôde perceber que tudo aquilo não passava de um pesadelo longo e estranho, real demais.

– O que foi isso.. – murmurou para si mesma, sentando em sua cama e olhando ao redor.

A menina estava atordoada, seu suor frio ainda escorria pelo seu rosto e pescoço. Ela levantou, hesitante, analisando todo o quarto e soltou um suspiro de alívio ao finalmente perceber que estava tudo em ordem. Tudo como sempre, tudo em seu devido lugar.
Tudo totalmente normal.

– Que horas.. – Ela pegou o celular para ver as horas e arregalou os olhos – E-estou atrasada! – berrou, levantando e correndo até o banheiro.

A menina voltou ao quarto para pegar sua roupa, apressada e quando se virou na direção de seu banheiro, um pequeno brilho acima de sua cômoda chamou a sua atenção. Ela ficou com a expressão confusa e se aproximou, cautelosamente do brilho que era seguido por um tilintar. Quando se aproximou o bastante, o brilho diminuiu, e ela pôde ver uma linda Rosa Branca, com uma fitinha rosa envolvida entre seus espinhos, que dava um toque majestoso à mesma.

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