A CATEDRAL
Sharon já estava no hall de entrada, andando de um lado para o outro, esperando os outros descerem. Não trocou de roupa - Thomas disserá que era melhor ela ir preparada - por isso foi a primeira a descer. Alguns minutos depois os outros três desceram as escadas, todos com roupa de combate; Sharon se surpreendeu por Melissa não ter demorado. Ela vinha a frente, carregando um arco e flexa, os saltos de suas botas fazendo um som estranho sobre a escada de vidro, o cabelo estava amarrado, puxado para trás. Atrás dela, vinha Benjamin, também com roupa de combate, e Sharon reparou o quanto o preto o deixava pálido, seu cabelo, prateado destacava como a neve. Ele não parecia carregar nada, não que Sharon pudesse ver. E por último, vinha Thomas, que estava acabando de arrumar sua luva de couro sobre a mão. Ele, aparentemente, também não carregava nada.
- Prontos? - perguntou Benjamin e todos concordaram com um asceno. - Então vamos.
A rua estava quieta, um vento frio soprava sobre a avenida; Sharon se abraçou, mas tinha certeza que o frio era mais interno que externo.
Eles foram de carro até a metade do caminho, estacionado três ruas acima, e continuaram à pé. Thomas disserá que preferia não chamar atenção, e andando podiam se esconder sobre as sombras. Sharon se sentia um pouco culpada por tirar eles de casa aquela hora. Estavam quase chegando à rua de Dakota quando alguém pós a mão em seu ombro. Ela se assustou.
- Desculpe. - era Thomas. Eles estavam mais para trás, enquanto Benjamin e Melissa iam a frente, em um silêncio espantador.
- Tudo bem. - ela disse recuperando o fôlego. Não sabia porque estava assustada.
- Acho melhor você ficar com isso. - ele tirou de dentro da jaqueta uma adaga prateada, que brilhou mesmo sobre a pouca luz.
Ela era média, o cabo prateado com entalhos perfeitamente bem escupidos e a lâmina parecia bastante afiada. Uma adaga serafim.
- Pegue. - ele segurou a mão de Sharon e pôs a adaga ali, fazendo com que ela fechasse os dedos sobre o cabo gélido.
Os dedos nus de Thomas, onde não estavam cobertos pela luva, tocou os de Sharon. Eles estavam gelados, e ela involuntariamente sentiu um arrepio correr por seu braço.
- Obrigado. - disse recolhendo a mão mais rápido que o necessário e guardando a adaga no bolso interno da jaqueta.
Ela topou em algo e se desequilibrou, indo para trás. Mãos seguraram seu braço. Era Benjamin, parado a sua frente, e a segurava.
- Cuidado. Preste atenção. - seu tom não era grosseiro, e sim de cautela.
- Desculpe.
"Psiu" ela ouviu alguém dizer, olhou para trás, mas Thomas não disse nada. Ela já ia perguntar a ele, "o quê?", quando ouviu de novo. Agora, mais alto.
- Psiu. Aqui. - Sharon olhou para o lado, um pouco mais a frente e viu Melissa, agachada atrás de uma lata de lixo, ao lado de outra pessoa. Blair.
Sharon e os outros foram até elas.
- Oh, graças a Deus! Vocês demoraram. - Blair parecia nervosa.
- Então? O que ouve? - perguntou Benjamin.
- Bem, eu liguei para os pais dela. Eles disseram que tinham viajado e voltariam daqui a dois dias, mas que Dakota não foi com eles. Então liguei para o celular dela mais de dez vezes e nada. Liguei para o telefone e nada também, só caia na caixa postal. Fiquei preocupada e vim aqui, quando estava quase escurecendo. Não tinha luz ligada, nem nada. Toquei a campainha e ninguém atendeu; nem ela nem o irmão dela. Não é novidade que Jensen não para em casa, mas ela... então eu ia invadir, assim como fiz na casa de Sharon. Mas algo em mim congelou, e eu de repente tive uma sensação estranha. Como se meu subconsciente estivesse me dizendo que não era para eu entrar ali, que algo estava errado. Então fui para casa. Depois de mais tentativas em vão ligando para ela, decidir voltar aqui a noite. Ver se tinha alguma luz acesa, algo que indicasse que ela estava bem. Foi aí que liguei para Sharon.
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Mundo Imortal. O Lado Oculto!
FantasiaSharon, vive uma vida calma e comum em Seattle, até conhecer um grupo de jovens, que são novos na cidade. Daí em diante sua vida mudará rapidamente, e a garota descubrirá coisas que nunca imaginou existir. Coisas sobre a própria vida, que ela mesmo...