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Cristal

Ouço uma musica tocando ao fundo, mas o efeito de quem acabou de acordar ainda paira sobre mim e está difícil distinguir se isso é um sonho ou ele realmente está tocando. Tateio por debaixo dos travesseiros e encontro o infeliz dentro da fronha de um deles.

- Quem é o louco que tá querendo morrer mais cedo? - Atendo seja lá quem for.

- Deus! Esqueci como você odeia que te acordem cedo no sábado. Me desculpa amor. - O indivíduo denominado namorado fala do outro lado da linha. - Volta à dormir, eu ligo depois.

- Você tem muita sorte de estar bem longe daqui, se não já estaria cheio de facas. - Jogo o edredom para o lado e rapidamente me sento. Péssima ideia, minha vista escurece e vai voltando aos poucos, odeio quando isso acontece. - Ai, droga!

- O que foi? - Pergunta preocupado.

- Não, nada. Só me levantei rápido demais. - Apoio o celular no ombro e começo a arrumar a cama. - Bom, já que eu não vou conseguir dormir mais, me diz qual o motivo dessa ligação às... - Olho no relógio e arregalo os olhos - 9hrs da manhã? - Exclamo espantada. - Frank Lambrini você perdeu o juízo foi?

Ouço-o dar risada e a minha vontade de matá-lo só aumenta.

- Já pedi desculpa. Eu realmente esqueci que você é muito preguiçosa e não acorda cedo no sábado. - Debocha de mim. - Eu liguei pra te chamar pra sair, queria aproveitar pra passar mais tempo com você.

- Mas você já passou a semana toda grudado comigo, tá querendo mais? - Brinco.

Nessa ultima semana da troca com as turmas, ficamos nas minhas aulas, quase morri de rir quando tivemos que mexer com algumas partes do corpo humano, Frank ficou branco feito papel, tadinho, ainda bem que Jack liberou ele de ter que assistir à aula, caso contrario era bem capaz dele desmaiar ali mesmo. A melhor parte disso tudo foi contar pros meninos, eles ficaram a semana inteira tirando sarro do Frank.

- Passei, mas nunca é suficiente! - Caralho! Agora quero apertá-lo e enchê-lo de beijos. - E então? Será que a minha namorada vai me dar a honra de passar o dia na companhia de sua ilustríssima presença?

- Tá legal. Você é digno disso. Vem me buscar que horas?

- Hum, em vinte minutos eu chego aí.

- COMO É? - Exclamo assustada. - Tá de brincadeira né? Pelo amor de Deus, Frank.

- Brincadeira nenhuma, querida. Se eu fosse você eu me apressava, porque você tem exatas meia hora pra se arrumar. Nem se preocupe em tomar café, só se arruma. Até já, beijo.

Frank desliga o telefone sem nem me dar chance de argumentar. Ah, mas eu mato aquele idiota lindo.

Passo uma lista mental do que precisa ser feito.

1º - Procurar uma roupa.

2º - Tomar banho.

3º - Me vestir.

4º - Arrumar o cabelo e me maquiar.

5º e mais importante - Fazer isso em trinta minutos.

Ótimo! Maravilha de início de sábado.

Quando Frank chega, 20 minutos depois, por incrível que pareça eu já estou quase pronta. Termino de me maquiar e pego uma pequena bolsa, coloco meus documentos, dinheiro, celular, chave e batom. Dou um giro pelo quarto para me certificar de que não me esqueci de nada e vou para a sala.

O Idiota do Corredor (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora