Morte da esperança (parte 2)

751 54 13
                                    

(N/A " Eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força o resgata ")

13:16:

-branca de neve, cuide tudo, vou almoçar. Volto em meia hora- terminou a ruiva, com sua carteira em mãos e seguindo para o elevador.

-claro- sussurrou a morena, encostando-se na cadeira acochoada.

Respirando e sentindo que seu estômago não estava nada bem naquele dia. A menina apenas apoiou a cabeça na mão e olhou para o escritório vazio. Pegando sua câmera e a ligando, revirando algumas fotos antigas, apenas para virar a câmera para a janela atrás de si, o céu estava limpo hoje, as nuvens pareciam camadas finas de algodão doce. O sol estava bem fraco e os raios quase não encomodavam seus olhos, e o azul estava quase mais bonito que os olhos de Miranda.

Posicionando o olho direito na câmera, para finalmente bater algumas fotos cautelosas, deixando que uma parte de um dos prédios também fossem incluidas, Amélia sempre achou uma besteira esses fotógrafos que ou tiravam fotos da natureza, ou da selva de pedra. E por isso, ela se recusava a decidir entres os dois, ficando em cima do muro e procurando encaixar as duas coisas em uma única arte. Natureza e Urbanismo poderiam sim ser uma coisa só. Tirando mais algumas fotos do bonito dia, Amélia então encerrou sua sessão de fotos e conectou o cabo USB a CPU do computador, clicando nas melhores fotos e as imprimindo. Em segundos, as fotos estavam saindo divinamente na impressora da mesa de Emilly, a morena sorriu impolgada, pegando as fotos quentes e recém impressas. Dando um sorriso aberto, com o resultado final, juntando as fotos e voltando-se para sua mesa, espalhando as mesmas em sua mesa e analisando uma por uma.

Vezes mudando uma de lugar, ou as virando de cabeça para baixo, como um pequeno quebra cabeça próprio, feito por ela mesma.

-Então é assim? Eu saiu por algumas horas e ninguém trabalha mais?- a voz da editora pegou Amélia tão distraída que a pequena quase caiu da cadeira. Levantando-se rapidamente para receber a editora, Amélia sentiu suas pernas falharem quando a mais velha fixou seu olhar nas fotos em cima da mesa da morena.

-Emilly foi almoçar, as roupas que a senhora pediu estão todas em sua sala- concluiu a morena, com as mãos pra trás

Miranda tirou os óculos, jogou casaco e bolsa na mesa de Emilly, usando a mão direita a editora pegou a primeira foto na mesa, uma em quê as nuvens saíram do lado esquerdo da foto, o prédio do lado direito e bem no meio as luzes fracas do sol deixaram o céu azul quase rosa.

-isso. É pessoal- terminou Amélia, pegando todas as fotos em cima da mesa, e finalmente, estendendo a mão pada Miranda

A mais velha correu os olhos pela foto, juntando forças para não esboçar um sorriso, subindo o par de azuis pela mão da assistente, até finalmente vasculhar o rosto da mais nova, caçando algum resquíciu de emoção, que desse alguma estabilidade para a mais velha.

A editora entregou-lhe a foto, deixando que seus dedos tocassem de leve a pele clara da mais nova, para então voltar para seu escritório em silêncio.

A mais nova deixou o ar sair pelo seu pulmão com tanta rapidez que teve de se segurar para suas costas não atingirem o chão frio. Guardando as fotos todas em sua bolsa, para finalmente sentar-se em sua cadeira acochoada e apertar as têmporas.

-hey gatinha, bom ver você de novo- a voz grossa e abafada fez a mais nova abrir os olhos depressa, espalmando a mão em sua testa

-oi- comprimentou a morena, apertando os olhos

-ela tá aí?- perguntou o rapaz, forte, com uma camisa polo preta da lacoste, uma calça jeans desbotada e o cabelo arrumado para o lado, o sorriso do rapaz fazia o estômago da menor revirar

Doces Situações [romance lésbico]Onde histórias criam vida. Descubra agora