Capítulo 1 - "Welcome to my life"

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Mais um dia abro os olhos querendo que seja o último dia da minha vida. Sem a mínima coragem, levanto da minha cama quase dormindo e vou me arrumar para a escola.
- Dean querido, você está pronto? - minha mãe pergunta já sabendo a resposta, mas ela me pergunta só pra eu ter que socializar com as pessoas.
Não respondo, apenas a ignoro. Desço as escadas, tomo meu café e vou pra escola. Praticamente todo ano eu mudo de escola, ou porque eu tenho problemas sociais ou por causa do trabalho da minha mãe. Já perdi muitos amigos, o único que eu mantenho contato desde os onze anos é o Sam, meu melhor amigo. Deixei inúmeras paixões pra trás, sinceramente não aguento mais essa vida. Só queria ser de maior e poder sair, encontrar o Sam e achar minhas paixões perdidas. Mas a vida nem sempre é como nós queremos. E ela vai seguir independente da nossa vontade. Escola sempre é a mesma merda. Todos me olham estranho. Só queria entender porque  a maioria das pessoas tem um certo receio de se aproximar de góticos. Qual é cara, nem todos os góticos reclamam da vida. Eles geralmente guardam isso pra eles mesmos. As vezes eles nem sofrem depressão, como muitas pessoas pensam. Mas eu sofro. É só minha mãe que não repara ou finge que não repara. Cheguei naquele lugar abominável, vulgo escola e analisei. Cheguei a conclusão que escola é tudo igual: um local cheio de panelinhas onde os que tem mais dinheiro mandam e os que não tem só vão ser bestas mesmo. Mas aquela famosa frase que fala sobre as voltas que o mundo dá é a mais pura verdade, pois amanhã esses riquinhos não serão ninguém. Ou serão, pois as vezes o mundo pode ser meio injusto também. Nessa escola tinha os góticos, as patricinhas, os atletas, os nerds, os músicos e os que nunca podiam faltar em nenhuma escola: os riquinhos populares metidos a besta. Odeio esse povo. São tudo um bando de arrebitados, que se acham melhor do que todo mundo. Uma garota veio falar comigo.
- Oieeee! - nossa que voz irritante - qual seu nome?
Ela parecia simpática. Tentei ser simpático com ela também, afinal ter amigos as vezes pode ajudar a sair da depressão.
- Meu nome é Dean... E o seu?
Eu tava parecendo um abestalhado sorrindo, mas pelo menos eu estava sendo simpático... Ou só estava tentando mesmo.
- Emma. Você é novo aqui né? Quer sentar comigo e minhas amigas no almoço hoje?
- Pode ser Emma.
Ela saiu sorrindo. Bom, pelo menos fiz uma amiga né? E ainda vou conhecer os amigos dela. Parece que essa escola não é tão ruim assim. O sinal tocou, fui para a aula de matemática. Depois da aula de matemática, tive aula de história. E assim foi o primeiro tempo: duas aulas chatas, que passaram super devagar. Então finalmente chegou a hora do recreio. Saí da sala e fui procurar a Emma. Lá estava ela: com uma postura impecável, a abelha rainha, e suas amigas, as súditas. A Emma parecia ser a líder do grupinho. Mas ela era uma líder legal.
- Oiee Dean! Vem aqui, deixa eu te apresentar as meninas - enquanto ela apresentava eu só tirava minhas próprias conclusões sobre cada uma - essa é Charlie, - ela apontou para uma menina que estava assistindo um pornô lésbico no celular, contudo a menina era a mais patricinha de todas as patricinhas do grupo - Lisa, - Lisa era uma menina de cabelos castanho escuros e olhos verdes, na minha opinião era a mais bonita e mais discreta do grupo. - Regina, - era a melhor amiga de Emma. Ela tinha um olhar meio seco, porém ela parecia legal. - Alison, - parecia ser a amiga invejosa, mas que é sua amiga. Conheço muitos meninos assim - Hanna - era a gordinha do grupo. Alison estava insultando com a coitada nesse minuto - Violet - era uma menina de olhos tristes, provavelmente uma gótica disfarçada de patricinha - e por último, Joanna, mas se quiser chame ela de Jo - era uma menina baixinha, loira, porém ela era bem durona.
As meninas pareciam ser bem legais, principalmente a Violet e a Lisa.
- Dean, você é novo aqui? - Lisa pergunta
- Sou sim, eu vim do Kansas. Minha mãe veio por conta do trabalho.
- Espero que goste do colégio.
- Quantos anos você tem? - pergunta Charlie
- Dezesseis - respondo com um sorrisinho de canto de boca. Juro que tento ser simpático, mas não consigo. Nunca consigo.- e vocês tem quantos anos? - pergunto tentando puxar assunto
- Eu e Charlie temos treze, Lisa tem quinze e Regina, Alison, Hanna e Joanna tem quatorze. - Emma fala.
Elas devem estar na nona série então. Então provavelmente elas não serão da mesma sala que eu. Mas isso não importa, pelo menos eu tenho amigos não é? Um passo já foi. Agora só falta conhecer algumas pessoas da minha sala e não me apaixonar por ninguém. Essa é minha meta do ano, poderia ser da vida, mas não sei quais colégios o futuro me reserva. O sinal toca, e nós nos dirigimos para as nossas respectivas salas. As aulas passam lentamente, cada segundo pra mim é um sofrimento. O sinal toca, logo saio da sala. Encontro Charlie na saída.
- Ai meu Deus, sabia que amanhã nós temos prova? - ela fala frustrada.
- No meu antigo colégio, nós tínhamos duas provas por semana!
- Que horror! - ela fala indignada
Andamos pelos corredores, distraídos, e eu esbarro em alguém.
[continua?]

O anjo que não podia voarOnde histórias criam vida. Descubra agora