Capítulo 13 - 1 mês depois.

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Quando eu vi aquela porra daquele chupão, eu simplesmente enlouqueci. O mundo que eu tinha inventado, desmoronou e eu me vi como o idiota da história.

Fantasiei demais, me vi casado e com filhos ao lado de Hailey. Pela primeira vez eu me vi assim com alguém, pela primeira vez eu vi tudo diferemte, pela primeira vez eu realmente queria que fosse diferente. Mas não foi.

E aquela droga de chupão era o culpado. Logo na noite em que tinhamos nos acertado, na noite em que eu finalmente assumi que gostava dela, a gente já tinha meio caminho andado e ela fez questão de destruir tudo.

Porque ela tinha feito aquilo comigo? Era escolha, ela fez questão de me dizer que aquela era a vida dela, que nunca tinha sido minha prioridade.

Porque eu sempre tinha de fazer besteira?

Mas o mais estranho foi ver todas as roupas dela jogadas em cima do sofá e o dinheiro no chão da sala do hotel. Na mesma quantia que eu entreguei, ela não fez questão. Quando eu voltei pro quarto, ela já tinha saido mas a culpa me dominou mesmo contra a minha vontade. Eu tinha sido muito rude. Falei coisas horríveis que nem uma puta como ela, merecia ouvir.

— Qual foi, irmãozinho? — Ryan chegou gritando.

— E ai, dude? — comprimentei sem vontade.

— Tá por aqui? — ele se jogou no outro sofá da minha sala.

— Eu moro aqui, Ryan — bufei.

— Achei que no mínimo ia trazer a Hailey. Você não desgudava dela.

— Não vamos falar de vadias — cuspi.

Vadias? Espera, espera — ele me olhou sem entender. — O que aconteceu? O que eu perdi dessa história?

— A vadia apareceu com um chupão no pescoço, que eu não fiz, e fez questão de me dizer que eu não tinha sido prioridade dela — eu debochei da minha triste situação depressiva no momento. — Porra, eu contratei ela por uma semana por nove mil dólares, ela tinha de ser minha. Só minha.

— Tá assim pelo dinheiro ou pela garota mesmo? — ele sentou-se para me encarar.

— Ela nem quis o dinheiro, rapariga — eu passei a mão no rosto. — Eu disse coisas horríveis.

— Tá com pena, Justin?

— Não, Ryan. Mas foram coisas pesadas mesmo — justifiquei.

— Tipo? — ele quis saber.

— Disse que ela podia voltar pra vidinha de vender o corpo pra conseguir alguma coisa.

— Porra — ele se ajeitou no sofá. — E ela nem se defendeu?

— Disse que foi forçada e que só tinha sido no último dia.

— E você acredita?

— Não, ela fez questão de me dizer que eu não era prioridade.

— É um jogo de quem machuca mais, irmão. E ela nem começou a brincar ainda. Tu passava o dia com ela, Justin, como ela pode ter feito isso com mais alguém?

— E agora, Ryan? — parei pra pensar um pouco na situação.

— Tu gosta dela?

— Poxa vida, eu gosto demais — assumi.

— Vai atrás.

— Ela é complicada, Ryan. Além de nunca aceitar minhas desculpas, acho que a machuquei mesmo.

— E imaginar que só eu beijei — ele riu com ar sonhador.

— Deixa de falar besteita, cabeção - eu o estapeei. — Ela me beijou.

— Beija bem, né?

— Vai dá seu cu — ele riu.

— Ciúmes, Bieber?

— Ciúmes de cu é rola — eu falei brincalhão.

— Won, fofo.

Eu ri de novo aquele cara era um palhaço.

— Sabe o que eu fico imaginando? Você falando para o Scooter que tava namorando uma prostituta — Ryan me olhou questionador.

— Ele surtava — eu gargalhei imaginando a cena. — Mas pela Hailey eu faria... Não sei agora, mas eu teria feito.

— Porque ela, Justin?

— Eu não faço idéia. Ela um tinha jeito diferente, não me queria pela fama — eu suspirei. — Sabe como nós nos conhecemos? — ele esperou. — Meu som tinha dado tiute e eu precisei parar pra trocar a música, ela chegou achando que eu era cliente. Dai eu vi uns paparazzis no fim da rua e a obriguei a entrar, com medo dela falar besteira, levei ela pro meu hotel e a deixei lá... Mas eu não tinha mais nada pra fazer na rua, ela tinha estragado. Dai eu a convidei pra entrar. Era só pra passar a noite, nem sexo eu queria... Só companhia.

— E ela te chamou de gay?

— Perguntou meu nome e eu disse Justin. Ai ela perguntou se era como Justin Bieber, e eu perguntei se ela gostava dele. Ela disse que ele parecia um gay. Ai ela tentou me punhetar, mano e bem na hora o poste iluminou o carro e ela viu que eu era eu.

— Nossa — Ryan riu.

— Pois é, cara. Hailey era incrível.

— Tá fudido, irmão. Até a Kendall gostou dela, a gente saiu ontem e ela perguntou por vocês... Mas eu não sabia de nada.

— Tudo bem — assenti.

— E Justin, porque tu não ajudou a menina a sair dessa vida?

— Ela não queria... Disse que ia sair, mas ia sair só. Ela era marrenta pra caramba. As coisas tinham de ser no tempo dela, na hora dela, isso era um porre.

— Eu sei que tu ficou em Vegas mas do que devia. Scooter estava louco. Tu devia ao menos ter atendido as ligações dele.

— Eu sei, mas eu preferir fechar uma semana. Scooter ia me mandar de volta pra casa e eu sinceramente não estava afim, queria ficar lá com Hails.

— E teve o negócio do Gere...

— Eu ja resolvi aquilo — falei orgulhoso. — Hailey, resolveu na verdade.

— Tudo se resume a Hailey?

— No momento, sim.

Assenti.

Pretty Woman - JaileyOnde histórias criam vida. Descubra agora