Notas de um amor.

PRÓXIMOS DO FIM Ī

...

Alguns meses depois do campeonato de boxe...

Eu e Renato, estamos sozinhos na casa dos meus avós. Deitados no tapete da sala, vendo filme, Reeh mordia minha orelha levemente enquanto eu fazia carinho na sua barriga.

Eu te amo Reeh. - Ele, ao ouvir minhas palavras juntou uma mão com a minha. Com a dele formou a metade de um coração e com a minha eu o completei. Fiquei olhando para o coração que tinha se formado com nossas mãos, e era justamente o que aconteceu com minha vida depois de todo o amor que Renato me deu, aquele amor me encheu e completou da mais perfeita forma, parecia que todas as minhas pecinhas se completavam com as dele e vice versa.

Passei a encarar Renato, ele corou. Nossos beijos começaram calmos e leves, mas com o tempo passaram a ficar cada vez mais quentes, ferozes. Reeh sabia onde me pegar, sabia muito bem, eu estava adorando sentir aquele amor, ver que ele me desejava tanto quanto eu o desejava. Renato deitou por cima de mim, senti seu corpo rígido em cima do meu, os beijos não paravam, ele estava entre as minhas pernas e então resolveu se desvencilhar um pouco para tirar a blusa. Meu corpo gelou ao ver o dele em cima do meu, toda aquele êxtase, todo aquele prazer, mas não podia deixar aquilo ir adiante, eu não queria ter relações sexuais com ele, não agora, ainda não, portanto pedi que ele parasse, no começo, pedir só serviu para deixa lo ainda mais excitado porém demonstrei que não estava achando mais graça então ele parou, deitou sua cabeça sobre o meu peito e ficou dando beijinhos no meu queixo.

Já era fim de tarde, 18:30, meus avós disseram chegar lá pelas 20:00, então depois que o filme acabasse Reeh me convenceu a passear com ele para comermos algo. Agora ele carrega um bloquinho de notas para escrever algumas coisas quando não conseguisse falar plenamente o que queria.

O filme acabou. Notei que Reeh sentia dores nas costas, pedi que ele se deitasse de barriga para baixo enquanto eu o massageava, ele logo me obedeceu. Subi em suas costas e comecei com os movimentos em seus ombros, Reeh fazia uma espécie de gemido toda vez que massageava o ponto certo e isso me matava de rir, passei uns dez minutos fazendo a massagem até ver que uma poça de sangue sujando o tapete da minha vó, virei sua cabeça e vi que o sangue estava saindo de seu nariz, como sempre me mantive calmo e pedi para ele não inclinar a cabeça. O sangramento já tinha parado quando eu percebi, mesmo assim Reeh havia sujado a blusa e um pouco do pescoço, então disse para ele ir tomar banho que eu iria emprestar um moletom do meu avô para que ele não usasse uma camisa ensanguentada.

Renato tinha acabado de tomar banho e se vestia, então resolvi fazer o mesmo, como eu ia sair com ele para comer alguma coisa resolvi me arrumar melhor. Lá fora não chovia, mas o clima era frio, coloquei um casaco preto e uma bermuda da mesma cor, pelo que me lembro eles eram pretos mesmo... As roupas que Reeh usava, eu não fazia a menor ideia de que cor eram, já que do meu ponto de vista as dele combinavam com as minhas, assim como qualquer coisa ao redor que não fosse o violeta dos seus olhos.

Eu estava parado, de frente para o espelho do meu quarto, observando o meu cabelo, que estava tão grande como antes de ser raspado. Reeh ficou parado, encostado na entrada da porta me observando, fiquei todo sem graça, ainda mais quando ele resolveu se aproximar e me abraçar por trás. Ficamos nos olhando através do espelho, com o seu cabelo sempre despenteado, sorria e sacudia a cabeça fazendo com que o cabelo bagunçasse ainda mais, resolvi fazer o mesmo, iria sair no estilo Renato, sem se importar com nada a não ser com ele.

Eram 20:00 em ponto quando saímos de casa. Perto de casa havia uma pracinha cheia de árvores e brinquedos para crianças, com lindos banquinhos de madeira. Normalmente, à essa hora haveria alguém lá, vendendo cachorro quente ou pipoca. Fomos todo o caminho de mãos dadas, Reeh estava quieto e apesar do frio suas mãos suavam.