Capítulo 59

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"Uma pessoa honesta é a obra mais maravilhosa de Deus."

As pessoas tem tendência a se esconder do passado, a criar uma redoma de vidro onde ninguém consegue entrar ou sair, apenas quem sente é que realmente sabe o que existe dentro dessa mesma redoma.
Por anos eu culpei -me pelas brigas constantes dos meus pais, pelo desentendimentos entre eles e pelo facto de terem se separado.

Por anos eu quis perceber porque que eu era tão inútil, porque que eu não conseguia despertar o mínimo interesse por parte dos meus pais, mais por parte da minha mãe.
Por algum tempo eu me odiava, por algum motivo eu pensava que a culpa era minha... Minha e de mais ninguém, apenas minha.

Por anos fui cega a esse ponto, até ser presa! Esse foi o início de um fim que eu desconhecia, o início do pico do abismo, abismo esse que para mim foi o início de um abre olhos.

Todas as noites antes das luzes apagarem, ficava sempre um vazio dentro de mim, um vazio estranho, mas que ao mesmo tempo era o meu conforto. Era uma sensação estranha, uma coisa que vinha de baixo, que me corróia devastando tudo o que havia de bom dentro de mim.

Mas era esse vazio que me fazia sentir bem, era o vazio da cela escura e húmida que me alivia, era um alívio diferente. Odiar o Zayn era algo tão forte, tão devastador que chegava a queimar , mas não pelo facto de o odiar, mas sim porque nunca mais o iria ver, o simples facto de nunca mais voltar a olhar nos seus olhos e dizer que o queria longe - mas a vontade era de gritar fica - de manda -lo para bem longe - mas ao mesmo tempo quero -lo ter tão perto - as vezes que o ignorava e implorava para que este seguisse com a sua vida, porém... Tudo isso era a minha redoma a falar por mim, era esse lado impulsivo que eu tanto usava para me defender das pessoas.

Na cadeia, o meu único pensamento era ele, todas as noites em claro que passava era nele que eu pensava, e no brilho dos seus olhos de cada vês que nós nos encontrávamos.

Era estranho, estar presa mas ao mesmo tempo sentir um alívio estranho. Pele primeira vez... Eu senti medo, eu temia por tudo, e ao mesmo tempo por nada. Era essa preocupação estranha que me invadia.

" A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência."

Essa frase estava cada vez mais presente em mim , eu queria poder gritar i 'm free, mas isso era de longe a verdade. Estar sozinha para mim agora era como pisar uma ponte instável. A probabilidade dela cair era enorme, porém eu precisava atravessar a mesma. Sendo um túmulo de pensamentos estranhos.

Não conseguia sair à rua sem ter medo de estar a ser vigiada, tinha medo de dormir sozinha, medo de estar sozinha de todo!
A solidão dizem que nós fortalece, que nos torna uma amostra do que realmente somos capazes de fazer.
Mas tudo não passa de uma força, uma ilusão criada por pessoas como eu.... Aterrorizadas com o passado, temidas pelo presente e afetadas por um futuro que nem existiu ainda!

As minhas ações levaram -me até um lugar sóbrio e medonho, descobrindo assim que não é a solidão que nos torna invencíveis!

Mas a confiança que as pessoas têm em nós, esse orgulho que provém de mínimas escolhas e atos cometidos por nós, que acabam indo de encontro com eles motivando -nos a nós.

Eu, Tu, Ele... Zayn!

Desde que o conheci que uma parte de mim parece mais acessa, mais viva... Conhece -lo fez com que a minha redoma automaticamente se partisse em vários pedacinhos minúsculos, abrindo espaço para uma realidade soberba, una realidade real, e não um conto de fadas e tão pouco um filme de ação!

Gritos de uma Adolescente: Rebelde?![Z.M].[L.H]Onde histórias criam vida. Descubra agora