Capítulo 12

14 0 0
                                    


Foi difícil sair do hospital. Mesmo machucada, Luísa tinha ânimo pra conversar a noite toda. Já passava da meia-noite quando Sônia interveio:

– Pessoal, mesmo não querendo, a Luísa precisa descansar agora. Como amanhã ela já vai estar em casa, nós continuamos o papo no almoço.

– Tem razão mãe, além disso, a Ana tá quase dormindo ali no canto. Prometi que a levaria em casa...

– Não to não! – Ana reagiu, esfregando os olhos e escondendo o bocejo com a palma das mãos – Eu posso dormir aqui, se vocês precisarem.

– De jeito nenhum, Ana! Não que eu não queira a sua companhia, mas a Drica já tá chegando. Ela tá cheia de remorso e pediu pra compensar passando a noite aqui. Amanhã eu continuo amolando você! – disse Luísa.

– Você não amola, de jeito nenhum! Então até o almoço! Espero que a noite seja tranqüila! Vamos, Gui?

– Claro!

Em poucos minutos eles chegaram até a casa de Ana. Dessa vez, sem muito papo no carro, não por falta de vontade, e sim porque ambos estavam caindo de sono.

– Que horas vocês almoçam? – questionou Ana.

– Ih, Ana! Os horários lá em casa são estranhos, o almoço é quase lanche da tarde! Mas não se preocupa não, pode dormir bem tranqüila. Por volta de 13:30 te busco aqui. Combinado? – perguntou, sorrindo.

– Fechado! Até daqui a pouco então! – ela piscou.

Subiu a escada exausta, trocando a pernas e já sonhando com a cama que a esperava. Se arrastou lentamente até o chuveiro e tomou um banho rápido. Mesmo que durasse apenas 5 minutos, um banho era capaz de relaxá-la profundamente. Minutos depois, já estava dormindo.

Acordou sem pressa no dia seguinte, por volta das 10. Olhou o celular, nenhuma mensagem. Tomou um suco de laranja e comeu umas torradas em frente a TV, enquanto zapeava os canais procurando algum episódio de série inédito pra ela.

Caiu em Criminal Minds. Série que amava, diga-se de passagem, e se distraiu até 11:30.

Tomou um banho e lavou os cabelos. 12:00. Escolheu um vestido azul marinho de saia rodada pra vestir, junto com um chinelinho trançado branco. Não queria se produzir demais, mas também não ia se vestir de qualquer jeito pra conhecer a casa dos pais de Guilherme, né? 12:30 já estava praticamente pronta. Será que dava tempo de dar um jeitinho nas unhas? Resolveu arriscar. Passou um esmalte vermelho de secagem rápida, limpou os cantinhos, borrifou um spray secante e 13:15 tava tudo certo. Agora era só esperar.

Minutos depois, o celular vibrou. Mensagem recebida de Guilherme:

"Ana, já posso ir te buscar? O almoço ainda está em ritmo de produção, mas minha mãe tá insistindo para que você venha logo."

Respondeu rapidamente:

"Sim, já estou pronta"

"Ok, estou a caminho!"

Será que seria legal levar um vinho? – Ana pensou. – Mas e se eles não beberem vinho? Devia ter me oferecido para levar pelo menos uma sobremesa... Mas nem consigo deixar uma gelatina bonita. Ah, droga. Tarde demais, de qualquer maneira. – Que fique pra uma próxima ocasião – disse pra si mesma.

Um tempo depois, mais uma mensagem de Gui: "Já cheguei, J!"

Ao chegar no carro, foi surpreendida com um elogio: – Você fica ótima de vestido, Ana. Na verdade, você fica linda com qualquer roupa... Ah, deu pra entender, né?

As dores e as delícias do primeiro encontroOnde histórias criam vida. Descubra agora