Ao longe e em meio à escuridão é ouvido o som de uma explosão. E depois outra. E outra. E passos apressados ritmados pela adrenalina e o medo da morte ou, nesse caso, da regeneração. E lá estava o Doutor correndo de mãos dadas com Amélia Pond, sua Amélia Pond. Não, não era sua amiga perdida há tanto tempo, e sim sua filha e de Melody. Os passos apertaram e as portas da TARDIS se abriram, mostrando os rostos sujos, cabelos desgrenhados e roupas chamuscadas de ambos os Senhores do Tempo. Os quatros corações batiam apressados e outra explosão jogou Amy no chão, que logo levantou-se e fechou as portas da máquina do tempo, ouvindo em seguida seu pai manuseando os tantos botões com um terço da maestria que sua mãe tinha, o que era deprimente já que ele possuía tal máquina há tantos séculos.
"Exército Sontaran em um campo minado num planeta que vive sem sol" Disse Amélia com seu fôlego curto, apoiando-se nas hastes de metal enquanto um sorriso brilhava em seu rosto juvenil "Acho que ganhamos na loteria!"
Seu pai deu uma risadinha leve enquanto decolava sua TARDIS com os freios ligados. Diferente de sua mãe, a garota sempre gostou do barulho, sempre lhe trouxe esperança e nostalgia de sua época em Darillium. Ah, Darillium! Já havia um ano e meio que estava correndo pelas galáxias ao lado de seu pai, mas jamais poderia se esquecer do planeta onde nasceu.
"Considere como seu presente de aniversário!" Ele disse, puxando uma alavanca e olhando o painel em seguida, vendo a Universidade de Luna onde Amy estudava física. "Espero que não esteja atrasada pra sétima aula"
Amélia balançou a cabeça com um sorriso leve, tirando seu casaco e o pendurando no console da TARDIS.
"Vou tomar um banho, não tem chance de eu ir pra aula assim"
De fato, Amy estava num estado deplorável. Seus cabelos ruivos e ondulados estavam cheios de nós e mais bagunçados que o comum. Seu rosto estava sujo de fuligem com alguns pequenos cortes enquanto sua camisa e calça estavam rasgados e chamuscados em várias partes. O décimo segundo Doutor sorriu ao ver o rosto da filha, que o lembrava tanto como o da primeira Amy Pond como o de River, o que lhe trazia uma felicidade melancólica. A garota lhe deu um rápido beijo na bochecha e então correu para o banheiro.
O Doutor cruzou seus braços e escorou-se no console da TARDIS, balançando sua cabeça negativamente. Ela era tão River em tantas maneiras! Sua forma de falar, sua coragem, lealdade e força honravam o sobrenome Pond. Ele suspirou com o pensamento, também dirigindo-se para o banho quando o telefone de Amy tocou. Ele não se surpreendeu, afinal era comum o telefone tocar (principalmente em situações de vida ou morte onde se era necessário absoluto silêncio), mas, dessa vez, um arrepio lhe correu a espinha. Nunca ignore seus instintos, especialmente se você é um viajante do tempo. O Doutor engoliu à seco, pegando o celular da filha.
Mãe
Involuntariamente, ele começou a tremer, sentindo o medo cobrir seu corpo. Depois de Darillium, ele ansiava por notícias de sua esposa mas sempre com medo, muito medo. Com um suspiro e seus corações batendo à mil, atendeu o celular.
"Hello sweetie"
Ele não pôde conter um sorriso apaixonado ao ouvir a voz de River. Sua River.
"Olá, River."
O Doutor ouviu uma leve risada de sua esposa, quase visualizando um sorriso em seus maravilhosos lábios.
"Desde quando você atende o celular da nossa filha?!"
Ele não conseguiu evitar de dar um riso debochado diante o comentário, mesmo que ainda estivesse nervoso. Felizmente a voz de sua amada acalmava sua alma como uma música composta por anjos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Last time
FanfictionAquele era mais um dia comum na vida do Doutor e de sua filha, Amélia Pond. Exatamente uma semana antes de aniversário dela, eles saíram para um planeta que vivia sem sol à pedido da mesma, porém acabaram encontrando confusão. E, na TARDIS, a Pond r...