Capítulo 1

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                                                                        Colleen



Como essa chuva começou a cair do nada assim? Eu sei que Nova York não é uma das cidades mais ensolaradas do mundo, mas não dava nem de longe para prever esse temporal.

E eu não acredito que eu tô no meio dessa avenida com a roupa quase toda ensopada e nem um táxi passa por aqui, maldita hora em que fui levar meu carro pra revisão.

O problema é que não é só por isso que eu tô com esse humor, tudo isso é culpa do Owen.

Um cara que dizia me amar e na primeira oportunidade foi se atracar com aquela vadia da Danya, estagiária da gravadora do pai dele. Eu sinto uma lágrima descer, nem me incomodo muito em limpá-la, pois com essa chuva ninguém vai perceber que eu tô chorando. Muito menos aqui em no centro dessa cidade, onde todo mundo sempre está ocupado com suas próprias vidas.

(...)

Acabo de sair do apartamento do Owen, onde tivemos mais uma discussão sobre o assunto e finalmente eu segui o conselho da minha amiga Meg, que é deixá-lo de vez. Na verdade eu não segui esse conselho ao pé da letra, eu não deixei ele definitivamente, eu pedi um tempo.

Eu sei que ela vai me matar quando souber disso,mas ela não deveria me julgar, eu amo esse cara e ela nunca fica em um relacionamento por mais de cinco meses, o meu já dura há dois anos e é dificil acabar isso tudo assim de uma hora pra outra.

Eu sei que ele vai pensar em tudo o que fez, da mesma forma que vou pensar no que eu vou fazer de agora em diante.

(...)

__Oi? Eu posso ficar aqui do seu lado? Eu tô precisando muito pegar um táxi.

Eu olho para aquele cara bem mais alto que eu e com ar superior e tenho vontade de perguntá-lo, se por acaso ele acha que conseguirá um táxi primeiro sendo que, eu que estou aqui há uns bons vinte minutos ainda não consegui.

Mas desisto porque pelo menos ele está de guarda-chuvas e por enquanto uma certa parte está me livrando da chuva. Um táxi pára e o taxista fala com ele, apesar de eu ter levantado a mão solicitando primeiro. O cara começa a fechar o guarda-chuvas e eu choramingo baixinho. Ele se vira já da porta do carro e diz:

__Você não vem?

Eu olho pra ele surpresa e ele continua:

­­__Quer dizer, quer dividir o táxi?

Eu queria dizer que não, mas não estou em condiçôes de recusar uma oferta dessas.

Já dentro do táxi, eu agradeço e me encolho no meu canto virando-me para a janela. O cara indica um endereço ao taxista e eu indico o meu e alerto que estou atrasada para uma reunião. O cara ao meu lado parece um bocado alegre apesar desse tempo ruim.

__Qual é o seu nome?

Eu me viro sem entender porque ele está querendo conversa, britânicos geralmente não querem conversa. E pelo pouco que ouvi ele conversar cheguei a essa cocnclusão pelo seu sotaque.Mas respondo para que esse trajeto não pareça mais longo ainda se eu o ignorar.

__Colleen Hastings.

Digo sem muito entusiasmo.

Ele me estende a mão e diz:

__Eu sou Ethan Andrews.

Eu seguro a sua mão apenas por educação.Como ele pode estar com um sorriso enorme no rosto quando toda essa chuva cai do céu? Eu não consigo entender mas isso não é problema meu, então me viro de novo pra janela. Ele finalmente entende que eu não estou com muita vontade de falar e fica no seu canto também olhando para a chuva que cai lá fora.

Um policial se aproxima da janela da frente do táxi. O taxista abaixa o vidro e o policial explica que há um congestionamento a nossa frente, causado por um acidente que irá demorar algum tempo para que haja o socorro das vítimas.

__Ai meu Deus! E agora?

Eu digo pra mim mesma. Resolvo mandar uma mensagem pra Meg, ela deve estar louca de preocupação, eu geralmente não me atraso, mas meu celular está descarregando. Eu o seguro e imploro á ele que permaneça ligado, em vão, ele dá seu último suspiro e desliga.

__Droga!

Eu agora olho pro cara sentado ao meu lado e ele diz levantando as mãos como se já tivesse adivinhado meus pensamentos:

__Eu não estou com meu telefone!

Eu respiro fundo e tento me acalmar, eu não vou pedir telefone ao taxista.

O cara que está ao meu lado se aproxima da minha janela e olha para fora através do vidro me deixando toda desconcertada com tal aproximação e diz:

__Acho que vou andando.

Ele paga o taxista, me olha e pergunta:

__Você vai ficar bem?

Eu me surpreendo com aquela pergunta e digo:

__Acho que sim.

Ele começa a abrir a porta, mas pára e se vira para mim:

__Olha, eu sei que pode parecer meio pretencioso, mas talvez, sei lá, você possa me acompanhar até a minha casa, lá tem telefone você pode ligar pra alguém e eu notei que você tá tremendo, eu não ofereci meu casaco, porque você não gosta de muito de conversar...

Eu o olho incrédula,mas ele continua:

__ Quando minha irmã veio me visitar hoje mais cedo,ela havia comprado uns casacos e esqueceu um aqui, eu posso te emprestar...

Ele pára de falar e fica olhando minha expressão tentando adivinhar o que eu vou dizer.

(...)

Eu estou no meio da rua dividindo um guarda-chuva com um estranho que me ofereceu ajuda me convidando para ir até o seu apartamento. Eu devo estar ficando louca,mas eu não tinha muitas opçoes, estamos á quilômetros da minha casa e do meu trabalho. Eu devo estar realmente meio louca da cabeça.


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⏰ Última atualização: Mar 10, 2016 ⏰

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