"...loving can hurt sometimes..."
Algumas gotas de água escorriam pela janela de vidro, a chuva acabou não faz muito tempo. Eu estava deitado em uma cama grande com um lençol de seda branco e fino cobrindo meu corpo, coçei os olhos e vi direito, eu estava novamente naquele quarto bege e sem vida. Apenas um quadro com um desenho estranho enfeita a parede sólida, uma poltrona azul ao lado da janela e alguns remédios em cima da mesinha de centro. Um tapete verde não faz nenhuma diferença no piso de madeira, o quarto continua sem vida.
Hoje eu não queria levantar, queria ficar dormindo e sonhar, sonhar para não acordar todos os dias e viver esse pesadelo que me atormenta. Esse pesadelo chama-se "vida". Nunca irei saber como é viver de verdade, minha vida sempre foi e continuará um lixo.
Preciso tomar remédios que eu nem sei para que servem todos os dias, preciso ficar ouvindo as pessoas elogiando meu irmão, ouvir as coisas através daquele quarto escuro. Deitado dia e noite, não como o suficiente, todo mundo me odeia, quase morrendo, baixa resistência.
Perto do que eu vivo, o inferno não parece ser tão ruim assim.
- Kyungsoo, hoje você tem consulta com a doutora Hye. Precisa de ajuda para se vestir? - Uma empregada pergunta com um sorriso falso no rosto.
É isso que eu odeio nas pessoas. Todas sempre tentam manter um sorriso falso no rosto, eu consigo ver, por trás das mascáras os rostos sofrem de solidão, mas minha mascára já caiu faz tempo.
- Não quero que me vista, vá embora. - Tive uma certa dificuldade para me levantar da cama. - Avise minha mãe que já estou descendo.
Eu tenho vários problemas, problemas demais para um garoto de apenas 16 anos. Não vou ao colégio, não consigo mais sorrir, sonhar é viver para mim, tudo indica que tenho uma depressão profunda. Sonhar é a única maneira de sair deste mundo insensato e hipócrita.
Nunca tive amigos, minha mãe me despreza na maioria das vezes e meu irmão é um idiota que se envolve com drogas. Eu agradeço a Deus até hoje pelo dia que meu pai faleceu, como eu odiava aquele homem.
- A "princesa" acordou. - Eu nunca escapo das piadinhas sem graça do Hyunsoo.
- Coma o café da manhã, vamos na doutora Hye hoje. - Minha mãe fala autoritária e com uma expressão de raiva no rosto.
- Não quero comer.
- Ninguém se importa se você come ou não. - Hyungsoo fala enquanto come o cereal açucarado.
- Ninguém se importa com o que você fala. - Eu retruquei.
- Pare de brigar com seu irmão Kyungsoo! Deixe ele comer em paz, espero que você emagreça um pouco, está muito gordo. - Ela ajeita os cabelos negros e o chapéu vermelho em sua cabeça.
- E-eu...EU ODEIO VOCÊS! - Eu me levanto da mesa.
- Onde pensa que vai? - Mamãe pergunta, e eu já estava longe o suficiente para não responder essa pergunta.
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Não consegui abrir os olhos, meu corpo doía bastante, o que será que aconteceu na noite passada?
