Capítulo 02 - Parte III

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   MASALOM

    Desço até o salão onde ele me aguarda. Ao chegar, avisto-o conversando animadamente com Horlom.

   — O que é tão divertido, rapazes? —  inquiro-os atraindo a atenção deles.

   Horlom, que estava de costas, se volta pra mim e o Davi apenas me olha curioso.

   — Por que estão me olhando desse jeito?  — rosno impaciente.

    — Nada demais. Apenas acabei de saber que vai se casar e estava comentando com o seu irmão o quanto vocês têm sorte de poder fazer isso com mais de uma mulher, assim, o sexo não se torna enjoativo e rotineiro.

  —  E eu estava dizendo que além das esposas, podemos ter amantes, o que de uma forma ou de outra, nos torna solteiros, mesmo depois de casados. —  fala Horlom colocando as mãos no bolso da calça social preta que usava.

   — Sei... eu te chamo para avaliar minha futura esposa, que está neste momento desmaiada, e vocês aqui de fofoca e conversa fiada. —  Aponto para o Davi e rosno, mas o idiota apena sorri. Já o Horlom me olha furioso.

    — Não acredito! —  exclama entre dentes. — O que fez com a garota, Masalom? —  antes que eu possa responder, ele avança sobre mim deixando poucos centímetros entre nossos corpos e rosna diante do meu rosto. — Pensa que eu não sei o que o pai faz contigo? Acha que nunca percebi quando chegava cheio de hematomas? Questiono-me o quanto subestima a minha inteligência, irmão. Sabe quem é a porra do seu sucessor? Eu! Se por acaso algo te acontecer, eu vou ocupar seu lugar. Quem diabos imagina que cuida daquele clube maldito? Aquelas putas que o pai coloca como diretoras que só sabem dar para o primeiro que aparece? Elas não têm essa competência, Masalom! Eu sou a porra do seu vice assim como você é o do pai.

    Encaro-o sem acreditar no que ouvi.

    — Eu só queria te proteger!  — berro tão furioso como nunca estive em toda a minha vida, pensando no meu pai. Ele não tinha esse direito! —  digo andando de um lado a outro.  Por que não me contou antes? — paro e pergunto. Nunca desconfiei que Horlom não era tão inocente assim quanto ao que me tornei.

   — Por que você não me contou? Só fiquei sabendo o porquê de ser eu o administrador daquele clube porque depois de ontem, fui investigar o que estava acontecendo contigo. E quem melhor para perguntar do que a pessoa que você passa a maior parte do seu tempo? Sim, meu pai me disse tudo, Masalom, absolutamente tudo.

   — Então, se você é meu "vice" por que ele nunca me disse? E desde quando me esconde que você é o administrador do clube? — pergunto tentando raciocinar.

    — Eu não sei, caralho. Ele, simplesmente, me designou para tal papel hoje cedo. Já a respeito do clube, faz algum tempo. Ele apenas deixou claro que suas putas estariam supostamente à frente de tudo para me encobrir e que por ser príncipe da Arábia, nunca poderia ser descoberto e, também, que eu admistraria o "negócio".

   — Então é por isso que se faz de cliente? Para despistar qualquer suspeita a seu respeito? — pergunto.

  —  Eu nunca fui um cliente, Masalom. Eu fingia ser um, quer dizer, isso até ontem quando eu perdi a porra da cabeça e deflorei uma virgem que "comprei" no leilão onde pegou sua noiva. —  anuncia passando as mãos por entre os cabelos num gesto nervoso.

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