A menina disfarçada

O acaso parte II

Acordei na sexta-feira ansiosa pelo encontro que teria a noite. Apesar de nao saber nada sobre o Marlon e toda aquela desconfiança que insistia em me pertubar, resolvi arriscar. O dia passou rápido, fui a um passeio da escola, até que foi legal.
Cheguei em casa e fui direto tomar um banho, pois estava muito quente.
Deitei um pouco e acabei dormindo, quando olhei no relogio ja estava quase na hora de me encontrar com o Marlon. Me apressei, rapidinho me arrumei. Estava me sentindo incompleta, nao estava bem.
Saí de casa atrasada, fui o caminho todo pensando no que falaria quando chegasse lá. Eu desci um ponto antes e fui andando até onde ele me esperava. Quando cheguei próxima ao ponto avistei um rapaz de blusa azul, calça jeans, tênis, meio forte, com o celular na mao. Ele estava olhando para o outro lado e nao dava pra ver seu rosto. Eu cheguei mais perto e fiquei parada esperando ele me olhar. Nao demorou nem 5 segundos. Ele me olhou e eu sorri. Tive a certeza de que era ele. Nos comprimentamos e daí fomos em direçao ao carro. Ele abriu a porta pra mim e eu entrei. Fomos o caminho quase todo em silêncio. Ele puxava assunto, mas eu só respondia o básico. Confesso que fiquei um pouco desapontada por achar que ele era bonito e quando o vi pessoalmente nao era tudo aquilo que imaginei. Queria voltar pra casa, mas era tarde demais. Agora teria que ir até o final. Chegamos ao shopping e fomos assistir a um filme de terror, adoro terror. Pelo menos nessa ele conseguiu acertar. Ficamos sentados um pouco na praça de alimentaçao, eu nao quis comer nada, ele até queria, mas nao iria comer sozinho. Entao ficamos conversando e como eu nao podia chegar muito tarde em casa, pedi pra que fossemos embora.
Ele me pediu mais alguns minutos e me levou pro lado de fora do shopping. Ele colocou a mao na minha cintura e me puxou pra perto.
-Me solta!
-Me dá um beijo?
-Não!
-Me dá um motivo pra vc não me dar um beijo?
-Que pergunta difícil...
Ele sorriu
-Ah cara eu nem te conheço direito e no ambiente onde estamos nao é legal fazer esse tipo de coisa.
-É, vc está certa.
-Vamos embora?
-Ta bom, mas vc n quer comer nada?
-Nao
-Eu pago a conta, pode ficar tranquila.
-Não é isso, eu só não quero.
Viemos conversando no caminho, o clima até que estava legal, estava me soltando aos poucos. Ele era legal, tinha gostado dele, só nao o tinha achado bonito. Eu visava tanto a beleza que as vezes se tornava até um vício.
Fiquei com um pouco de medo quando ele resolveu parar no posto de gasolina.
-O que vc vai fazer?
-Conversar com vc.
-Aqui?
-Eu queria saber o porque vc n pode me dar um beijo?
Fiquei em silêncio pois eu ja tinha respondido e confesso que estava com vontade de beijá-lo. Ele chegou mais perto e tentou me beijar, eu desviei. Ele tentou novamente e eu desviei. Ele colocou a mao na minha cintura e me puxou, e nisso eu me deixei levar e quando me dei conta ja estava beijando-o. Ele nao beijava tao bem assim, mas a sensaçao era boa. Ele me trouxe em casa e no caminho fiz carinho em sua cabeça e ele pos a mao sobre a minha coxa. Ficamos um tempo parado em frente ao portao do meu condominio e nos beijamos mais uma vez. Foi bom, eu cheguei em casa bem, muito bem. Parecia que eu estava sonhando. Eu normalmente ficava assim quando o rapaz era lindo, beijava bem. Mas ele nao era nada disso e eu nao conseguia parar de pensar em seus beijos e no encontro. Ele me ligou assim que chegou em casa e logo depois foi dormir, pois trabalhava no outro dia.
Fiquei um pouco decepcionada por ele nao ser nada daquilo que pensei que fosse, mas algo me dizia que ele era o certo. Torcia para nao estar enganada, pois eu era expert em me iludir com as pessoas.
Mas agora só queria correr e contar pras meninas o que havia acontecido.