POV Ken
Nossa vida virou uma montanha russa sem limite para fim. Toda essa reviravolta acabou com a nossa capacidade de percepção, pelo menos, com a minha. Por mais que eu tentasse, eu não conseguia pensar em nada que pudesse ajudar. Eu tentei, mas optei somente por ouvir os outros. Eles tinham ideias boas, mas a que prevaleceu foi a que Alex propôs. Estávamos sentados na sala de estar, e as horas passavam à medida que discutíamos como virar esse jogo. Não seria uma jogada fácil. É muito arriscado. Os Dewes não seriam tolos a ponto de deixarem as coisas muito óbvias para nós.
O dia que fui jogar boliche com Louis me veio à minha cabeça. Engoli em seco com dificuldade e senti meu pomo de Adão subir e descer. Eu deveria esquecê-lo, sei que ele nem se lembra de mim. Sei também, que tudo não passou de uma brincadeira.
— Não podemos perder essa oportunidade. — Levantei assim que Alex disse isso. Olhei para a janela e faltava menos de uma hora para a noite chegar.
— Estamos ficando sem tempo. — Meu pai nos informou.
Saímos de casa em busca de madeira para fazermos as estacas. Lindsey foi com meus pais, já que Klew precisou voltar à delegacia de Mystery City. Lewy, Nick e eu deveríamos ir logo, e assim que entramos no carro, apressei-me em dizer:
— Tenho que fazer umas coisas no cemitério, depois encontro vocês na floresta. — Informei. Em parte era verdade, precisava mesmo fazer algo, mas a outra parte é que queria dar um pouco de privacidade a eles. Eles precisam disso. Mesmo com as coisas ruins acontecendo, pelo menos algo bom deve acontecer. E eu quero muito que seja com eles.
Entrei no cemitério e eles seguiram para a floresta que fica atrás dele. Vagava entre as sepulturas a caminho do túmulo da Daenerys, talvez eu encontre algo que possa nos ajudar. Os únicos sons ouvidos eram o do meu sapato batendo no chão, da minha respiração, e do vento frio e forte que soprava em meus ouvidos. Meus cabelos já estavam maiores — e assim como minha jaqueta de pano mole — balançavam. Eu não queria perder tempo, por isso, andava o mais rápido que conseguia. Parei na tumba e adentrei sem nenhuma hesitação. Tudo estava igual, exceto pelo caixão que agora estava aberto. Me aproximei dele, e o analisei por uma sequência de minutos que não consegui contar. Ele estava bem acabado, empoeirado e com furos. O tempo o desgastou sem a menor preocupação.
Era isso. Essa é nossa única chance de impedir Daenerys de fazer, o que quer que seja que tem em mente. Precisamos encontrar uma maneira de trancafiá-la de novo nesse lugar. É nossa única, e mais fácil saída. Do lado de fora, a temperatura parecia ter caído uns dez graus. O sol já estava distante, mas o céu ainda estava claro. Meu caminhar acelerou quando saí do cemitério e me encaminhava para detrás da casa dos mortos, para ir ao encontro do meu irmão e meu amigo. O som familiar do meu celular fez com que eu parasse alguns segundos para pegá-lo em meu bolso, e atendê-lo.
— Estão com problemas? — Perguntei à minha mãe.
— Seu pai e eu já pegamos a madeira, e agora vamos colocar a outra parte do plano em andamento.
— O.K., estou indo ao encontro de Lewy e Nick.
— Pensei que já estivessem juntos.
— Isso não importa agora. — Parei e dei uma olhada ao redor. Somente árvores e nenhum sinal deles. — Se nosso plano não der certo, eu tenho outra saída. Eu preciso ir agora. — Desliguei e voltei a procurá-los.
POV Nick
Podia sentir o desconforto de Lewy depois que Ken saiu. Nós dois sabemos perfeitamente que ele fez isso para nos deixar mais à vontade. Continuei acelerando o carro até onde podia e descemos. Passamos a observar o lugar que era rodeado por árvores. Abri o porta-malas e tirei o que precisaríamos para conseguirmos a madeira para as estacas. Dei algum material para o Lewy e adentramos — ainda no silêncio mais constrangedor que já fui submetido — no meio das árvores. Não estávamos próximos da casa abandonado que meu pai e eu nos transformamos na noite de lua cheia. Nem gosto de pensar pelo o que passei. Foi a maior dor que senti em minha vida. Minha vontade era de nunca mais sentir nada parecido, mas, mais uma lua cheia estava se aproximando. E eu, não estava nenhum pouco feliz por ela.
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Me apaixonei por um Vampiro (História Gay)
VampireKen Kern, com apenas dezessete anos, corpo magro contrastando com sua pele branca e cabelos negros, com olhos tão verdes que assemelham-se a esmeraldas, mergulha de cabeça num mundo completamente incomum. Vive com seus pais e irmãos mais novos, e te...